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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Partir da família

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Imagem relacionada
*Artigo do Padre Fernando Domingues,
Missionário Comboniano


‘Um dia destes, passou no meu escritório um bispo de Madagáscar. Queria falar de uma preocupação que o acompanha desde quando chegou à sua diocese.
«Temos alguns rapazes – dizia ele – que se apresentam pedindo para serem aceites no seminário. Querem ser padres. Naturalmente, já fizeram um caminho de fé razoável, nas comunidades cristãs a que pertencem, não é que estejam sem bases cristãs. O problema que eu vejo – prosseguia – é que lhes falta uma experiência verdadeira de família
Esta diocese, Morondava, fica na costa ocidental da ilha, em frente de Moçambique. E o bispo sabe muito bem que nesta zona são poucas as famílias que têm um mínimo de estabilidade. A maior parte dos jovens nascem e crescem em famílias – quando há família! – desfeitas e refeitas sabe Deus como e quantas vezes!
Estes rapazes, sem uma verdadeira experiência de vida em família, como poderão um dia mais tarde, como padres, ser animadores de comunidades cristãs, eles que nunca experimentaram a comunidade humana por excelência que é a família? Como poderão reunir a ‘família de Deus’ se nunca souberam o que é viver em família?
Assim, este bispo sonha construir, perto da casa dele, uma casa onde possa acolher por um ou dois anos os seus futuros seminaristas. Ali, o objetivo principal será ajudá-los a viver como uma família, com um ou dois sacerdotes que organizam com eles a vida comunitária de trabalho, de oração e de estudo. Eles poderão, assim, recuperar pouco a pouco aqueles que eram os valores culturais mais importantes das famílias daquela zona, antes que chegasse a situação atual de desagregação geral das famílias. Solidamente enraizados nas melhores tradições culturais do seu povo, os jovens poderão então enfrentar a preparação teológica e pastoral para se tornarem verdadeiros pastores da família de Deus.
Gostei muito da conversa com aquele bispo malgaxe, cheio de vitalidade e de sabedoria ao mesmo tempo. O Papa Francisco gosta de dizer que, para o que é mesmo necessário na vida da Igreja, nunca nos hão de faltar os meios. Também neste caso, espero que seja mesmo verdade.
Afinal, o Natal que vamos celebrar daqui a pouco lembra-nos isso mesmo : Jesus, o fundador da nova família de Deus, começou, ele mesmo, por uma experiência prolongada de vida em família, bela mesmo se nem sempre fácil : primeiro em Belém e depois em Nazaré.
Precisamos de trabalhar para que os nossos padres, do presente e do futuro, sejam mesmo ‘homens de família’, pessoas com grande capacidade de construir e reunir à sua volta comunidades que sejam células vivas da grande família de Deus.’


Fonte :

terça-feira, 7 de março de 2017

O pastor visto a partir das Arábias

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo do Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano


‘Vejamos a definição que Cristo deu a si mesmo : ‘Eu sou o bom pastor.’ Na sua época, causou polêmica entre seus ouvintes porque pastor era um termo exclusivo para Deus, reis e líderes religiosos. Dizendo-se pastor, ele estava usurpando um título divino para atribui-lo a um ser humano.  Isso não era aceitável.

 A cultura bíblica e do Oriente Médio entram em colisão com a prática da ação de pastorear do Ocidente. Nessas duas partes do mundo, a ação do pastor tem pouca coisa em comum. Por isso, os cristãos ocidentais, carecem de muitas partes do mosaico da imagem do pastor, quando leem as escrituras. O motivo é a falta de conhecimento da cultura dos países do Golfo Pérsico. Aqui, o panorama, o cheiro, o ‘humorismo’ diário mudou pouco desde os tempos de Cristo.

No Ocidente, o proprietário mantém suas ovelhas em cercados. Para recolhê-las, ele pode ter dois ou mais cachorros que conciliados por assobios ou voz, correm juntando as ovelhas espalhadas latindo, ameaçando-as, ou até mesmo, mordendo-as levemente para que caminhem na direção certa. Elas se dirigem a um lugar sob a pressão e o medo. No ocidente, o pastor é alguém que usa os cachorros para juntar as ovelhas, ou, em tempos atuais, ziguezagueia com ruidosas motos para reuni-las em algum lugar.

