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domingo, 21 de janeiro de 2024

Perdão: da dor à liberdade

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de João Melo


Perdoar é um caminho desafiador, uma tarefa que, muitas vezes, revela-se árdua diante das feridas profundas infligidas por aqueles mais próximos a nós, como familiares e amigos. Em alguns casos, o distanciamento se instala, deixando relações abaladas, enquanto em situações mais graves somos marcados pela violência que permeia essas conexões.

Contudo, a decisão ética de perdoar vai além do mero relacionamento interpessoal; ela implica interromper o ciclo tóxico do desgosto, do ódio e da vingança, que perpetua o ciclo de violência e sofrimento.

Nessa jornada de perdão, olhamos para o exemplo de Jesus, que, mesmo sendo injustiçado e crucificado, proferiu as palavras ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem’ (Lc 23,34). Ele nos ensinou que o perdão é uma escolha poderosa que transcende as injustiças, promovendo a reconciliação e a cura.

A extensão desse princípio cristão perpassa a reconciliação e a justiça para as pessoas mais descartadas da sociedade, da vida e missão da Igreja e do convívio familiar. A reconciliação é a cura das relações sociais feridas a partir do respeito à diversidade. Jesus acolheu todas as pessoas, independentemente de sua origem, religião, gênero, status social ou passado. Nele encontramos uma absoluta atitude de amor e inclusão. Ao perdoar e respeitar a diversidade, seguimos o exemplo daquele que ensinou que o amor supera todas as barreiras porque a reconciliação passa por toda forma de amor.

O perdão, em sua essência, é um ato libertador.

Ele não apenas redime o ofensor, mas também resgata o ofendido do peso do rancor, livrando-o do constante regurgitar da dor infligida. Apegar-se de forma doentia a uma relação ferida só serve para ocupar a mente e o coração, impedindo a abertura para outras relações e possibilidades de vida. Ao perdoar, encontramos a liberdade para explorar novos horizontes emocionais e construir conexões saudáveis. Ao mesmo tempo é crucial não infligir a si mesmo e aos demais a culpa pela suposta ‘inabilidade’ em perdoar. Cada pessoa tem seus próprios tempos e limites emocionais e, quando profundamente machucadas, podem carregar cicatrizes ao longo da vida.

O perdão não é um processo linear. Na verdade, é um caminho sinuoso que exige tempo, compreensão e compaixão. Reconhecer a própria vulnerabilidade e aceitar que o perdão é um processo gradual permite uma abordagem mais compassiva consigo mesmo e com os demais.

De fato, perdoar não é simplesmente absolver o erro alheio. Trata-se de uma jornada interna de cura que nos liberta das correntes emocionais que nos prendem ao passado. É uma escolha ética que transcende o desejo de retribuição, oferecendo a oportunidade de construir um presente e um futuro mais saudáveis.

Perdoar e respeitar a diversidade são pilares fundamentais para construir uma sociedade e relacionamentos saudáveis. Essas atitudes não apenas promovem a paz interior, também contribuem para a construção de comunidades mais compassivas e empáticas. Ao seguir os ensinamentos de Jesus somos desafiados a transcender as diferenças, nutrindo um espírito de perdão e aceitação que fortalece a harmonia e a diversidade em nosso convívio.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://revistaavemaria.com.br/wp-content/uploads/2023/11/dezembro-2023.pdf

domingo, 28 de novembro de 2021

O sentido do sofrimento

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Francisco Borba Ribeiro Neto


‘‘Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus estão mais altos do que a terra, assim estão os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos’ (Is 55, 8-9). De tempos em tempos me dou conta do quanto essas palavras são válidas para nós, que vivemos numa cultura que abandonou em grande parte suas raízes cristãs, de modo tal que frequentemente usamos critérios ‘mundanos’ acreditando estar seguindo a Jesus.

Quando contempladas numa perspectiva cristã, palavras como amor, felicidade e sofrimento têm um sentido radicalmente diferente daquele usado por nós cotidianamente – radical não tanto no sentido de diferente, mas no sentido de brotarem de uma outra origem e produzirem outros tipos de frutos. Ao me deter nesses temas, não tenho o interesse de escrever sobre mística e espiritualidade – coisa que outros em Aleteia fazem muito melhor do que eu – mas sim de chamar a atenção para as características da mentalidade cristã. Minha questão é não nos perdermos no caminho da fé, desorientados por uma falsa compreensão da experiência e dos valores cristãos.

Nossa visão sobre o sofrimento humano é um exemplo típico dessa divergência entre nosso olhar corrente e um olhar cristão. São João Paulo II desenvolve o tema em sua Carta Apostólica Salvifici Doloris, de 1984. Escrita poucos anos depois do Papa ter sofrido uma tentativa de assassinato, com uma dolorosa convalescença, o texto é não apenas uma reflexão teológica sobre o sofrimento, mas recolhe de certa forma a própria experiência humana de sofrimento do pontífice.

