Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Para nós, cristãos, o centro de toda vocação é Jesus Cristo, a
consumação do projeto salvífico do Pai que, por meio de sua morte e
ressurreição, inseriu-nos no reino da luz eterna. Ele é a Palavra encarnada que
nos deu a consciência da filiação divina, abrindo-nos os caminhos da esperança
para sermos Evangelho vivo na sociedade onde impera o desamor. Jesus é o ungido
pelo Espírito Santo, nascido de Maria, a fiel discípula, foi obediente ao Pai,
sendo o verdadeiro pastor das almas, entregou livremente sua vida até as
últimas consequências para nos salvar.
A fé cristã solenemente professada desde o Batismo é o encontro com a
pessoa de Jesus Cristo e com o seu projeto misericordioso de edificar o Reino
de Deus onde existe justiça, paz, compaixão, libertação, vida em plenitude. Ele
é o Filho unigênito, querido e amado pelo Pai, portador da nova humanidade
livre do pecado e herdeira da graça. As palavras de Cristo, bem claras no
Evangelho, são caminho, verdade e vida, pois orientam os fiéis a configurar-se
com Ele sendo sal e luz do mundo.
A vocação de Jesus é despertar no coração da humanidade o desejo por
Deus para que ela aprenda a colocar seus dons a serviço do anúncio do
Evangelho. Crer em Jesus supõe conhecê-lo na raiz e estar abertos ao
transcendente, a uma inédita experiência de transfiguração interior capaz de
tocar as almas com a delicadeza de quem foi resgatado pela ternura do Mestre.
Jesus é a fonte da água viva, o pão da unidade, o curador das feridas, o
defensor dos pobres e oprimidos, a sabedoria sensível, a porta da glória, a paz
justa. É o Senhor amigo, Deus conosco que não julga e nem condena, mas tem a
leveza de olhar nos olhos e oferece a salvação aos que estão dispostos a
percorrer o caminho da mudança compassiva. Nele encontramos tudo de que necessitamos
para viver com generosidade nossa fé e levar o amor de Deus aos mais inquietos.
Pertencer à comunidade cristã tem um peso inegociável, pois somos parte
do Reino e temos o dever de colocar as bem-aventuranças em prática nas atitudes
diárias nos gestos de acolhida, tolerância, respeito, empatia, mansidão e
humildade. A Boa-Nova é compromisso com Cristo que nos exige permanente oração,
dedicação e conhecimento do mistério. Seguir Jesus é um ato livre e consciente
de que fazemos parte de seu corpo místico e, por isso, temos como meta os
mesmos sentimentos e atitudes do Senhor, do contrário seríamos hipócritas
professando o que não vivemos.
‘Toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinamento : os seus silêncios,
os seus milagres, os seus gestos, a sua oração, o seu amor pelo homem, a sua
predileção pelos pequenos e pelos pobres, a aceitação do sacrifício total na
cruz pela redenção do mundo, a sua ressurreição, tudo é atuação da sua Palavra
e cumprimento da revelação.’ (Catecismo da Igreja Católica, 561)
Em Jesus, nossa identidade se revela, tornamo-nos humanos e dignos de
participar do banquete da alegria eucarística como discípulos da vida. ‘Vem e
segue-me’, disse Jesus, ‘participe da minha ressurreição’! Eis nossa vocação!’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/jesus-a-palavra-salvadora.html
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