O reverendo anglicano, Andrew Thompson, relata duas experiências. Enquanto caminhava numa estrada de terra na Jordânia, ouviu o cantarolar de alguém. Olhou na direção de onde vinha voz. Era um jovem caminhado à frente de um rebanho de ovelhas soltas. Quando alguma ficava para trás, ele a chamava pelo nome. Em outra ocasião, uma ovelha adulta entrou no jardim de sua moradia e se deliciava comendo as flores. Sob o olhar da esposa e dos filhos, por mais que tentasse enxotá-la, ela não se afastava por não entender aquela linguagem e tratamento. Nisso apareceu um jovem que a chamou pelo nome. Sob o olhar atônito do reverendo e sua família, a ovelha imediatamente saiu do jardim trotando atrás dele a pé.

Vejam as diferenças. Na cultura ocidental, as ovelhas se juntam sob a pressão dos gritos, assobios do proprietário e latidos dos cachorros. Prevalece o medo.  No Oriente Médio, o pastor caminha cantarolando na frente delas. No Ocidente, o pastor exerce autoridade sobre as ovelhas, enquanto no Oriente Médio elas são familiarizadas com sua voz que as chama pelo nome, indicando intimidade, companheirismo.

O Bom Pastor, ao invés de assustar, reprimir e forçar suas ovelhas para se reunir, caminha na frente e elas o seguem com alegria.’


Fonte :

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A visita do Pastor

   


No encontro com os jornalistas durante o voo de Santiago de Cuba para Washington, o Papa disse que a sua viagem à ilha caribenha teve um carácter 'muito pastoral' a favor dos católicos. Confirmando explicitamente uma intenção que pareceu evidente a quem quer que tenha seguido as etapas do itinerário papal. A isto é preciso acrescentar o declarado apoio — graças à decisão inesperada de unir numa única visita Cuba e Estados Unidos — à aproximação em andamento entre os dois países, para a qual contribuíram representantes dos respectivos episcopados católicos e que, com discrição, foi favorecida pelos bons ofícios da Santa Sé. 

A conclusão da etapa cubana desta viagem americana foi significativa em dois momentos emocionantes e apinhados de fiéis : a missa no santuário mariano nacional do Cobre e, em Santiago, a celebração com as famílias, quase uma introdução ao encontro mundial de Filadélfia e à assembleia sinodal, muito esperada e já iminente. Recebido em ambos os lugares com verdadeiro entusiasmo e carinho, o Pontífice inspirou-se nos episódios evangélicos da visitação de Maria a Isabel e das bodas de Caná para apresentar mais uma vez, e sem dúvida não só aos cubanos, a missão da Igreja e o papel insubstituível da família. 

No centro da meditação no Cobre esteve um aspecto apreciado por Bergoglio : a inquietação que, assim como depois do anúncio do anjo impele Nossa Senhora a visitar a idosa parente, também deve encorajar a Igreja a 'sair de casa'. A exemplo da Virgem, que em Cuba protegeu 'a luta de todos aqueles que sofreram para defender os direitos dos seus filhos'. As dificuldades nunca apagaram a fé, mantida viva entre numerosos obstáculos por 'avós, mães e muitos outros que, com ternura e afeto, foram sinais de visitação, de coragem e de fé' no seio de muitas famílias. E hoje 'a nossa revolução passa pela ternura', incentivando a sair das igrejas e das sacristias 'para construir pontes, abater muros e semear reconciliação', exclamou o Papa. 

Durante o último encontro das três jornadas cubanas, o Pontífice deixou uma exortação aos católicos, tecendo um novo e nobre elogio à família, igreja doméstica e lugar onde 'se une o passado que herdamos e o futuro que nos espera' : com efeito, aqui, no encontro quotidiano, 'aprendemos a fraternidade, a solidariedade', o acolhimento da vida e o perdão. Sem dúvida — acrescentou — em muitas culturas 'vão desaparecendo estes espaços, vão desaparecendo estes momentos familiares'. Mas a família salva de dois fenomenos como a fragmentação e a massificação, que transformam as pessoas 'em indivíduos fáceis de manipular e governar', frisou Bergoglio. 

Então as famílias, lugares onde se aprende a humanidade, não são um problema mas uma oportunidade, 'que devemos cuidar, proteger e acompanhar' : escolas do amanhã, espaços de liberdade e centros de humanidade, resumiu o Papa Francisco. Portanto, é necessário rezar na vigília do encontro de Filadélfia e do sínodo, 'para que saibamos todos juntos ajudar-nos — concluiu — a cuidar da família', descobrindo aquele Deus que vive no meio do seu povo e faz das famílias a sua casa. 