Verificar, antes de teorizar

Ninguém deseja sofrer. A busca do sofrimento por si mesmo é um ato masoquista que se choca com a natureza humana. Nada mais compreensível do que a nossa oração ser para que Deus ‘afaste de nós esse cálice’, como o próprio Cristo pediu (cf. Mt 26, 39). Contudo, a lógica de Deus parece ir em sentido contrário ao desejo humano…

Quando o Messias vem ao mundo, não vem livrar os seres humanos do sofrimento, mas sofrer como um deles. A inversão de expectativas chocou todo o mundo antigo, quando os cristãos passaram a pregar sua doutrina. Após séculos, nos acostumamos com essa perspectiva, contudo muitos em nossa sociedade deixam de aderir à fé por causa desse fato. Como pode um Deus onipotente e amoroso não nos livrar do sofrimento?

Os desígnios de Deus são misteriosos. Ele não seria Deus se nós – com nossos parcos recursos intelectuais – pudéssemos compreender a lógica com a qual orienta Sua criação ao longo de toda a eternidade. Mas, apesar disso, podemos nos aproximar dessa lógica se nos propomos a verificar a Sua promessa de amor a nós.

Curiosamente, trata-se de uma verificação muito semelhante ao método científico. O cientista não deduz como a natureza deve ser e a partir daí faz uma teoria. Ele, em primeiro lugar, observa o que acontece e, a partir da observação, procura entender a natureza. O que Deus pretende nos deixando sofrer? Por que deixou até mesmo seu Filho sofrer? A resposta a essas perguntas são misteriosas, mas estaremos ainda mais distantes de compreendê-las se não mergulharmos na experiência do sofrimento vivido à luz do amor de Deus.

O sentido é mais forte que a dor

O adulto sabe que existe uma experiência ainda mais terrível que sofrer : ver aqueles que muito amamos sofrerem. Objetivamente, a dor não é última palavra sobre a nossa vida. Um individualismo camuflado se introduz em nossa mentalidade quando imaginamos que a pior coisa que pode nos acontecer é sofrermos com algo que nos acontece. O pior é aquilo que faz a pessoa amada sofrer.

A dor vivida sem a perspectiva do amor se torna, de fato, o sofrimento maior. Mas não tanto pela dor em si, mas pela falta de um amor que lhe dê sentido. Os grandes amantes oferecem a própria dor pelo bem dos amados. Com isso, descobrem um sentido para o sofrimento – e esse sentido torna-se mais forte que a própria dor.

Deus quer que seus filhos muito amados descubram a força do amor, descubram que o amor é mais forte que o próprio sofrimento. Mas, só existe um modo de compreender esse fato : sofrendo com amor. O paradoxo do Deus amoroso que não tirou o sofrimento do mundo se revela como uma afirmação da força do amor.

Essa é uma das conclusões da Salvifici Doloris, que reputo como uma das obras mais essenciais do magistério da Igreja : sofrendo por nós, Cristo deu-nos a chance de nos tornarmos ‘coparticipantes’ de sua obra salvífica, ao também nós sofrermos por amor a nossos irmãos. A grandeza do sofrimento é poder ser doado, como gesto de amor. O sofredor – ao doar sua própria dor pelo bem de outros – está mais próximo do coração de Deus e da justa compreensão do Seu amor por nós.

Uma caminhada necessária

No momento mais aflitivo, chega a ser ofensivo dizer essas coisas a alguém. No auge da dor, todo sofredor acredita que seu sofrimento é incomparável ao dos demais. Um dos efeitos da dor é justamente entorpecer nossa racionalidade e dificultar uma abordagem objetiva dos problemas.

Por isso, a compreensão do sentido do sofrimento é uma questão que temos de enfrentar quando não estamos sofrendo. quando chegar o momento da angústia, os termos têm que estar claros, para que possamos fazer uma justa verificação do ‘significado salvífico da dor’.

Ser capaz de olhar o sofrimento com um olhar cristão não nos livrará da dor, nem nos colocará num conformismo resignado, mas nos abrirá cada vez mais para os horizontes ilimitados do amor.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2021/11/28/o-sentido-do-sofrimento/

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Abrindo espaço para a dor no Tempo da Páscoa

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

*Artigo do Padre Michael Rennier,

sacerdote católico ordenado através da Provisão Pastoral para ex-clérigos episcopais que foi criado pelo Papa São João Paulo II

 

‘A dor chega até nós nos momentos mais estranhos. Em um dia como a Páscoa, o mundo transborda de vida nova. No hemisfério norte, de onde escrevo, os dias estão ficando mais longos e o ar mais quente. No nosso quintal, a magnólia está em plena floração e os jacintos perfumam o jardim. As meninas correm freneticamente com seus vestidos amarelos, procurando ovos enfiados nas árvores. Na missa, o Aleluia volta a ser cantado e a homilia é sobre a Ressurreição.

Mesmo em meio a toda essa alegria, pode surgir um pensamento, uma dor, porque esta Páscoa não é como as Páscoas que passaram, e a próxima também será diferente. A vida muda e com essa mudança vem a perda. Talvez haja um assento vazio em sua mesa de jantar hoje que não estava vazio no ano passado.

A dor de Maria

Eu me pergunto que tristeza permaneceu no coração de Maria, mesmo quando ela se alegrou com o milagre da Páscoa? Seu filho estava vivo, sim, mas ela ainda havia testemunhado sua morte horrível apenas três dias antes. Não consigo imaginar que ela tenha processado o choque e estivesse imediatamente pronta para esquecê-lo. Ela, claro, foi capaz de vê-lo novamente, mas os entes queridos que você e eu perdemos ainda estão longe de nossos olhos. Temos fé de que os veremos um dia no céu, mas esse dia não é hoje. E assim a celebração se confunde com o luto.

Logo após um funeral, sempre há uma enorme demonstração de apoio. Chegam cartões e flores, telefonemas consoladores e companhia. É bem entendido que, se alguém perdeu um ente querido, precisa de um pouco de folga do trabalho e não estará no seu eu normal e feliz. Depois de cerca de uma ou duas semanas, porém, há uma expectativa de que é hora de começar a vida. Um limite de tempo foi atingido e qualquer tentativa de falar sobre a dor ou mesmo continuar processando-a emocionalmente em silêncio é considerada estranha ou um sinal de que algo está errado. As mensagens de apoio desaparecem à medida que todos voltam aos negócios normalmente.

Vivendo o luto

O luto é único e não pode haver uma expectativa definida de como uma pessoa deve enfrentá-lo. Somos todos diferentes e, à medida que uma perda persiste, ela afeta a todos nós de maneiras diferentes. O que significa carregar essa dor pelo resto da vida, sentir realmente a ausência de uma pessoa que foi para o túmulo? Não é saudável guardar essas memórias, permitir-se sentir a dor disso? É mórbido reconhecer isso? Parece-me que não é nada mórbido e todos nós precisamos continuar, pelo menos de alguma forma, a lamentar nossos mortos.

A intensidade da dor pode diminuir com o tempo, mas não vai embora totalmente e não devemos esperar que ela desapareça. Na verdade, a dor está conectada ao amor. Continuar a sentir a ferida da perda é sinal de que o vínculo de amor ainda está intacto, de que a morte não o superou. Simplesmente não convém ignorar a dor e não deve haver a obrigação de encobri-la ou fingir que não existe. Além disso, realmente não existem regras sobre como lamentar adequadamente. Você lida com isso do seu jeito e no seu próprio ritmo.

Direi, porém, que em minha experiência como padre, passando tempo com famílias enlutadas, há três pontos importantes a serem enfatizados :

Você não tem que seguir em frente

Não existe um cronograma segundo o qual você precise parar de sofrer. A dor pode diminuir. Pode levar algum tempo ou muito tempo. É verdade que a vida não pode parar totalmente quando alguém morre, e precisamos continuar buscando felicidade e alegria. Entretanto, é possível fazer isso no contexto do sofrimento que continua. Você pode nunca seguir em frente inteiramente.

Você não tem que viver em negação

Muitas vezes, não sabemos como enfrentar nossa tristeza e acabamos em negação ou proferindo clichês. Esta é uma solução rápida que, na verdade, não corrige nada. Ao sofrer, é importante se expressar honestamente e não entorpecer a dor.

Você não precisa dizer ‘pelo menos …’

Não vale a pena dizer : ‘Pelo menos ele está em um lugar melhor agora’ ou ‘Pelo menos ele viveu uma vida plena.’ Pode parecer melhor agarrar o lado bom, mas na verdade isso não é nada mais do que um instinto protetor para entorpecer a dor, para se afastar de seu impacto. Isso é compreensível, mas para sofrer de maneira saudável, devemos reconhecer a perda e não pular para uma falsa racionalização.

