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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Maria em nossa vida

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo do Padre Brás Lorenzetti


‘​Uma das características do ser humano é a alternância entre a fortaleza e a carência. Numa fase da vida, sentimo-nos fortes e sábios, como na juventude; em outra, no entanto, sentimo-nos debilitados e carentes, como na fase decrescente e terminal da vida. Se na fase da juventude esbanjamos energia, na outra fase necessitamos de apoio.

Muitas pessoas gostam de usar estratégias e até simpatias para prolongar o tempo de saúde e vida plena. Sabendo disso, as redes sociais oferecem inúmeros ‘segredos’ e exclusividades para potencializar uma parte ou o corpo todo.

O fortalecimento ou o cuidado são aplicados para evitar que o mal venha de fora para dentro de nosso corpo ou que se instale no espírito.

Olhando para a vida de Maria, a mãe de Jesus, percebemos que ela sempre enfrentou os problemas, por maiores e mais complicados que fossem, com tão somente o poder da fé, confiando plenamente no seu Deus, sem se valer de ‘apoios’ externos. Essa atitude de Maria nos ensina e nos inspira : os problemas fazem parte da vida. A sabedoria consiste em evitar que eles se instalem e tomem conta das nossas energias.

O que precisamos é enfrentar os problemas com audácia e coragem e superá-los, confiando na força interior da fé. O enfrentamento dos problemas é uma forma de amadurecimento e fortalecimento da fé. 

Se tivermos a disponibilidade e a capacidade de doação de Maria, se nos colocamos por inteiro nas mãos de Deus – ‘Eis aqui a serva do Senhor’ (Lc 1,38) –, se tivermos a extrema confiança que Maria teve na ação de Deus em sua vida – ‘O Poderoso fez em mim maravilhas’ (Lc 1,49) –, também seremos vitoriosos.

Todos os títulos ou nomes referem-se à mesma pessoa. Todos eles indicam que Maria é mãe de todos e intercede por todos, independente da diversidade.

Que o exemplo, a fé e a confiança de Maria sejam estímulos para que usemos todas as nossas energias e toda a nossa fé para o bem e para a construção de um mundo novo e melhor, pois Deus quer fazer novas todas as coisas (cf. Ap 21,5).’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://revistaavemaria.com.br/maria-em-nossa-vida.html

sábado, 3 de dezembro de 2022

O que é a nave de uma igreja católica?

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Nave da igreja de São José em Somerset, Ohio, EUA

*Artigo de Philip Kosloski,

escritor e designer gráfico


A nave é a parte de uma igreja católica que a maioria conhece, pois é o local onde o povo de Deus se senta, fica de pé e se ajoelha durante os cultos litúrgicos.

É muito interessante o simbolismo que existe por trás deste nome.

Por que se chama ‘nave’?

A palavra ‘nave’, derivada do latim ‘navis’, significa ‘navio’. A nave, portanto, é um ‘navio’ que recebe o povo de Deus.

O uso desta palavra é deliberado, pois quer retratar a realidade da Igreja como um navio que acolhe os fiéis que peregrinam por esta vida e os protege das ondas e tempestades do mundo, conduzindo-os ao porto seguro de Deus.

O comentarista medieval Rabanus diz o seguinte a propósito da passagem do Evangelho de Mateus em que Jesus acalma a tempestade no mar :

‘O mar é a agitação do mundo; o barco em que Cristo navega deve ser entendido como a árvore da cruz, por cujo auxílio os fiéis que cruzaram as ondas do mundo chegam à sua pátria celestial, como a um porto segura, para onde Cristo vai com os Seus’ (Rabanus, sobre Mateus 8,23-27).

A Igreja também costuma ser chamada de ‘Barca de Pedro’, em referência ao primeiro Papa como o capitão do navio que nos conduz à salvação. Ela é ainda comparada com a Arca de Noé, assim como o batismo é visto como a ‘água salvadora’ que limpa a nossa alma.

