Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Em toda cultura ou civilização houve uma atenção especial dirigida aos mortos, quer essa atenção (ou esse ‘cuidado’)
esteja relacionada a alguma religião, quer não. Observam-se ao longo da
história diversos ritos de
sepultamentos, como a cremação, a mumificação, o enterro em covas e em
urnas de cerâmica ou de pedra, bem como a deposição do corpo dos mortos em
mausoléus.
Grandes monumentos como as pirâmides
de Gizé e o Taj Mahal foram
erguidos para acomodar os restos mortais de pessoas ilustres. No mundo
ocidental, o dia 02 de novembro é
dedicado à memória dos mortos. Esse dia, popularizado pela tradição católica,
foi instituído no período da Baixa
Idade Média.
Como surgiu o
Dia de Finados?
O Dia de Finados,
como é conhecido, foi instituído inicialmente no século X, na abadia beneditina
de Cluny, na França, pelo
abade Odilo (ou Santo Odilon [962-1049], como chamado entre os católicos). Odilo de
Cluny sugeriu, no dia 02 de
novembro de 998, aos membros de sua abadia que, todo ano, naquele
dia, dedicariam suas orações à
alma daqueles que já se foram. A ação de Odilo resgatava um dos elementos
principais da cosmovisão católica : a perspectiva de que boa parte das almas
dos mortos está no Purgatório,
passando por um processo de purificação para que possam ascender ao Paraíso.
No estado de purgação, as almas necessitam, segundo a doutrina católica,
de orações dos vivos, que podem pedir para elas a misericórdia divina e a
intercessão dos santos,
da Virgem Maria e do principal mediador,
o Deus Filho, Jesus Cristo.
Nos séculos da Baixa Idade Média (X ao XV), a prática de orações pelas almas
dos mortos tornou-se bastante popular na Europa, ficando conhecida pela alcunha
de ‘Dia de todas as Almas’. Essa
prática remonta ao período do cristianismo primitivo, dos séculos II e III, quando
os cristãos perseguido pelo Império Romano enterravam e rezavam por
seus mortos nas catacumbas subterrâneas da cidade de Roma.
Com a descoberta da América e o processo de colonização, o dia escolhido
por Odilo de Cluny tornou-se ainda mais popular. Nos dias atuais, apesar do
grande processo de secularização que a civilização ocidental sofreu ao longo da
modernidade, o Dia de Finados continua a ser uma data especial, na qual a
memória dos entes queridos que já se foram nos vem à mente e na qual, também,
milhões de pessoas vão aos cemitérios levar suas flores, velas, sentimentos e
orações.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://mundoeducacao.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-finados.htm
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