quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O mundo reconciliado em Cristo


Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo do Padre Geovane Saraiva,
Pároco de Santo Afonso de Fortaleza, CE,
e vice-presidente da Previdência Sacerdotal


‘No esforço de superar tudo o que ficou para trás, na seriedade do projeto de Deus, como é indispensável ao homem a graça sincera da conversão! A criatura humana, quanto mais se envolve e experimenta a graça do Deus que se fez homem e que assumiu a sua condição, mais ele se depara, no seu estado frágil e pecador, com o mistério do amor de Deus, que quer o homem livre, que, no excelso mistério, é chamado a construir comunhão com os irmãos.

O amor de Deus por nós é de tal modo envolvente que enche todo o nosso ser, indicando-nos, tal amor, o caminho da vida futura e definitiva, tendo por sua base, ou fundamento, o referido amor como mandamento maior. Amor esse incontestável, que, na morte e ressurreição de Jesus, assegura-nos o céu, que, sem sombra de dúvida, torna-se explícito e óbvio na ótica da fé — no Corpo do Senhor, a Igreja. Nela se encontram os membros reunidos, com Cristo, junto de Deus, como na expressão de Santo Agostinho : ‘Depois desta vida, o próprio Deus é o nosso lugar, é o nosso existir’.

Assim sendo, o homem participa da magnífica e misteriosa realidade celestial, à medida que participa da vida de Cristo, que na sua morte e ressurreição, aos olhos da fé, o vemos confundindo-se com Deus, e Deus mesmo envolve a criatura humana no inquestionável mistério. Pela obediência de Jesus, ao morrer na cruz, dá-se o acabamento da vontade de Deus em toda a sua plenitude, entendida no homem Jesus, que se encontra com Deus.

Constata-se, a partir dessa afirmação, um céu inequívoco, quando fé e amor se entrelaçam, andam juntos. Não é uma realidade distante e dissociada, só repositório da morte. É algo perto, sim, mas que, pela vivência do batismo, inicia-se aqui neste mundo, à medida que o ser humano se configura com Jesus de Nazaré e com Ele entra na sua lógica, resoluto e seguro da promessa de novas criaturas.

Entendendo-se aqui a Igreja — Corpo de Cristo — no mistério de sua magnitude cristológica, mas sem esquecer de sua grandeza eclesiológica, que, ao se tratar da pessoa humana, também é socialmente vasta, muito viva na linguagem simbólica do banquete nupcial, concreta, quando a comunidade dos batizados participa e se alimenta na mesma mesa, na ceia eucarística, prenúncio e antecipação de novo céu e nova terra, na realização da salvação de todos em Deus. Amém!’


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