Em muitas igrejas europeias, esta comparação é visualmente evidente.

Os arquitetos construíram a cobertura da nave de forma abobadada, expondo as vigas de madeira, que se assemelhavam ao aspecto invertido da quilha de um navio.

Além disso, pode encontrar-se muitas vezes dentro da nave um púlpito que também evoca um navio. Ele acentua o simbolismo e destaca o sacerdote como o capitão do barco da congregação de fiéis, conduzindo-os a margens distantes.

Por último, considera-se que os contrafortes flutuantes no exterior da Catedral de Notre-Dame, em Paris, representam remos, novamente enfatizando a imagem da Igreja como um navio que leva o seu povo a portos seguros.

Da próxima vez que você entrar na nave de uma igreja, faça o Sinal da Cruz com água benta e imagine-se dentro de um poderoso navio, conduzido por Deus aos portos celestiais.

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://pt.aleteia.org/2022/12/01/o-que-e-a-nave-de-uma-igreja-catolica/

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Vaticano dá destaque ao drama dos trabalhadores do mar

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Benedetta Capelli (Vatican News)


‘A pandemia mudou a face do mundo e também a do trabalho no mar que, apesar das restrições, nunca parou. Esta é a primeira indicação destacada na Mensagem do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral por ocasião do Domingo do Mar, dia 11 de julho. Os navios, de fato, ‘nunca deixaram de transportar de um porto para outro equipamentos médicos e medicamentos essenciais para apoiar a luta contra a propagação do vírus’. ‘Cerca de 90% do comércio mundial – escrevem – move-se graças aos navios ou, mais precisamente, aos 1,7 milhões de marinheiros que trabalham neles. O cardeal Peter Turkson, prefeito do dicastério, e dom Bruno Duffè, secretário, agradecem à ‘gente do mar; uma gratidão que se transforma em oração’.

Não apenas uma simples força de trabalho

O texto não esconde a ‘profunda contradição’ presente no mundo da indústria marítima, ‘altamente globalizada’, mas atravessada pela fragmentação das regras sobre os direitos e a proteção dos trabalhadores. Partindo disso vem o pedido de reconhecimento dos ‘trabalhadores essenciais’, incentivando ‘mudanças na tripulação’ e dando prioridade a uma política clara de vacinação. O dicastério não esquece o grave inconveniente dos que ficaram bloqueados por causa da Covid : cerca de 400 mil pessoas em setembro de 2020 que deveriam ser repatriadas e, em vez disso, permaneceram fora de suas casas por até 18 meses. A pandemia forçou-os a trabalhar mais, afetando ‘a vida diária de suas famílias’, gerando ‘isolamento, solidão, separação e ansiedade pelos entes queridos a milhares de quilômetros de distância, juntamente com a incerteza do próprio futuro’. Fatores que ‘têm aumentado o estresse físico e psicológico a bordo dos navios, às vezes com consequências trágicas’. O convite é olhar os membros da tripulação não como uma simples ‘força de trabalho’, mas como seres humanos, desenvolvendo assim ‘práticas de trabalho, baseadas na dignidade humana e não no lucro’.

Soluções para a pirataria

A atenção então se volta para o fenômeno da pirataria, que essencialmente tem registrado uma diminuição no número de casos, mas com um aumento da violência contra a tripulação. ‘Trata-se de um ponto desencorajador que mostra a fragilidade da indústria marítima, que já foi posta à prova pela pandemia’, destaca a mensagem. É um fenômeno que coloca em sério risco a saúde dos que trabalham no mar, de suas famílias e abala a economia. ‘Pedimos a todos os governos e organizações internacionais’, lê-se na mensagem, ‘para que identifiquem soluções duradouras para o flagelo da pirataria, conscientes da necessidade de enfrentar o problema fundamental da desigualdade na distribuição de bens entre países e da exploração dos recursos naturais’.

