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terça-feira, 15 de julho de 2025

Nossa Senhora do Carmo: uma devoção mariana relacionada ao Antigo Testamento

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo do Frei Gregorio-Henrique Pinho Chiozzotto, OP

 

‘Quando se propõe a um frade dominicano falar a respeito de devoções de outras ordens mendicantes, coloca-se um enorme desafio diante dele. É isso que você, caro leitor, está testemunhando neste texto. Mas, como bom dominicano que tento ser, buscarei dar o meu melhor para falar sobre Maria Santíssima sob o título de Nossa Senhora do Carmo. Este título não está vinculado a nenhuma aparição, como aconteceu em Fátima (Portugal), Guadalupe (México) e Lourdes (França), mas surgiu a partir da devoção de um grupo específico.

No início do século XI¹, no tempo das Cruzadas, muitos soldados cristãos optaram por retirar-se ao Monte Carmelo — no norte da região da Palestina, atual Israel — para viver uma vida de oração, penitência e austeridade como eremitas. Tal lugar foi escolhido por eles por estar intimamente ligado à vida de Elias, figura maior dentre os profetas do Antigo Testamento, que inclusive os representa no episódio da Transfiguração de Jesus. No Carmelo, o profeta vence os profetas do — falso — deus fenício Baal, conforme é relatado no Primeiro Livro dos Reis.

A partir do século XIII, com a queda do reino cristão de Jerusalém e as diversas derrotas das Cruzadas, os muçulmanos passaram a perseguir os cristãos em toda a Palestina, especialmente os vinculados aos lugares santos, como o Monte Carmelo. Por isso, os eremitas dali precisaram tomar uma decisão entre dois bens : o martírio ou a continuidade de seu estilo de vida. Os que, a exemplo dos primeiros cristãos, optaram por testemunhar sua fé em Cristo com a vida, regaram com seu sangue a fé e os propósitos dos que escolheram conservar o carisma carmelita em outras terras. Estes migraram para a Europa, onde o Papa Inocêncio IV adaptou a Regra de Santo Alberto de Jerusalém — um dos primeiros eremitas carmelitas — às necessidades da Igreja, sem perder a essência da vida carmelita, aprovando-os como Ordem Mendicante em 1247, sob o título de Nossa Senhora do Carmo. Este título já era utilizado desde o crescimento da vida eremítica no Monte Carmelo, ainda que não fosse oficialmente reconhecido.

Ao longo dos séculos, a Ordem dos Carmelitas cresceu bastante, passando por reformas no século XVI pelas mãos de Santa Teresa d’Ávila e São João da Cruz, ambos Doutores da Igreja. Junto com ela, também cresceu a devoção a Nossa Senhora do Carmo, principalmente por meio do escapulário. E o que seria, de fato, a escapulário? Etimologicamente, a palavra significa ‘aquilo que se usa sobre a escápula (ombros)’. Na vida religiosa consagrada, algumas ordens e congregações têm o escapulário como parte integrante de seu hábito. Para nós, dominicanos, ele é sinal tanto de trabalho — por ser como um avental que cobre toda a frente e as costas da pessoa — quanto de proteção de Maria Santíssima, como uma couraça ou armadura. Por isso, é abençoado por nossos superiores no dia de nossa primeira profissão, tornando-se, portanto, um sacramental.

Para os carmelitas², também há o significado de proteção de Maria Santíssima, sendo estabelecido em 1251, após o superior geral da Ordem, São Simão Stock, rezar no dia 16 de julho a Nossa Senhora do Carmo, pedindo que a Ordem, então em profunda crise, não chegasse ao fim. Neste momento, a própria Mãe de Deus lhe apareceu, entregou-lhe o escapulário e prometeu sua proteção materna a todos que o utilizassem com devoção. Essa data, então, tornou-se a festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo.