Fonte :  

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Uma página de metodologia missionária

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

XVI Domingo do Tempo Comum

Ano B – 19 de Julho de 2015

Jeremias 23,1-6
Salmo 22
Efésios 2,13-18
Marcos 6,30-34


Reflexões
  
‘Um novo e importante capítulo de metodologia missionária começa com as palavras de Jesus (Evangelho) : ‘Vinde comigo a um lugar isolado e descansai um pouco’ (v. 31). Palavras que fazem parte da missão que Jesus confia aos discípulos de então e de hoje. Também neste convite Jesus se revela mestre sábio e concreto. Tinha enviado os discípulos dois a dois, desprovidos de meios materiais, para o meio de gente desconhecida, para uma atividade nova no estilo e exigente nos conteúdos (anúncio do Reino, mensagem das bem-aventuranças), com a perspectiva de serem rejeitados… sem contar para além disso com a fadiga das viagens. Quem quer que tenha feito experiência pessoal de viagens missionárias compreende estes diversos tipos de fadigas, físicas e apostólicas. O stress, por vezes até ao esgotamento, acompanha muitas vezes a vida do missionário.

O convite de Jesus a descansar, a afastar-se para um lugar isolado, é uma medida de bom senso e de método. Manter um ritmo de repouso e de recuperação das forças físicas e espirituais, tomar distância das atividades para um tempo de reflexão e de avaliação, são mecanismos vulgares para recarregar as baterias. Mas Jesus vai além na sua metodologia missionária : Ele cria um espaço aos discípulos, para que relatem a missão, aquilo que fizeram e ensinaram (v. 30). Relatar a missão, dar conta dela a Jesus e aos companheiros de equipe, falar dela juntos, confrontar-se com outros, consolar-se e apoiar-se nas dificuldades, rever métodos e estratégias, discernir juntos… são passos de um estilo missionário vencedor. Jesus é o primeiro a querer ser envolvido neste processo de revisão : é Ele que pede tempo para isso e faz questão de estar presente, de ouvir, orientar… Também hoje, qualquer avaliação, para que seja eficaz, deverá fazer-se sempre, à luz da Palavra de Deus, diante do Sacrário, no seio de uma comunidade de irmãos e de irmãs. Isto é válido para a missão, como, de resto, o é para todas as atividades de desenvolvimento humano integral, que é parte da missão.

Jesus mantém o convite a retirar-se ‘para um lugar isolado’ (v. 31.32.), dado que ‘não tinham sequer tempo para comer’ (v. 31), mas, ao mesmo tempo, não é inflexível e dá provas de disponibilidade perante as emergências. Não se retira perante um novo assédio da multidão, pelo contrário renuncia ao seu sossego, tem compaixão da multidão e põe-se novamente a ensinar muitas coisas. Jesus sente uma comoção profunda pelas pessoas, ‘porque eram como ovelhas sem pastor’ (v. 34). Os guias políticos e religiosos do povo abandonaram-nas a si mesmas e procuram outros interesses. Já tinha acontecido no Antigo Testamento, como denunciavam os profetas Ezequiel, Jeremias e outros (I leitura) : ‘Ai dos pastores… Vós dispersastes as minhas ovelhas e as escorraçastes’ (v. 1-2). Por isso o Senhor compromete-se pessoalmente : ‘Eu mesmo reunirei o resto das minhas ovelhas de todas as regiões… Dar-lhes-ei pastores que as apascentem’ (v. 3-4). O Bom Pastor é Jesus, que dá a vida pelas ovelhas, derruba os muros da inimizade, reúne os filhos dispersos, reúne num só Corpo os que estão perto e os que estão longe, reconcilia e estabelece a paz entre todos, a preço do seu sangue, por meio da cruz (II leitura).

Deste modo Jesus torna-se o verdadeiro guia do novo povo de Deus, o modelo dos pastores e do rebanho (1Pd 5,1-2). Isto é válido para a Igreja e para a sociedade. Todo aquele que tem uma tarefa de guia, seja a que nível for, pode aprender de Cristo. Nele se inspira, emblematicamente, também a seguinte reflexão dirigida ao guia dos escoteiros : ‘Recorda, chefe dos escoteiros, se tu abrandas, eles param; / se tu cedes, eles regridem; / se tu te sentas, eles deitam-se; / se tu duvidas, eles desesperam; / se tu criticas, eles derrubam. / Se tu caminhas na frente, eles te ultrapassarão; / se tu dás a tua mão, eles darão a sua pele; / se tu rezas, eles serão santos’.’


Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.alem-mar.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EuFZpuZFpZDhIuAUsz



sábado, 25 de abril de 2015

O Bom Pastor abarca o mundo inteiro no seu Coração

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


IV Domingo de Páscoa – Ano B – 26 de Abril de 2015

Atos 4, 8-12
Salmo 117
1João 3, 1-2
João 10, 11-18


Reflexões

‘O Bom Pastor (Evangelho) é a primeira imagem usada pelos cristãos, desde as catacumbas, para representar Jesus Cristo, muitos séculos antes do crucifixo. ‘O bom Pastor é a versão suavizada do crucifixo. Suavizada só a nível figurativo, porque a substância é a mesma. Não é por acaso que no trecho de João a frase ‘dar a vida’ seja a mesma que explica o que significa ‘bom’, e aparece pelo menos cinco vezes’ (D. Pezzini). Jesus repete com insistência que ‘o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas’ (v. 11.15). Jesus é identificado com a imagem bíblica do pastor (cf. Êxodo, Ezequiel, Salmos…), e João releu-a em chave messiânica. Abunda mas expressões que indicam uma vida de estreita relação entre Jesus e as ovelhas : entrar-sair, abrir, chamar-escutar, conduzir, guiar, caminhar-seguir, conhecer, dar a vida… Até se identificar plenamente com o ‘bom pastor que dá a vida pelas ovelhas’ (v. 11.15). De notar que o texto grego usa um sinónimo : o pastor ‘belo’ (v. 11.14), isto é bom, perfeito, que une em si a perfeição ética e estética. Bela, ou seja, boa, é : uma pessoa, uma alma, uma colheita, um casal, etc. É assim, porque ‘a beleza salvará o mundo’, segundo a tese de vários autores atuais : F. M. Dostoievski, card. Carlo M. Martini, Bruno Forte, G. Bergantini…

Jesus dá a sua vida por todos : há ainda outras ovelhas a reunir, até formar um só rebanho e um só pastor (v. 16). Ele não renuncia a nenhuma ovelha, mesmo se estão distantes e não o conhecem : precisam todas de entrar pela porta que é Ele mesmo, porque Ele é o único salvador. A missão da Igreja move-se dentro destes parâmetros de universalidade : vida oferecida por todos, perspectiva de rebanho único, vida em abundância… Mesmo se o rebanho é numeroso, ninguém está a mais, ninguém se perde no anonimato; pelo contrário as relações são pessoais : o pastor conhece as suas ovelhas e estas conhecem-no (v. 14), chama-as uma a uma, pelo nome (v. 3). Há uma circularidade de vida e de relações entre o Pai, Jesus e as ovelhas, animados por uma mesma seiva de conhecimento e de amor (v. 15). Esta circularidade torna-se modelo para a missão pastoral da Igreja.

O intenso amor com que o Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas produz frutos extraordinários : faz de nós filhos de Deus (II leitura). João assegura-nos que ‘somo-lo realmente!’. E que um dia veremos Deus ‘tal como Ele é’ (v. 1-2). Com o dom da sua vida, o Bom Pastor tornou-se o Salvador único e universal, de todos. Afirma-o com firmeza o apóstolo Pedro, ao falar de Jesus Cristo perante o Sinédrio (I leitura) : ‘Em nenhum outro há salvação; pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos’ (v. 12).

Seguir as pegadas de Jesus ‘Bom Pastor’ é também o objetivo que se propõe hoje o 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, com o convite a refletir sobre o tema : ‘As vocações, dom da Caridade de Deus’. (*) É necessário ter confiança em Deus, que quer a vida e cuida do seu rebanho, e portanto suscita certamente os pastores que o guiem; mas é preciso que os chamados respondam ao apelo do ‘Senhor da messe’. A vocação de especial consagração (sacerdócio, vida consagrada, vida missionária, serviços laicais…) reforça-se solidamente na experiência pessoal de sentir-se amado e chamado por Alguém que existe antes de mim. Para qualquer tipo de vocação, é determinante sentir como verdadeira a palavra de Jesus : ‘Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me’ (v. 14). Trata-se de uma experiência fundante, que o teólogo protestante Karl Barth, superando o idealismo cartesiano, exprime assim : ‘Cogitor, ergo sum’ (sou pensado, logo existo). Sentir-se pensado por Deus faz-me viver, faz-me sentir grande, dá-me segurança, faz-me sentir filho e irmão, faz de mim um apóstolo.

