‘Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli nasceu em Roma no dia 2 de
março de 1876 e faleceu em Castelgandolfo no dia 9 de outubro de 1958. Pio XII
foi eleito Papa no dia 2 de março de 1939, com um pontificado dotado de muitos
elementos marcantes para a história da Igreja. Seu documento sobre música sacra
– Carta Encíclica Musicae Sacrae Disciplina – é fundamental
até hoje por conter muitos elementos que trazem sentido à música na liturgia.
Com grande maestria que lhe era própria, ele ressalta que o artista na Igreja
deve ser inspirado pelo amor e pela fé. Vejam-se os parágrafos 11 e 12 : ‘Isso,
se vale para toda obra de arte, claro é que deve aplicar-se também a respeito
da arte sacra e religiosa. Antes, a arte religiosa é ainda mais vinculada a
Deus e dirigida a promover o seu louvor e a sua glória, visto não ter outro
escopo a não ser o de ajudar poderosamente os fiéis a elevar piedosamente a sua
mente a Deus, agindo ela, por meio das suas manifestações, sobre os sentidos da
vista e do ouvido. Daí que o artista sem fé, ou arredio de Deus com a sua alma
e com a sua conduta, de maneira alguma deve ocupar-se de arte religiosa;
realmente, não possui ele aquele olho interior que lhe permite perceber o que é
requerido pela majestade de Deus e pelo seu culto. Nem se pode esperar que as
suas obras, destituídas de inspiração religiosa – mesmo se revelam a perícia e
uma certa habilidade exterior do autor –, possam inspirar aquela fé e aquela
piedade que convêm à majestade da casa de Deus, portanto, nunca serão dignas de
ser admitidas no templo da Igreja, que é a guardiã e o árbitro da vida
religiosa. Em vez disso, o artista que tem fé profunda e leva conduta digna de
um cristão, agindo sob o impulso do amor de Deus e pondo os seus dotes a
serviço da religião por meio das cores, das linhas e da harmonia dos sons, fará
todo o esforço para exprimir a sua fé e a sua piedade com tanta perícia, beleza
e suavidade que esse sagrado exercício da arte constituirá para ele um ato de
culto e de religião e estimulará grandemente o povo a professar a fé e a
cultivar a piedade. Tais artistas são e sempre serão tidos em honra pela
Igreja; esta lhes abrirá as portas dos templos, visto comprazer-se no
contributo não pequeno que, com a sua arte e com a sua operosidade, eles dão para
um mais eficaz desenvolvimento do seu ministério apostólico’ (Papa Pio XII,
Carta Encíclica Musicae Sacrae Disciplina).
Desse modo, o músico como artista dentro
da liturgia deve ser munido dos principais sentimentos que tocam a alma do
cristão e aumentam a esperança no coração de todos os que se encontram na
igreja. O músico cristão deve amenizar as angústias dos corações, fazendo valer
o fundamento cristão de que ‘a boca fala do que está cheio o coração’.
Que os músicos litúrgicos jamais se
esqueçam do grande amor de Deus!’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/pio-xii-e-a-musica.html
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