Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Na sequência dos mandamentos da lei de Deus,
contempla-se o : ‘Não tomar o seu santo nome em vão’. Quando lê essa mensagem,
o jovem pensa logo : ‘Deus tem um nome?’.
Veja bem : o nome é o que há de mais sagrado em
alguém, imprime uma identidade e diferencia esse ser humano dos demais. Por
exemplo : o José é diferente do Antônio, que consequente é diferente do Cícero
e assim por diante. O nome traz consigo um caráter indelével, desde o dia em
que aquela pessoa foi batizada. É pelo nome que a pessoa é identificada; também
por meio dele a pessoa se apresenta; de igual modo é reconhecida por tal
apresentação; a pessoa zela por seu nome, preservando sua identidade em aspecto
sociomoral; enfim, o nome está concomitantemente intrínseco a cada pessoa e nem
a morte pode apagá-lo. O nome se perpetua na história.
Se cada ser humano tem um nome, aquele que os criou
também não o teria? Claro que sim! Diz o Catecismo da Igreja Católica no
parágrafo 2143 : ‘Entre todas as palavras da revelação, há uma, singular, que é
a revelação do nome de Deus. Deus confia o seu nome aos que creem nele;
revela-se-lhes no seu mistério pessoal. O dom do nome é da ordem da confidência
e da intimidade’. Nesse sentido, Deus, por ver em Moisés um crente, isto é, um
homem que crê verdadeiramente, revela-lhe seu nome : ‘Eu sou aquele que sou!’
(Ex 3,14). Ou seja, Ele é aquele que é, que sempre existiu; não tem início e
nem fim. Pelo contrário, tudo tem início e fim no nome dele. Por sua vez, mais
tarde, na história da salvação, já no Novo Testamento, Ele se revela em Jesus
como sendo o Emanuel, Deus conosco, a saber, conforme a profecia : ‘Eis que a
virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de
Emanuel, que significa ‘Deus conosco’’ (Mt 1,23). É como se dissesse ‘O ‘Eu
sou’ caminha todos os dias com tudo o que existe e que existirá e além do mais
conhece a cada um por seu próprio nome ao dizer ‘Não tenhas medo, pois eu te
resgatei, chamei-te pelo teu nome, tu és meu!’ (Is 43,1)’.
Deus, ao se revelar pelo nome, faz isso para
aproximar-se do ser humano a fim de fazer com que este o conheça, ame e siga. É
uma revelação de amor para com aqueles que foram criados à sua imagem e
semelhança. É bem verdade que ao revelar seu nome, que é santíssimo, quer
dizer, o maximamente sagrado, o homem não pode dizer o nome dele em vão. Daí
que o Catecismo da Igreja Católica, ainda no parágrafo 2143,
orienta : ‘O nome do Senhor é santo; por isso, o homem não pode abusar dele.
Deve guardá-lo na memória, num silêncio de adoração amorosa. E não o empregará
nas suas próprias palavras senão para o bendizer, louvar e glorificar’. É fazer
como pede a Sagrada Escritura : ‘Para que, ao nome de Jesus, todo joelho se
dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse ‘Jesus Cristo
é o Senhor, para a glória de Deus Pai’ (Fl 2,10-11).
É bom salientar que, ao dar-se a conhecer e
tornar-se próximo, Ele não perde a condição divina. O próprio nome já assegura,
é uma revelação, sendo do Céu para a Terra e não da Terra para o Céu; é nome
divino, altíssimo. Sagrado, santíssimo, que toca esta pobre humanidade,
assumindo a natureza humana em Jesus, o Emanuel, sem perder a sua natureza
divina.
Outra coisa não faça cada ser humano que tem um
nome e que quer que este seja preservado, que reconheça o nome de Deus e lhe dê
toda honra, glória e poder, pois é o ‘Nome que está acima de todo nome’ (Fl
2,9).’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/deus-tem-um-nome-e-este-e-sagrado.html
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