Enfim, na Páscoa de todos os dias, a morte e a vida estão abraçadas na totalidade da experiência humana. Não podemos ter um sem o outro. Se quisermos celebrar a vida, também reconheceremos a realidade da morte. O luto sempre estará conosco, mas lembre-se, é um sinal de amor. Talvez por isso chegue até nós nos momentos mais estranhos, porque o amor é sempre uma surpresa.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2021/04/05/abrindo-espaco-para-a-dor-no-tempo-da-pascoa/

terça-feira, 7 de julho de 2020

O luto e a dor humana

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)        

Why “It is better to go to the house of mourning.” – Targuman

*Artigo de Dom Walmor Oliveira de Azevedo,

Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, MG

Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

 

Há um clamor silencioso, mas ensurdecedor, que vem do luto das famílias de vítimas da Covid-19 


‘O mundo acompanha, pelos meios de comunicação, a dor do luto sofrida, anonimamente, por uma grande multidão, revelando, de maneira desconcertante, o sofrimento humano, provocado pela pandemia da Covid-19. Muitas famílias sequer tiveram a oportunidade para se despedir de seus entes queridos. Uma dor sem bálsamo, um peso necessário ante as exigências para a prevenção de novas contaminações. Há, pois, um clamor silencioso, mas ensurdecedor, que vem do luto dessas famílias. Esse clamor deve sensibilizar a sociedade, para que seja adotada a lógica da compaixão solidária, capaz de aliviar a dor dos enlutados e de promover a aprendizagem de um novo jeito de viver. 

É preocupante a indiferença em relação ao luto vivido pelo outro. Essa indiferença, entre tantas outras, aumenta ainda mais o risco de um colapso humanitário. A insensibilidade para a dor do outro, que é irmão, impede a construção de um tempo novo para a humanidade, pois leva à banalização da vida – um dom precioso. Sua preciosidade deve ser tratada com ternura, nobre reverência e sempre a partir de gestos solidários entre as pessoas. É nessa perspectiva da solidariedade que se deve, inclusive, lidar com as muitas perdas que fazem parte da vida. No caminho oposto – o da indiferença – é ainda mais difícil passar pelo luto, não somente aquele provocado pela morte, mas também pelo fim de ciclos. Cegamente, muitas vezes, as pessoas não aceitam nem a perda daquilo que, na verdade, constitui oferta para o bem de todos. Em vez da consolação, essas pessoas cultivam a revolta. 

O luto é inevitável nas circunstâncias da vida humana, mas pesa muito mais aquele que se origina nas irresponsabilidades, a exemplo do que é imposto pela atual pandemia. O luto torna-se especialmente pesado quando não é vivido adequadamente, pois não se alcança a sua fecundidade dolorosa, a força de redenção que surge nos limites próprios da condição humana. Não se pode tratar o luto com indiferença. Trata-se de experiência a ser vivida considerando a singularidade de sua dor, a consolação que se recebe das pessoas próximas, a oportunidade para aprendizados e qualificação da própria existência, alcançando sentidos profundos sobre o dom da vida. 

Assim é o luto cristão, caminho experiencial terapêutico que se distingue por estar fundamentado na esperança. Essa experiência no contexto da fé cristã é convite a vislumbrar, para além da separação terrena, o reencontro com Deus. Os cristãos consideram seus falecidos não como pobres mortos – eles são os que nos precedem e nos esperam diante de Deus. A morte provoca uma separação muitas vezes desconcertante. Há os que ficam extremamente desconsolados e até deixam de enxergar sentido na vida. O luto cristão se assenta na certeza da vida pós-morte. Assim, reorienta o viver de enlutados, ajuda a permear o coração com recordações consoladoras dos que morreram. E, mesmo na impossibilidade do contato, na invisibilidade, continua forte a presença de quem parte, ajudando a superar tristezas e angústias dos que ficam. 

A fé cristã leva à certeza da vida eterna, conquistada com Jesus – Filho de Deus. Sua morte e ressurreição abriram as portas da vida que nunca passa. A morte é um trânsito pascal, significação luminosa que devolve a certeza de uma vitória definitiva. Essa certeza, se cultivada, ameniza a sensação de fracasso que a perda e a partida sempre trazem. A dor da morte impõe sempre o luto, alguns ainda mais dolorosos, sobretudo por circunstâncias incompreensíveis à racionalidade humana. O cristão também sente o trauma da morte biológica, com as suas angústias e sofrimentos, mas deve deixar-se orientar sempre por uma luz amorosa : a vitória da vida sobre a morte, bálsamo para a dor humana. No caminho indicado por essa luminosidade, os que professam a fé em Jesus devem se comprometer com a vida, zelar por ela em todas as suas etapas. Isto inclui saber sobre a tarefa cristã de se dedicar aos enlutados, sensibilizar-se ante a dor do próximo, que é irmão, tratando-a com o bálsamo da consolação e da solidariedade. 

Neste contexto contemporâneo de tantas feridas, de corações tomados pela dor, é urgente que cada pessoa busque ser presença solidária, compartilhando palavras que devolvam a esperança. Trata-se de cumprir missão paraclética, isto é, consoladora, responsabilidade de todos – uns cuidando dos outros, unidos, para levar luz aos momentos de luto e aliviar a dor humana.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/artigo/8902/2020/07/o-luto-e-a-dor-humana/