Abandonados no mar

Há também outro fenômeno preocupante : o abandono dos navios e da tripulação. Em 2019 havia 40 navios abandonados, enquanto que em 2020 chegaram a 85. Os marinheiros são forçados a viver em condições desumanas e, portanto, o apelo aos armadores é para que ativem ‘um seguro obrigatório que cubra o abandono no mar, para o pagamento de despesas incluindo alimentação, água potável, assistência médica e custos de repatriação’. A mensagem salienta que o número de naufrágios e acidentes marítimos está diminuindo ‘mas mesmo um é demais, especialmente quando os marítimos são feridos, morrem, perdem-se no mar ou são injustamente criminalizados e detidos por tempo indeterminado’. Uma situação que cria ‘desespero nas famílias’ porque as crianças ficam sem pais e não há um lugar onde colocar uma flor e rezar uma oração.

Apóstolos fiéis

A mensagem se conclui com um pensamento para os capelães e voluntários da Stella Maris que, em tempos de pandemia, sempre estiveram a serviço dos marinheiros e pescadores. Oremos para que continuem a ser ‘apóstolos fiéis à missão de anunciar o Evangelho’, mostrando ‘o rosto atento da Igreja que acolhe e está próxima a esta porção do Povo de Deus’.’

Vide também : Apostolado do mar e o migrante das águas


Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/noticia/1526278/2021/07/vaticano-da-destaque-ao-drama-dos-trabalhadores-do-mar/

domingo, 7 de março de 2021

O barco precisa boiar

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Talita Rodrigues,

Psicóloga


‘Certamente a tempestade virá. Mas sabe de uma coisa? O barco precisa boiar, mesmo que para isso seja arrastado empurrado por outros barcos. Ele precisa boiar.

Por mais que os barcos sirvam para coisas diferentes, tenham tamanhos ou funções distintas, primeiramente eles precisam boiar.

Sem rumo, no escuro, rápido ou devagar, o barco precisa boiar. Sem sentido, sozinho, abandonado, ele precisa boiar. Julgado, sentenciado, ele precisa boiar. Porque a tempestade vem, assim como a bonança.

Foi assim que Deus criou tudo e todas as coisas. Elas possuem ciclos, a lua tem fases, o ano estações. O barco precisa boiar porque a tempestade passa, toda dor é por enquanto. Ele precisa boiar para saber que foi só, só uma tempestade, e a próxima será só, só mais uma tempestade. Depois outra bonança, outra tempestade para a gente entender que nosso Porto Seguro navega conosco e nos encoraja a cada dia, para chegarmos ao lugar onde Ele nos espera. O lugar onde não será mais necessário navegar.

Esperança marujo!

Já dizia o poeta : ‘O mar é Deus e o barco sou eu’.

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2021/03/07/o-barco-precisa-boiar/

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Apostolado do Mar : restaurar dignidade dos marítimos

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Imagem relacionada
*Artigo do Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano


‘Encerrou-se, no dia 6 de outubro, o XXIV Congresso Mundial do Apostolado do Mar, realizado em Kaohsiung, Taiwan. Foram tratados, em intensas palestras, temas pertinentes ao pouco conhecido mundo dos pescadores. Os temas abordados privilegiaram os setores da pesca artesanal e industrial.
Realmente, a situação triste e injusta a que são submetidos os pescadores representa enormes desafios pastorais para a Igreja exigindo adaptações, criatividade e compromisso para socorrer as vítimas que não tem voz  e incluí-las na sociedade que, de um modo geral, ignora sua existência.
A missão da Igreja é restaurar a dignidade perdida de muitos pescadores e marítimos. É um trabalho que exige competência, dedicação e coragem por parte dos membros do Apostolado do Mar e agentes de pastoral.
 Por isso, os participantes propuseram algumas prioridades para os próximos anos. A primeira é desenvolver e aperfeiçoar as técnicas de visita à bordo dos navios e adquirir um bom conhecimento das leis, que regulam o trabalho dos pescadores e marítimos; a segunda, aperfeiçoar o sistema de comunicação entre capelães e centros Stella Maris, possibilitando uma ação mais eficiente em casos de escravidão, discriminação e injustiças; finalmente, destacando o trabalho evangelizador do Apostolado do Mar, usando o mesmo logo evidenciando sua missão.
Através do Apostolado do Mar a Igreja cuida da saúde dos seres humanos que buscam o sustento de suas famílias no mar, lagos e rios, deixando a natureza limpa e viva para as gerações futuras.’ 

