Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
Missionário Comboniano
‘No mês de fevereiro, recordamos Santa Josefina Bakhita (1869-1947), uma
santa africana que, após anos de escravidão, consagrou-se ao verdadeiro ‘Patrão’.
Vamos conhecer um pouco da sua história. Desde pequena, ela sofreu
muito, pois aos 9 anos de idade foi capturada por traficantes de escravos
enquanto brincava nos campos próximos à sua residência no Sudão. Nas mãos dos
raptores, estes a indagaram sobre o seu nome; ela permaneceu em silêncio, o que
levou os algozes a chamá-la de ‘Bakhita’, termo que significa ‘a sortuda’.
Nos dez anos subsequentes à sua captura, a santa passou pelas mãos de
cinco diferentes proprietários de escravos. Em um ato de coragem e sorte,
conseguiu escapar com sua irmã das mãos dos traficantes, porém, foram
encontradas por outros traficantes, que as capturaram. Um deles decidiu
mantê-la como empregada doméstica para sua filha.
Em seguida ela foi vendida a um oficial militar turco, cuja família a
submeteu a frequentes maus tratos, incluindo agressões físicas e marcações
corporais com agulhas. Posteriormente, o oficial vendeu seus escravos em Cartum
antes de retornar à Turquia.
O quarto proprietário de Bakhita foi o vice-cônsul italiano em Cartum,
que demonstrou bondade em sua relação com ela, buscando inclusive localizar
seus familiares, sem sucesso. Decidido a proporcionar-lhe um futuro melhor, ele
a levou à Itália, onde Bakhita foi transferida para a família da senhora Michieli.
Essa família possuía um hotel perto do mar Vermelho e pensaram em levar
Bakhita para os ajudar como garçonete. Antes de partir, o administrador da
família sugeriu que a escrava conhecesse a fé católica. Com isso Bakhita foi
confiada aos cuidados das Filhas da Caridade de Canossa, em Veneza. No convento
ela se sentiu profundamente acolhida.
Quando a senhora Michieli tentou levar Bakhita de volta para sua casa,
esta se recusou a sair do convento, declarando que não poderia arriscar-se a
perder o bem mais precioso da sua vida : Deus. O caso foi levado ao cardeal
patriarca e ao procurador do rei, que decidiram, com base na legislação
italiana da época, que a escravidão era ilegal e que Bakhita era, portanto, uma
mulher livre.
Pouco tempo depois, Bakhita foi batizada e expressou seu desejo de
ingressar na vida religiosa. Em 8 de dezembro de 1896, aos 27 anos, ela
professou seus votos religiosos nas Filhas da Caridade de Canossa.
A vida de Santa Josefina Bakhita é um testemunho de resiliência, fé e
transformação. O início da sua vida, marcado pela escravidão, culminou em uma
liberdade que não foi apenas física, mas profundamente espiritual, encontrada
no amor de Deus e no serviço aos outros.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/da-escravidao-ao-altar-santa-josefina-bakhita.html
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