Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘No dia 3 de fevereiro celebramos a memória de São Brás (264-316),
caracterizada também pela tradicional ‘bênção da garganta’.
Antes de tudo perguntamos : quem foi São Brás? Sobre a vida dele
dispomos de poucas notícias; a única coisa certa era a sua fé em Cristo, que
manteve até à morte por decapitação, após cruéis torturas indescritíveis.
A tradição diz que Brás era natural de Sebaste, na Armênia, onde passou
a sua juventude, dedicando-se, sobretudo, aos estudos de medicina. Ao tornar-se
bispo, entregou-se aos cuidados físicos e espirituais do povo, realizando,
segundo a tradição, até curas milagrosas.
Naqueles anos, as condições de vida dos fiéis da fé cristã pioraram por
causa dos contrastes entre o imperador do Oriente, Licínio, e do Ocidente,
Constantino, que causaram novas perseguições. Brás, para fugir das violências,
refugiou-se em uma caverna, no monte Argeu, porém, foi encontrado e preso pelos
guardas do governador Agrícola e levado a julgamento.
Ao longo do caminho, encontrou uma mãe desesperada, com seu filhinho nos
braços, que estava sendo sufocado por um espinho ou isca de peixe cravado em
sua garganta. O bispo abençoou-o e a criança recobrou imediatamente a saúde.
Esse fato, porém, não foi suficiente para poupá-lo do martírio. Era o dia 3 de
fevereiro de 316.
São Brás é um dos santos cuja fama de santidade chegou a muitos lugares
e, por isso, é venerado em quase todas as partes do mundo.
O milagre da garganta é recordado no dia da sua memória com um rito
litúrgico particular, durante o qual o sacerdote abençoa as gargantas dos fiéis
com duas velas cruzadas diante delas.
Uma das orações dirigidas ao santo nessa circunstância nos ensina como
podemos vivenciar essa bênção com fé e caridade. Vejam, a seguir : ‘Ó glorioso
São Brás, que restituístes com uma breve oração a perfeita saúde a um menino
que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, estava prestes a
expirar, obtende para nós todos a graça de experimentarmos a eficácia do vosso
patrocínio em todos os males da garganta. Conservai a nossa garganta sã e
perfeita para que possamos falar corretamente e assim proclamar e cantar os
louvores a Deus. Amém’.
Nas nossas orações pedimos a Deus, muitas vezes pela intercessão de um
santo, que nos dê saúde física e espiritual. Nessa oração não pedimos apenas a
saúde da garganta, mas o dom da caridade para com todos os enfermos e o dom da
fé e da esperança, cantando os louvores ao Senhor.
E como ‘a boca fala daquilo de que o coração está cheio’ (Mt 12,34),
nesta bênção pedimos a Deus, pela intercessão de São Brás, a graça de um
coração puro. Amém.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/a-bencao-da-garganta-uma-tradicao-marcada-por-milagres-e-curas.html
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