Observação -> leia também  Apostolado do Mar e o Migrante das Águas

Fonte :


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Bispos japoneses : o egoísmo do ser humano não destrua o mar

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



‘‘O mar está morrendo e a causa principal é o egoísmo do ser humano’, afirmam os bispos japoneses na mensagem em vista do Domingo do Mar que será celebrado no próximo domingo (10/07).

No documento, assinado pelo Presidente da Comissão episcopal nipônica para refugiados e migrantes, Dom Michael Goro Matsuura, Bispo de Nagoya, os prelados sublinham que as dificuldades e os perigos que vivem os homens do mar ‘não vem somente da natureza’. ‘O mar se torna cada vez mais perigoso por causa de testes nucleares e do descarregamento na água de material radioativo e poluente, colocando em condições de alto risco o ser humano e todas as espécies marinhas’, destacam os bispos nipônicos.

Segundo AsiaNews, a carta se intitula ‘No mesmo barco, com a misericórdia do Pai’ e recorda que no Ano Jubilar ‘todos somos chamados a amar uns aos outros como membros da mesma família guiada pelo nosso Pai’. Todavia, este amor misericordioso nem sempre envolve os homens do mar : ‘É raro ler notícias sobre estas pessoas. Talvez porque os eventos do mar não fazem notícia não obstante os marítimos enfrentem perigos graves’, sublinham.

O mar é um dom maravilhoso da Criação de Deus. Não devemos mais contaminá-lo para nutrir o ego do ser humano. O pão cotidiano que ingerimos vem também de quem trabalha no mar. Estamos todos no mesmo barco. Portanto, devemos dar a mesma atenção a quem trabalha no mar e na terra, ajudando-nos mutuamente’, reitera a nota.

Os bispos japoneses fazem um apelo à oração : ‘Em vista deste Domingo do Mar, rezamos pelos navegantes e suas famílias’.’


Fonte :
* Artigo na íntegra


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A generosidade une as pessoas diferentes

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano


‘Amigas e amigos da Rádio Vaticano, é com  alegria que envio uma saudação generosa e sem fronteiras para vocês das Arábias.

Gostaria de tratar hoje um assunto que mexe com nossos corações, a generosidade que une as pessoas diferentes.

Estudando as manifestações religiosas em diversos países, percebem-se  inúmeras diferenças. Algumas delas são inerentes às próprias religiões e outras surgem pela integração de elementos culturais e históricos onde elas se desenvolveram.  Posso dizer que observando-as, como espectador, despertam a curiosidade e encantam pela beleza das cores dos vestuários, da música, das danças e, de uma forma muito especial, pelos ritos. Todas elas são uma fonte de enriquecimento jorrando para enriquecer a qualquer pessoa que venha a ter contato com elas. Todas as culturas e religiões estão abertas para promover as pessoas que  se disponham a participar delas. Para o observador, contudo, existe uma condição : evitar julgá-las. É que o julgamento fecha a porta para que eu conheça uma religião, cultura ou pessoa. Quando eu julgo alguém, sua religião ou cultura é porque decidi  fechar-me, quer dizer, optei por ser pobre.

Como é sabido, os regentes dos Emirados Árabes Unidos, desde sua fundação em 1970, optaram pela criação de um país no qual as pessoas pudessem vir trabalhar, conservando sua língua, cultura e religião. Generosamente, doaram lotes de terra em subúrbios predeterminados para que os expatriados pudessem construir suas igrejas, templos e escolas. Embora não exista um processo de integração, almeja-se uma boa convivência, respeito e liberdade de culto sem proselitismo.