Inicialmente, o uso do escapulário estava limitado aos membros da Ordem Carmelita (os frades, na Primeira Ordem; as monjas, na Segunda Ordem; e os leigos e sacerdotes seculares, na Terceira Ordem), como parte integrante de seus respectivos hábitos. No entanto, seu uso foi sendo ampliado a todos os membros da Igreja Católica e adaptado em seu formato, especialmente quanto ao tamanho.

Hoje, qualquer sacerdote pode impor o escapulário a qualquer fiel, e essa imposição deve ser feita apenas uma vez ao longo da vida, mesmo que se precise substituir o objeto. Ela deve ser feita com o escapulário de pano, mesmo que depois se passe a utilizar um de metal. Se o seu escapulário se quebrar ou romper, basta adquirir um novo, solicitar a um padre que o abençoe e voltar a usá-lo normalmente, sem necessidade de nova imposição. Para aqueles que não fazem uso do hábito carmelita, o escapulário é como uma corrente de pescoço contendo, em uma ponta, a imagem de Nossa Senhora do Carmo e, na outra, a de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Essa devoção está ligada, também, a alguns benefícios espirituais para quem o utiliza com fé e devoção — e não como amuleto ou por cega superstição³. O primeiro deles é a proteção de Maria Santíssima, tanto nesta vida quanto no julgamento final, conforme prometido por ela a São Simão Stock. Além disso, ela prometeu abreviar o tempo no purgatório aos que o usassem, no que se chama de Privilégio Sabatino — ou seja, no sábado seguinte à morte daquele que usava o escapulário, ele seria libertado do purgatório. É evidente que essa linguagem é simbólica, pois na eternidade (céu, purgatório e inferno) não há contagem de tempo. O ‘tempo’ no purgatório refere-se ao período necessário para a purificação das penas temporais dos pecados ou até que se recebam indulgências suficientes.

Há também indulgências parciais para os que usam diariamente o escapulário, e indulgências plenárias para os que o impõem nas festas de Nossa Senhora do Carmo (16/07), São Simão Stock (16/05), Santo Elias (20/07), Santa Teresinha (01/10), Santa Teresa d’Ávila (15/10), de todos os santos carmelitas (14/11) e São João da Cruz (14/12).

Se você ainda não recebeu a imposição do santo escapulário, procure recebê-la. Nossa Senhora do Carmo, Flor do Carmelo, rogai por nós!’

 

Referências :

[1] ‘Origem do Carmelo’, site do Carmelo Cristo Redentor (São José – SC). Disponível em: <https://carmelocristoredentor.org.br/nossa-historia/origem-do-carmelo/>.

[2] Fr. Edimar Fernando Moreira, O. Carm, ‘Escapulário de Nossa Senhora do Carmo: Uma reflexão pastoral e espiritual’. Disponível em: <https://carmelitas.org.br/escapulario-de-nossa-senhora/>.

[3] Uma monja carmelita, ‘O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo’. Disponível em: <https://padrepauloricardo.org/blog/o-escapulario-de-nossa-senhora-do-carmo?gad_source=1&gclid=Cj0KCQjwir2xBhC_ARIsAMTXk87pFNpgsV5BfuqHFBEyB6sDANBojyF5aIIuAqd-13yi8U0pOZrGwskaAugMEALw_wcB>. 

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://revistaavemaria.com.br/nossa-senhora-do-carmo-uma-devocao-mariana-relacionada-ao-antigo-testamento.html

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Nossa Senhora do Carmo e as promessas do escapulário

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo do Frei Adailson Q. Santos


O Escapulário do Carmo está ligado a uma venerável tradição carmelita referente à ‘visão’ de São Simão Stock. Promessas foram feitas por Nossa Senhora do Monte Carmelo, que ainda fazem com que devotos utilizem com fé essa ferramenta de santificação.

