Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Felipe Aquino,
professor
‘Fé não é insensibilidade e
dureza de coração. Você pode chorar, até diante dos filhos, mas chore como quem
tem fé na ressurreição. Veremos os mortos na eternidade.
Diante da dor da morte, gosto
de me lembrar de Nossa Senhora aos pés da cruz do seu Amado. Ela perdeu o Filho
Único, Deus, morto de uma maneira tão cruel como nenhum de nós o será. Ela
perdeu muito mais do que nós e não se desesperou. Certamente chorou muito… mas
nunca se desesperou e nunca perdeu a fé. Aos pés da cruz de Jesus estava de pé
(stabat!). Podemos chorar os mortos; as lágrimas são o tributo da natureza, mas
sem desespero e sem desilusão.
Até o céu : lá nos voltaremos a
ver, ensinam os santos. Que grande felicidade será para nós poder encontrá-los,
depois de ter chorado tanto a sua ausência! Não nos deixemos levar ao desespero
quando alguém parte; não somos pagãos. Lá não haverá mais pranto, nem lágrimas
e nem luto.
No Céu
São Francisco de Sales disse : ‘Meu
Deus, se a boa amizade humana é tão agradavelmente amável, que não será ver a
suavidade sagrada do amor recíproco dos bem-aventurados… Como essa amizade é
preciosa e como é preciso amar na terra, como se ama no Céu!’
São Tomás de Aquino garante que
no Céu conheceremos nossos parentes e amigos. Diz o santo doutor :
‘A contemplação da Essência
Divina não absorve os santos de maneira a impedir-lhes a percepção das coisas
sensíveis, a contemplação das criaturas e a sua própria ação.
Reciprocamente, essa
percepção, essa contemplação e essa ação não os podem distrair da visão
beatífica de Deus’ (S. Teológica, 30,
p. 84).
A morte não é o aniquilamento
que pregam os materialistas sem Deus, mas o renascimento da pessoa. A Igreja
reza na Liturgia que ‘a vida não é tirada mas transformada’.
Felicidade eterna
Só o cristão valoriza a morte e
é capaz de ficar de pé diante dela. Deus não nos criou para o aniquilamento,
mas para a sua glória e para o seu amor. Fomos criados para participar da
felicidade eterna de Deus.
Santa Teresinha disse ao morrer
: ‘não morro, entro para a vida’.
A árvore cai sempre do lado em
que viveu inclinada; se vivermos inclinados ao Coração de Jesus, nele cairemos.
É preciso saber educar os
filhos também diante da morte. A psicologia recomenda, por exemplo, que os pais
deixem os filhos verem os mortos, se assim eles desejarem, embora não devam
forçá-los.
Fale da morte com naturalidade
aos filhos, e aproveite o momento para ensinar sobre o céu e sobre a
ressurreição. Não se pode permitir que as crianças assistam cenas de desespero
diante da morte, mesmo que se possa manifestar a dor e sofrimento diante delas.’
Fonte : *Artigo
na íntegra https://pt.aleteia.org/2021/11/15/como-falar-da-morte-com-os-filhos/
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