Cada religião tem seus tempos fortes durante o ano, seja ele solar ou lunar, como é o caso dos muçulmanos. Como, nós cristãos vivemos com intensidade o tempo quaresmal e advento, os irmãos que seguem o Islã, privilegiam o Ramadan, o tempo de jejum, visando maior aproximação com Deus, controlando as tendências que induzem ao mal e praticando a generosidade com os menos favorecidos.

Desde a formação desse país, o incentivo à generosidade esteve presente. Durante o período de jejum islâmico, surgiram diversas atividades e campanhas de filantropia das quais todos são convidados a participar, independentemente de suas crenças e religiões. Algumas delas são encabeçadas por estrangeiros e outras pelos Emiratis, distinguindo-se a participação dos príncipes das monarquias.

Neste ano de 2015, testemunhamos campanhas para apoiar programas de educação de crianças no exterior, coleta de itens como roupas, brinquedos, comida não perecível para serem enviados a pessoas necessitadas, no exterior e no país. Dentro do tempo de Ramandan também são incentivadas as visitas com a intenção de levar alegria e esperança aos doentes nos hospitais.

 Merecem atenção também as mulheres indocumentadas que estão com seus filhos no país, sem poder trabalhar.

Finalmente, os milhares de marítimos que trabalham, em situação  sub-humana, são visitados nos portos onde suas obsoletas embarcações estão atracadas. A eles é doado o  mais necessário, comida. É nessa atividade que o Apostolado do Mar da Igreja Católica forma equipe com islâmicos, anglicanos e outras religiões.

O retorno que colhemos de ações generosas não é sempre evidente, mas une as pessoas diferentes.’  


Fonte :

terça-feira, 17 de março de 2015

Um missionário brasileiro nas Arábias

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



Sensação de pluralidade e encontros humanos, culturais e religiosos : assim o sacerdote scalabriniano Padre Olmes Milani define seus primeiros 40 dias nos Emirados Árabes Unidos, onde prestará seu serviço nos portos locais, no âmbito do Apostolado do Mar. Durante anos, o missionário colaborou com o Programa Brasileiro quando atuava no Japão. Desta experiência resultou o livro ‘Do Japão para a Rádio Vaticano’, editado pelas Edições Loyola.

Ao deixar o país nipônico, Padre Olmes foi designado para o Centro de Imigrantes em Cuiabá (MT), onde trabalhou diretamente com os haitianos. Agora, Dubai é a sua nova residência :

‘Já se passaram 40 dias desde que desembarquei em Abu Dhabi, no dia 29 de janeiro de 2015. Confesso que cheguei com espírito calmo e o coração tranquilo. Pessoalmente, com muita vontade de conhecer o desconhecido e de me encontrar com o diferente. Elementos culturais e religiosos sempre me fascinaram e aqui estou para me expor a novas experiências, num ambiente novo.  Nunca parei um momento para descobrir os motivos de ter essa abertura; só sei dizer que me sinto bem de ser desafiado por um ambiente pluralista que me coloca em contato direto com expatriados de dezenas de países. Aqui é onde se dá o encontro de fronteiras.

O encontro, nas fronteiras dos seres humanos, é um espaço de enriquecimento e de confraternização de povos diferentes. Línguas, forma de participar nas celebrações religiosas, ritos litúrgicos, vestuário e religiosidade compõem uma biblioteca viva na qual as pessoas se enriquecem. Este ambiente é ainda mais significativo pelo fato de este canto Oriental do Sul da Arábia estar cercado por países marcados pelas intolerâncias, conflitos, revoluções e movimentos radicais. Os Emirados Árabes Unidos caracterizam-se pela tranquilidade, desenvolvimento e tolerância. Contudo, não podemos falar sempre de flores quando o assunto é a situação dos expatriados, ou seja, das pessoas que vem aqui para trabalhar.

