*Artigo
de Padre Geovane Saraiva,
Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal
‘Quando o cristão
percebe, à luz da palavra de Deus, que está envolvido com a misteriosa presença
divina, acorda para uma consciência responsável e um ardor missionário. A
Palavra de Deus, que é dom e graça, ao entrar no coração do ser humano, quer
não só sensibilizá-lo, mas a conversão deste, na busca da solidariedade e da
vivência da justiça, diante da dor e do sofrimento, exigindo daquele que se
dispõe a seguir a Jesus de Nazaré um esforço constante de renovação da face da
terra, num desejo de superação dos sinais de iniquidade tão presente no mundo.
Como é maravilhoso
notar nas pessoas uma fé viva, lúcida e consequente! Nunca é demais repetir o
atraente desafio no exemplo de São Francisco de Assis, no seu louco, apaixonado
e ardoroso amor, totalmente voltado para Deus e suas criaturas. Vivemos na Igreja
o momento dos festejos do Pobrezinho de Assis, o qual nos favorece a meditar na
radical entrega do Filho de Deus. São dias abençoados, os quais faz-nos
compreender em profundidade o célebre gesto de Francisco de Assis, voltar
atrás, descer do cavalo e beijar o leproso, dizendo-nos do desafio de desmontar
do cavalo, que é a nossa pouca solidariedade, orgulho, intransigência e
intolerância.
Aquela voz
indizível que inspirou Francisco de Assis, de ir restaurar a Igreja, a vemos
muito nítida no Papa Francisco, nas suas generosas atitudes de humildade, sem
esquecer da sua palavra profética, sempre causando impacto com uma boa notícia.
A capela de São Damião, a Igreja Porciúncula e a Igreja de São Pedro,
restauradas pelo grande Santo de Assis, representam a Igreja inteira e a
própria humanidade, que, à luz da palavra de Deus, precisa mais do que nunca
ser restaurada e renovada.
A indiferença,
diante do clamor do mundo e da própria Igreja de Jesus Cristo em busca de
socorro, é tarefa dos cristãos e de todas as pessoas de boa vontade. O mundo
ficaria encantado e edificado com um gesto promissor de arauto da paz por
muitos irmãos, ao dizer não a tudo que degrada, bem como a busca do poder, do
ter e do prazer, quando percebemos uma acentuada tendência de se retornar ao
luxo e à glória do mundo, mesmo dentro da Igreja. É nesse sentido que o Papa
Francisco, não só surpreende, mas impressiona e causa admiração, pela
simplicidade e proximidade com as pessoas e intimidade com o clamor do planeta.’
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