As várias gerações do Carmelo, desde as origens até hoje, no seu itinerário até à montanha santa, Jesus Cristo nosso Senhor, procuraram plasmar as suas vidas segundo os exemplos de Maria. A nossa devoção e o nosso amor por Ela centraram-se, durante muitos séculos, no Escapulário. O rico patrimônio mariano do Carmelo tornou-se, através dos tempos e por meio da difusão da devoção do Santo Escapulário, um tesouro para toda a Igreja. Pela sua simplicidade, pelo seu valor antropológico e pela relação com o papel de Maria na Igreja e na humanidade, esta devoção foi profundamente e amplamente recebida pelo povo de Deus, a ponto de encontrar expressão máxima na sua solenidade no dia 16 de julho, para toda a família carmelitana.

No sinal do Escapulário evidencia-se uma síntese eficaz de espiritualidade mariana, que alimenta a devoção dos crentes, tornando-os sensíveis à presença amorosa da Virgem Mãe na sua vida. O Escapulário é essencialmente um ‘hábito’. Quem o recebe é agregado ou associado à Ordem do Carmo, dedicando-se ao serviço da Senhora para o bem de toda a Igreja. Quem veste o Escapulário é introduzido na terra do Carmelo, para que ‘coma os seus frutos’ (cf. Jer 2:7), e experimente a presença doce e materna de Maria, no empenho cotidiano de revestir-se interiormente de Jesus Cristo e de manifestá-lo vivo em si mesmo para o bem da Igreja e de toda a humanidade.

O Escapulário, por ser aprovado, confirmado e enriquecido de imensos privilégios, tem uma instituição eclesiástica. Foi a própria Igreja que o adotou como um sacramental. A graça conferida é a proteção especial de Nossa Senhora. Mas não a confere por si mesmo, pois não é um sacramento, mas apenas um sacramental. Aqueles que o usam devem implorar e merecer os benefícios por uma vida de dedicação a Maria Santíssima. Os benefícios do Escapulário do Carmo não são conferidos automaticamente. O Escapulário não é um remédio milagroso contra os males do corpo ou da alma, nem a garantia infalível de uma morte em estado de graça, ou da rápida libertação do Purgatório. É tão somente um motivo especial para que tal aconteça. As pessoas que usam o Escapulário devem merecer essas graças e benefícios por um modo de vida que corresponda ao sentido do Escapulário, isto é, por uma vida sinceramente cristã, pelo cumprimento dos deveres de cada dia, sob o olhar da Virgem Santíssima.

O Escapulário é um sinal ou indício de uma predileção inestimável de Amor. O segredo do cristão é a entrega de toda a sua vida a Maria, e ela o assistirá em todas as dificuldades, estando sempre próxima de quem a invocar, como desde há dois mil anos. Sua proteção é particularmente necessária na hora da morte. Diante do mistério desconhecido, pedimos ansiosamente a mão carinhosa da Mãe para que nos conduza e proteja, ajudando-nos a enfrentar a obscuridade, até sermos introduzidos no Reino da luz.

O Santo Escapulário do Carmo é uma recordação da especial proteção que a Santíssima Virgem uniu ao piedoso uso do seu hábito. Sua proteção estende-se durante toda a vida e especialmente na hora da nossa morte, como pedimos na Ave Maria : ‘rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte’ e como ela prometeu a São Simão Stock : ‘Filho caríssimo, recebe este Escapulário como sinal de proteção da tua Ordem. Eis o sinal da salvação!’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://revistaavemaria.com.br/nossa-senhora-do-carmo-e-as-promessas-do-escapulario.html

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Nossa Senhora do Carmo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB


Oração a Nossa Senhora do Carmo


“Nós vos suplicamos, Senhor,
que nos assistais
com a intercessão poderosa da
Santíssima Virgem Maria,
mãe e rainha do carmelo,
para que, guiados pelo seu exemplo e proteção,
subamos o monte da perfeição que é Cristo. Amém.”





Introito : Vultum Tuum - Sanctissimi Nominis Mariae