Faz muita diferença morar num edifício onde as pessoas têm pouca ou nenhuma interação e inserir-se numa comunidade na qual os seres humanos de culturas diferentes participam das mesmas atividades. Desde minha chegada em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, fui acolhido na casa Bispo do Vicariato do Sul da Arábia, localizada no complexo da Catedral. Os sacerdotes da Catedral e da casa do Bispo são provenientes de cinco países : Índia, Suíça, Filipinas, Alemanha e Líbano.

Depois de uma semana em Abu Dhabi, viajei para o Emirado de Dubai, meu lugar definitivo no que se refere à moradia e trabalho.  Resido nas dependências da Igreja de Saint Mary´s, administrada pelos frades capuchinhos. Aqui moramos e participamos juntos nas orações, refeições, celebramos missas e reuniões, sacerdotes : da Índia, das Filipinas e do Líbano, (capuchinhos), da Ucrânia, (diocesano), da Irlanda (Missionários para a África) e eu (scalabriniano do Brasil), formando uma comunidade multicultural e institucional.

Dubai é ponto de passagem de missionários, bispos e núncios que vão e voltam do Oriente, ocasionando oportunidades excelentes para conversas enriquecedoras sobre a Igreja nos países da Ásia e Oceania.

A Igreja de Saint Mary`s, onde resido, se constitui num fenômeno interessante. Num final de semana que começa com o feriado de sexta-feira e continua com os dias normais de trabalho de sábado e domingo, recebe de 70 a 80 mil pessoas de mais de 20 países.  O programa de catequese conta com a participação de 8 mil crianças.

Durante o mês, são celebradas missas em 8 línguas e às sextas-feiras podem ser celebradas 15 missas, nas diversas dependências da Paróquia. Quanto a mim, sou escalado para missas em inglês para crianças, jovens e adultos. Havendo necessidade, presido casamentos e celebro batismos em espanhol, português e inglês. Existe a possiblidade de reunir, pelo menos uma vez por mês, as pessoas de língua portuguesa e espanhola.

Atualmente, estou na fase de finalização dos documentos exigidos para ter acesso aos diversos portos dos Emirados Árabes Unidos, onde exercerei a missão do Apostolado do Mar, em conjunto com a Missão para os Marinheiros da Igreja Anglicana, usando dos mesmos escritórios e formulários próprios para a Pastoral dos Marítimos. O trabalho será executado ecumenicamente, cada sacerdote exercendo suas funções de acordo com sua denominação cristã e em colaboração de cada um com os demais. Esse será meu trabalho principal.

Concluindo, posso dizer que estou gostando e me sinto feliz por estar num ambiente onde a característica é o encontro dos seres humanos, das culturas, da religiosidade e das denominações cristãs e religiosas a bordo dos navios e em terra.


Fonte :
* Artigo de http://www.news.va/pt/news/um-missionario-brasileiro-nas-arabias

http://www.diariors.com.br/site/cidades/sarandi/9354-sarandi-padre-olmes-milani-festeja-os-40-anos-de-sacerd%C3%B3cio.html

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Apostolado do Mar : Cardeal Vegliò pede solidariedade aos marítimos reféns de piratas

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)




Não podemos ignorar a situação penosa em que muitos pescadores e suas famílias estão vivendo.’ E um pensamento espiritual dirige-se aos marítimos, ainda reféns dos piratas, e aos familiares deles à espera’.

No signo da solidariedade, o presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Antonio Maria Vegliò, colocou esses dois pensamentos no centro de seu pronunciamento com o qual abriu na manhã desta segunda-feira, em Roma, o Encontro anual dos Coordenadores Regionais do Apostolado do Mar, que prosseguirá até a próxima sexta-feira, dia 24.

