Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Maravilha e encanta a espontaneidade de André, irmão de Simão, nascido
em Betsaida. Junto com o pai, Jonas, e com o irmão dedicava-se à pesca no lago
de Tiberíades, na Galileia, e morava em Cafarnaum. No seu nome percebe-se que a
influência da cultura grega tinha chegado também àquela região.
O episódio mais simpático de sua vida nos é narrado no Evangelho de João
(cf. Jo 1,35-42). André tinha ido para as margens do Jordão junto com João, o
futuro evangelista, para escutar João Batista. Este, indicando-lhes Jesus,
disse : ‘Eis o Cordeiro de Deus! ‘E os dois discípulos, ouvindo-o falar assim,
seguiram Jesus. Jesus então se voltou e, vendo que o seguiam, disse : ‘Que
procurais?’. Responderam-lhe : ‘Rabi (que significa ‘mestre’), onde
moras?’. Disse-lhes : ‘Vinde e vede’. Foram, pois, e viram onde morava e
ficaram aquele dia junto dele; eram cerca de quatro horas da tarde’ (Jo
1,36-39).
O encontro deve ter sido particularmente marcante, visto que os dois
recordavam até mesmo a hora daquele dia inesquecível : ‘Eram cerca das quatro
horas da tarde’ (diz o texto bíblico ‘Era cerca da hora décima’ (Jo 1,39) e a
nota confirma a equivalência, pelas quatro horas da tarde].
‘Um dos dois que tinham ouvido as palavras de João e o haviam seguido
era André, irmão de Simão Pedro’ está escrito em João1,40. São João Crisóstomo
faz este comentário : ‘André, tendo ficado perto de Jesus e tendo aprendido
muitas coisas, não manteve escondido em si esse tesouro, mas apressou-se a
correr para junto de seu irmão para torná-lo participante disso’. Já o destino
dos dois estava marcado para sempre, porque o Mestre havia colocado seus olhos
neles.
Esse, de fato, segundo a narrativa do evangelista Marcos, ‘passando
junto do mar da Galileia, viu Simão e André, irmão de Simão, enquanto lançavam
as redes ao mar; eram de fato pescadores. Jesus disse-lhes : ‘Segui-me, eu vos
farei pescadores de homens’. E logo, deixadas as redes, seguiram-no’ (Mc 1,16).
André foi com João entre os mais íntimos de Jesus. A ele se dirigiu Filipe para
que dissesse a Jesus que os gregos o queriam ver (cf. Jo 12,20-23). Quando
Jesus pediu que dessem de comer à multidão que o havia escutado, André
apresentou ao Mestre um menino com cinco pães e dois peixes (cf. Jo 6,8-9).
No monte das Oliveiras perguntou a Jesus, junto com Pedro, Tiago e João,
quando aconteceria a destruição do maravilhoso templo que brilhava diante dos
seus olhos (cf. Mc 13,3). Depois da paixão, André estava com os outros
apóstolos no Cenáculo aguardando a vinda do Espírito Santo (cf. At 1,13) e
depois de Pentecostes, segundo a tradição, teria encorajado o apóstolo São João
a narrar os fatos e as palavras de Jesus no seu Evangelho. Segundo Orígenes,
André teria pregado o Evangelho na Cítia, no Ponto Euxino, na Capadócia, na
Galácia e na Bitínia. Depois, segundo São Jerônimo, teria passado a evangelizar
a Acaia, firmando-se em Patrasso, onde teria sofrido o martírio aproximadamente
nos anos 60, pregado em uma cruz, cujos braços eram dispostos diagonalmente.
Daí o nome de cruz de Santo André.
Mais tarde, no século IV, suas relíquias foram transportadas para
Constantinopla, que o escolheu como seu padroeiro. A nova Roma possuía o ‘troféu’
do irmão de Pedro e deu a André o título de Protocleto, isto é, de
primeiro chamado, mesmo que o mesmo título diga respeito igualmente a São João
evangelista.
Em 1208, os alfenenses levaram para a sua cidade as relíquias do
apóstolo e, em 1462, deram sua cabeça à Igreja de Roma. Em sinal de
reconciliação, o Papa Paulo VI, em 1964, restituiu essa relíquia para a igreja
irmã de Constantinopla.
Atualmente, a relíquia da cabeça de Santo André é conservada em
Patrasso.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/santo-andre-apostolo-seculo-i.html
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