Saber que vivo no coração de Deus abre-me ao mundo, torna-me disponível a partilhar os projetos e as preocupações do Bom Pastor, que tem ‘outras ovelhas’ (v. 16) a reunir, guiar, salvar. A proximidade e a contemplação do Bom Pastor faz-me ser Igreja missionária, com horizontes tão amplos quanto o mundo inteiro. Com esse fim é preciso habilitar as paróquias e as comunidades a não ser recintos tranquilos onde se cuida do que restou, mas campos de base onde se experimenta o encontro com o Ressuscitado e de onde se parte para anunciar Jesus aos que estão perto e aos que estão longe.’


Palavra do Papa Francisco

(*) ‘O Dia Mundial de Oração pelas Vocações nos lembra a importância de rezar para que o ‘dono da messe – como disse Jesus aos seus discípulos – mande trabalhadores para a sua messe’ (Lc 10, 2). Jesus dá esta ordem no contexto dum envio missionário : além dos doze apóstolos, Ele chamou mais setenta e dois discípulos, enviando-os em missão dois a dois (cf. Lc 10,1-16). Com efeito, se a Igreja ‘é, por sua natureza, missionária’ (Conc. Ecum. Vat. II., Decr. Ad gentes, 2), a vocação cristã só pode nascer dentro duma experiência de missão. Assim, ouvir e seguir a voz de Cristo Bom Pastor, deixando-se atrair e conduzir por Ele e consagrando-Lhe a própria vida, significa permitir que o Espírito Santo nos introduza neste dinamismo missionário, suscitando em nós o desejo e a coragem jubilosa de oferecer a nossa vida e gastá-la pela causa do Reino de Deus.’



Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.alem-mar.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EukAZlZyypkpjMteTk

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

São Martinho, Bispo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



‘Bastou o episódio do manto dividido em dois para abrigar contra o frio um mendigo encontrado à noite, quando estava de ronda, para torná-lo popular no decurso dos séculos. A vida de Martinho é constelada de gestos generosos.

Nascido na província romana da Panônia (Hungria), o pai, militar, o encaminhou à mesma carreira em Pávia, para onde fora destinado. Martinho foi logo promovido ao grau de circitor, isto é, de ronda noturna, e foi durante este serviço que dividiu seu manto com o pobre friorento.

Recebeu o batismo na Páscoa de 339 e continuou a vida militar até os 40 anos. Depois da dispensa foi para Poitiers encontrar-se com o bispo Hilário, que o acolheu em sua diocese, ordenando-o exorcista e hospedando-o em uma vila um pouco distante, onde Martinho levou vida monacal, logo rodeado de discípulos.

Surgiu assim o primeiro mosteiro da Europa, em Ligugé. Realizava-se assim sua grande aspiração, expressa na juventude e contrariada pelo pai, obstinadamente pagão. Mas em Ligugé permaneceu apenas dez anos.

O bispo de Tours havia morrido, e os fiéis logo pensaram em Martinho. Não foi fácil convencê-lo; para vencer sua resistência, tiveram de recorrer a um estratagema : um certo Rusticus convidou-o a sua casa, para visitar a mulher enferma e tocá-la com as mãos. Martinho não pôde subtrair-se a um ato de caridade e foi. Mas no caminho um grupo de cristãos raptou-o e levou-o a Tours, onde a população o aclamou bispo. Isso também aconteceu a Ambrósio em Milão e a Agostinho em Hipona.

Martinho foi consagrado bispo em 4 de julho de 371. E foi um pastor zeloso e ativo, sobretudo um grande missionário, porque não se limitou a guiar seu rebanho e a servir de árbitro entre os cidadãos e as autoridades romanas. Percorreu os campos e as vilas e preparou seus sacerdotes para a missão, fundando em Mormutier o primeiro centro de formação missionária da Gália.

Ao findar o outono de 397, estava em visita pastoral em uma paróquia rural quando sentiu avizinhar-se a última hora. Estendeu-se sobre uma rude mesa recoberta de cinzas e em oração esperou a morte, que chegou em 8 de novembro. No dia 11 de fevereiro realizaram-se as exéquias em Tours, onde foi colocado em uma simples tumba. Contra esta se enfureceram os huguenotes que, em 25 de maio de 1562, queimaram os restos mortais do grande bispo.’


Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=santo&id=479

segunda-feira, 22 de abril de 2013

QUO VADIS PETRUS?

Por Maria Vanda (Ir. Maria Silvia, Obl. OSB)


Caros visitantes,
 
Um momento de reflexão e emoção.

Esse Pastor que tanto nos guiou com suas palavras, ações e escritos.

Esse Teólogo de imensa envergadura, (nestes dias quase único), ainda tem muito a nos falar.

Espero que curtam.