Em seu pronunciamento, o purpurado definiu urgente’ a adoção de medidas mais significativas para desenvolver abordagens antigas e novas ao cuidado pastoral voltado para o mundo dos pescadores’, pedindo aos capelães e voluntários que continuem estando ao lado dos que vivem o drama dos sequestros no mar e que mostrem aos familiares destes o rosto amoroso da Igreja’.

O Cardeal Vegliò evocou – à distância de um ano do Congresso do Apóstolo do Mar, realizado no Vaticano – as palavras de João Paulo II na Carta Apostólica Stella Maris – promover um espírito ecumênico no mundo marítimo (...) para encorajar e promover a cooperação e a coordenação recíproca dos projetos entre as Conferências Episcopais e os Ordinariatos locais’ – calando-as no cenário atual.

O cenário de um setor que – observou – está rapidamente se transformando com a abertura de novas rotas marítimas e a fusão das empresas voltadas para maximizar a eficiência e o lucro’.

Para fazer frente a isso, o presidente do dicastério vaticano convidou a reforçar a solidariedade entre as nações’ empenhadas nesta específica atividade pastoral na partilha de recursos’ e no desenvolvimento de competências nos vários setores da indústria marítima, em particular, da pesca.

Com um diálogo paciente – afirmou ainda – se deverá criar nas Igrejas nacionais e diocesanas a consciência e a atenção a esse ministério muito específico, de modo que o apostolado do mundo marítimo seja considerado parte da solicitude pastoral ordinária das Igrejas’.

Do ponto de vista organizativo, relativo ao Apostolado do Mar, o dicastério dos Migrantes subdividiu o mundo em nove regiões e confiou a um coordenador o cuidado pastoral de cada região.

As nove regiões do mundo são: América do Norte e Caribe, América Latina, África Oceano Índico, África Ocidental, Europa, Ásia do Sul, Ásia Oriental e do Sul, Estados Árabes do Golfo, e Djibuti. (RL)’ 


Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.news.va/pt/news/apostolado-do-mar-cardeal-veglio-pede-solidariedad


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Bento XVI e o Apostolado do Mar

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
 
‘No encerramento do XXIII Congresso Mundial do Apostolado do Mar, em fins de 2012, depois de congratular o Cardeal Antonio Maria Vegliò, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, o Papa citou os importantes temas tratados neste evento, tais como o anúncio do Evangelho a um crescente número de marítimos pertencentes às Igrejas Orientais, a assistência aos não-cristãos ou ateus e a tentativa de empreender uma colaboração ecumênica e inter-religiosa cada vez mais sólida.
 
De acordo com Bento XVI, o Pontífice alertou que a delicada situação dos marítimos, pescadores e navegantes desperta ainda mais a atenção da Igreja : 

Situações de injustiça, agravadas pelo processo de globalização, ainda caracterizam o trabalho dos marítimos, especialmente quando tripulações sofrem restrições para desembarcar, são abandonadas nos navios em que trabalham, ameaçadas pela pirataria ou prejudicadas pela atividade da pesca ilegal’. 

Em particular, o Papa dirigiu seu pensamento aos trabalhadores do setor de pesca e suas famílias, lembrando as atuais dificuldades ligadas à incerteza do futuro, pelos efeitos negativos das transformações climáticas e pela excessiva exploração dos recursos : 

A vocês, pescadores, que precisam de condições de trabalho dignas e seguras, salvaguardando o valor da família, a tutela do meio ambiente e a defesa da dignidade de cada pessoa, asseguro a proximidade da Igreja’– acrescentou Bento XVI. 

Na sequência, recordou que o Apostolado do Mar foi instituído em 1922 pelo Papa Pio XI, que encorajou os primeiros capelães e voluntários neste campo, missão confirmada por João Paulo II 75 anos depois. 

Desde o início do Cristianismo, o mundo marítimo foi um veículo eficaz da evangelização, a começar pelos Apóstolos até aos dias de hoje – fez notar Bento XVI. 

Também hoje a Igreja singra os mares para levar o Evangelho a todas as nações; sua presença capilar nos portos, as visitas que fazem cotidianamente aos navios atracados e o acolhimento fraterno nas horas de pausa das tripulações são o sinal visível da solicitude para com quem não pode dispor de um acompanhamento pastoral ordinário’. 

Concluindo, renovou aos agentes da pastoral do mar o ‘mandato eclesial’ que, em comunhão com as Igrejas locais de pertença, os coloca na primeira linha da evangelização de tantos homens e mulheres de variadas nacionalidades que transitam pelos portos.’

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Apostolado do Mar e o Migrante das Águas



Stella Maris’ é o título dado à Nossa Senhora pelos antigos navegantes, que se colo­cavam à sua guarda e proteção e tanto dependiam das estrelas para se orientar ao cruzar os mares.


Embora atue em todos os continentes, a Obra do Apostolado do Mar não é muito conhecida. Destaca-se pelo profundo zelo pastoral e humano à ‘gente do mar’ (navegantes, marítimos, alunos de insti­tutos náuti­cos e os que trabalham nos portos), às suas famílias, dependen­tes e comu­nidades associadas.

O início deste nobre empreendimento remonta a 1899 na cidade de Glasgow, na Escócia, fortemente ligado aos jesuítas e ao Apostolado da Oração. Tempos depois, em 1920, é agraciado com a bênção da Santa Sé.

Hoje, a alta direção está a cargo do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Mi­grantes e Itinerantes (PIME) e a coordenação está aos cuidados da Congregação dos Missionários de São Carlos Borromeu, conhecidos como Scalabrinianos, cujo carisma é lidar justamente com a mobilidade humana.

A Obra só deslanchou no Brasil em meados da década de 1970, por iniciativa de Dom David Picão, bispo diocesano de Santos.

Tendo como pano de fundo este porto, o maior da América Latina, relataremos uma dura rotina despercebida do povo em geral.

Os capelães e a equipe de visitadores – funcionários e leigos solidários – se deparam diariamente com inúmeras adversidades ao estabelecer contato nos navios atraca­dos: falta de pessoal fluente em inglês e falta de voluntários (há uma significativa diminuição no número de pessoas consagradas que se ocupam diretamente do minis­tério), ataque de piratas em pleno século XXI, sequestro de trabalhadores junto com as embarcações, más condições atmosféricas, perigo de acidentes em alto-mar ou no píer, pressões descabidas em torno do tempo de embarque e desembarque, salários atrasa­dos, tripulações abandonadas, doentes necessitando de amparo hospitalar, homicídios, suicídios, dentre outras mazelas.

Os visitadores acompanham os marítimos às casas de acolhida, conhecidas como ‘Stella Maris’ ou Seamen’s Center, e os trazem de volta ao porto.

Nestas casas, usufruem de atendimento espiritual: missa na capela ou mesmo nos navios, confissões e aconselhamentos para os católicos; local para cultos ecumênicos em conjunto com outras confissões religiosas, pois o trabalho pastoral é feito a todos, inde­pendente de raça, cultura, nacionalidade ou credo; além de serviços práticos de apoio ao doente, hospedagem, transporte, telefonia, internet, sala de jogos, recrea­ção e biblioteca, apesar dos recursos cada vez mais limitados.

Os ‘migrantes das águas’ - como também são conhecidos – têm diferentes origens e costumes, mas são recebidos como filhos de Deus. Em seguida, partem para seus destinos revigorados e reconfortados com a benção do Senhor.


Para conhecer melhor e/ou participar da Obra do Apostolado do Mar, contacte o coordenador da região América Latina e Caribe, diretor nacional e capelão do porto de Santos – Padre Samuel Fonseca Torres, C.S. (stellamarissantos@yahoo.es) na avenida Washington Luis, 361 – canal 3 – Boqueirão – Santos – SP - fone +55 (13) 3234-8910 e 9772-1191


Fontes: