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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

A prática leva à perfeição

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Fabrício Veliq,

teólogo protestante


‘A prática leva à perfeição. Quem nunca ouviu essa frase? Em qualquer área em que se atua, tal ditado é mencionado como incentivo para que se chegue a certo estágio almejado, insistindo na persistência da ação para o aprimoramento de certa habilidade.

Embora aquilo que o ditado nos diz seja facilmente assimilado, é muito comum que em nosso cotidiano queiramos que resultados cheguem o mais rápido possível e com o menor esforço possível. Esse tipo de desejo se manifesta grandemente nos ambientes profissionais. Quem nunca ouviu falar de algum/a colega que, entrando em determinada empresa, com apenas 01 ano já acreditava que poderia ser o chefe de todas as pessoas que com ele/a trabalhava?

Ou ainda, quantos de nós já não nos sentimos frustrados por pensarmos que estamos demorando demais para a aprender algum conceito, alguma ferramenta para o trabalho, ou ficarmos bons em algum esporte? Essa curva de aprendizagem, fortemente conhecida, nem sempre é bem assimilada e não são poucas as pessoas que ao tentarem fazer com que tal curva seja menor, acabam em uma cobrança exacerbada de si, ou tornando tal caminho ainda mais longo.

Toda pessoa que se dedica a algo há algum tempo tem mais clareza do processo dessa aprendizagem, e muito provavelmente, também já experimentou a ansiedade de acompanhar essa curva. Contudo, uma vez alcançado aquilo que se deseja (o cargo, o conhecimento, o corpo etc.) se percebe que tal processo foi fundamental e, mais ainda, a não desistência da prática constante foi essencial para o resultado.

Com relação às coisas do cotidiano e do trabalho não temos muita dificuldade de entender esses processos. Na verdade, de alguma forma, tais processos já estão tão internalizados que achamos muito pouco provável que alguém que não se dedica a algo será um/a expert nele.

Quando, porém, movemos da área do trabalho para as áreas pessoais, é comum que tal princípio de que a prática leva à perfeição não seja tão bem internalizado assim. Tomemos, por exemplo, a questão dos relacionamentos interpessoais. Que todo relacionamento tenha seu momento de grande empolgação e depois se torne estável e sem grandes rompantes é o desejável de muitas pessoas e, no geral, é o que acontece. Basta perguntarmos às pessoas que se relacionam há muito tempo e é praticamente unânime a fala de que a paixão arrebatadora do início tenha dado lugar à constância da relação e à monotonia do dia a dia, sem com isso fazer com que tal relacionamento caminhe para um término.

Ao contrário, é comum que se mencione que diversos ajustes foram feitos ao longo da caminhada e que cada um foi se adaptando ao modo de vida do outro, sendo necessária uma prática constante e diária a fim de fazer com que tal relação perdurasse. Em outras palavras, o amor que sentiram um pelo outro, e que os fizeram se relacionar num primeiro momento, é sustentado por meio das práticas amorosas no dia a dia e, sem tais práticas o próprio relacionamento estaria terminado.

Se falamos sobre a relação com Deus, ela se dá da mesma forma. Quanto mais praticamos aquilo que Deus deseja de nós (que amemos uns aos outros), mais expert ficamos nessa arte e mais próximos dele também ficamos. Ou seja, nas palavras de Willian James, ‘nossa prática é a única evidência segura, até para nós mesmos, de que somos genuinamente cristãos’.

Dessa forma, não adianta somente ler e estudar sobre fé, sobre trabalho, sobre relacionamentos, ou o que quer que seja. Sem a prática constante, todo conhecimento se torna somente enciclopédico e, efetivamente, não muda em nada a vida daqueles e daquelas que estão ao nosso redor.

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/noticia/1553442/2021/12/a-pratica-leva-a-perfeicao/

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Jovem migrante educado ao ateísmo torna-se bispo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Dom Arjan Dodaj celebrando a missa em Tirana, na Albânia
Dom Arjan Dodaj celebrando a missa em Tirana, na Albânia 

*Artigo de Andrea Tornielli,
jornalista


‘Pelo telefone, no eco de suas palavras, percebe-se ainda a surpresa pelo que lhe aconteceu. O anúncio da sua nomeação. A sua história é uma das muitas pequenas grandes histórias que acontecem na Igreja. Arjan Dodaj, 43 anos, nasceu em Laç-Kurbin, no litoral da Albânia, e aos 16 anos chegou à Itália, atravessando o Mar Adriático em um barco de migrantes. Fugiu do seu país em uma noite quente e estrelada de setembro de 1993, rumo à Itália, em busca de futuro e de um modo de ajudar sua família pobre. Trabalhou como soldador e jardineiro, com jornadas intensas de até 10 horas por dia. Encontrou uma comunidade cristã que o fez se sentir em casa. Assim descobriu sua fé cristã, que permanecia no seu DNA graças às orações que sua avó lhe ensinava cantando. Dez anos depois foi ordenado sacerdote pelo Papa João Paulo II na Fraternidade Sacerdotal dos Filhos da Cruz, Comunidade de Maria. Em 2017 voltou ao seu país, como sacerdote fidei donum. No dia 9 de abril passado, o Papa Francisco nomeou-o bispo auxiliar da arquidiocese de Tirana-Durazzo.

Cheguei à Itália, logo depois da queda do comunismo – conta o novo bispo eleito – naquele momento não era possível obter o visto regular. O único modo era chegar com os barcos de migrantes. Infelizmente muitos barcos partiam e nem todos chegavam’. Arjan nasceu e cresceu em uma família da Albânia comunista e foi educado ao ateísmo. ‘Nasci em um contesto no qual eram proibidos todos os sinais que recordavam a fé. Nos primeiros anos da minha vida, nunca soube da existência de Deus. Os meus pais, infelizmente, eram muito submetidos ao efeito do comunismo. Porém, meus avós rezavam ao Senhor’.

Aprendi a fé com minha avó

Foi a sua avó materna que lhe inculcou as primeiras palavras da fé. ‘O meu primeiro encontro com as coisas de Deus é como um refrão dentro da minha cabeça, dentro da minha alma. A minha avó era totalmente livre, apesar das ameaças, e vivia a experiência da oração. Na época, não sabendo escrever, aprendeu as orações cantando. Por isso conhecia as orações em rimas, sabia a doutrina. Somente quando cheguei à Itália, que me dei conta que muitas coisas, por exemplo sobre os sacramentos, ela me dizia cantando em casa, enquanto trabalhava, enquanto limpava a casa. Cantava. Assim eu também aprendi. Aprendi a segunda parte da Ave Maria. Fazia com que eu dissesse sempre a segunda estrofe. Assim me transmitia Deus’.

Na Itália no barco de migrantes

Pouco depois da queda do comunismo, Arjan tenta abandonar o país. ‘Como muitos outros jovens tinha feito várias tentativas. A primeira vez nosso barco enguiçou e não pôde partir… Hoje agradeço ao Senhor, porque não sei o que poderia ter acontecido, estávamos todos amontoados, com superlotação. Aventuras inacreditáveis, realmente um êxodo. Nas tentativas seguintes pude entrar em um daqueles barcos que partiam do litoral da minha cidade, em uma laguna muito linda, onde ia muitas vezes quando era criança. Partimos na noite de 15 de setembro de 1993. Graças a Deus, o mar estava bem calmo, o Senhor nos preservou. Lembro muito bem do momento em que abandonávamos lentamente a costa albanesa. Naquele momento migrava toda a minha existência, a minha história, lembro daquele céu estrelado, daquela noite quente. Dentro de mim, sentia a separação daquele mundo, daquela vida, da minha família’.

Assim nasceu a minha vocação

O novo bispo auxiliar de Tirana sublinha : ‘Hoje vemos muitas pessoas chegarem nos barcos de migrantes. Creio que deveríamos pensar a estas separações, a estes sacrifícios, a estas existências, tão dolorosas, porque se não fossem dolorosas não viriam!’. Graças a alguns amigos que tinham emigrado à Itália pouco antes dele, Arjan encontrou refúgio na região de Cuneo, em Dronero no norte da Itália, e tornou-se aprendiz de soldador : ‘Consertava aros de bicicletas. Depois trabalhei também na construção civil e como jardineiro, assim podia mandar dinheiro para sustentar a minha família, porque éramos muito pobres’. Alguns amigos o convidaram para um encontro na paróquia. ‘Eu trabalhava muito, muitas vezes até mais de 10 horas por dia, e à noite estava sempre cansado. Não tinha muitas amizades. Disseram-me que na paróquia local havia um animado grupo de jovens, guiados pelo padre Massimo, ligado à Comunidade Casa de Maria. Ali me senti muito bem mesmo! Encontrei a familiaridade que me faltava naquela delicada fase da minha juventude’.

Ordenado padre pelo Papa João Paulo II

Arjan foi batizado e em 1997 pediu para ser acolhido na Fraternidade Sacerdotal dos Filhos da Cruz, Comunidade Casa de Maria em Roma, onde se preparou para ser padre. Com dificuldades a serem superadas com seus pais. Dez anos depois do seu desembarque na Itália, foi o Papa João Paulo II quem lhe impôs as mãos na cabeça, na sua ordenação na Basílica de São Pedro. ‘Em 1993, ano que cheguei na Itália, o São João Paulo II visitou a Albânia. O país tinha saído da ditadura, parecia uma trincheira a céu aberto, com muita miséria e pobreza, mas ao mesmo tempo desejo de novidade. Eu também, como muitas crianças e muitas outras pessoas, recordo da grande multidão que acompanhava o Papa das calçadas de Tirana até Escodra. A sua figura sempre me acompanhou, assim como a de Santa Madre Teresa. Enquanto saíamos da ditadura Madre Teresa derramava sobre nós o bálsamo da ternura, do amor, da bondade, da esperança que sabia doar a muitos pobres em várias partes do mundo’.

Padre Dodaj trabalhou em várias paróquias e se tornou capelão da Comunidade albanesa de Roma. Em 2017 o arcebispo de Tirana George Anthony Fredo pediu para o padre Arjan prestar serviço na sua diocese. O superior da comunidade Casa de Maria, padre Giacomo Martinelli, e o cardeal Vigário de Roma, Angelo de Donatis, permitiram. O sacerdote voltou ao seu país como fidei donum.

Jamais esperaria isso

Agora chega a sua nomeação a bispo auxiliar. ‘Sou sincero… jamais teria pensado ou desejado algo semelhante. Estava muito feliz vivendo no contexto paroquial, no contexto familiar diário que sempre vivi, com a minha comunidade, com os paroquianos, com as pessoas que nos são confiadas. Agora aconteceu mais este chamado, esta nomeação do Papa Francisco. Acolhi com a confiança no Senhor, em Nossa Senhora, e com a obediência à Igreja’.

Muçulmanos também ficaram contentes

Muitos se alegraram com a escolha do Papa : além dos fiéis e cristãos de outras confissões também os crentes muçulmanos. A Albânia, foi primeiro país europeu visitado pelo Papa Francisco, e hoje é considerada o símbolo da boa convivência entre as várias religiões. ‘Não é tolerância religiosa – diz padre Arjan – é muito importante mudar palavras e entender que para nós é harmonia, familiaridade, espírito de grande colaboração e apoio recíproco’.’


Fonte :



terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

A cadeira de rodas como púlpito

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Texto elaborado com base na entrevista feita pelo 
Padre Manuel Augusto Lopes Ferreira, 
missionário comboniano


‘«Encontro-me totalmente imobilizado, mas sinto uma plenitude de mente e de coração, sonho uma realização que antes não conhecia. Esta cadeira de rodas tornou-se para mim o melhor dos púlpitos», afirma o padre Manuel João, missionário comboniano afetado há dez anos pela esclerose lateral amiotrófica (ELA). 

O P.e Manuel João Correia nasceu em Penajóia, Lamego. Ordenado sacerdote a 15 de Agosto de 1978, vive os primeiros anos de sacerdócio missionário na comunidade comboniana de Coimbra, dedicando-se à animação missionária e vocacional dos jovens.

Em 1985, é destinado ao Togo, na África Ocidental. Em 1993, o P.e Manuel João é chamado a Roma como coordenador do sector da formação no Instituto Comboniano.

Regressa ao Togo em 2002 e é eleito superior provincial dos Missionários Combonianos do Togo, Gana e Benim.

No fim de 2010, chega a notícia inesperada, como relata aos seus amigos : «Deixarei o Togo e voltarei à Europa, sem saber o que me espera. A doença que me foi diagnosticada (ELA) segue o seu curso. Também eu me pergunto : porque é que isto me aconteceu? Mas respondo sempre a mim mesmo : e porque é que não havia de te acontecer? Por que é que acontece aos outros e a ti não devia acontecer? Revisitando lugares e pessoas, a mente corre para o passado, recordando a primeira vez, a minha chegada à missão, jovem missionário pleno de sonhos e entusiasmo. Então, tudo era novo para mim, e lancei-me, de corpo e alma, nesta aventura. As dificuldades do início, a adaptação ao clima, o esforço por aprender a língua e os costumes, o empenho e o desafio de uma nova cultura... não diminuíram o meu entusiasmo. Hoje, muitas coisas mudaram; mudou a África e a sua gente, o rosto da Igreja e dos missionários... e também eu mudei, como é natural!»

Sempre em missão

A doença afasta o P.e Manuel João de África, mas, para ele, este retorno forçado à Europa é uma nova oportunidade e um recomeço : «Regresso sereno, convicto de que o Senhor continuará fiel à promessa que me fez: estarei sempre contigo, para dar sentido à tua vida! Regresso, por isso, convicto de que o melhor ainda está por chegar! Como o vinho do milagre de Jesus nas bodas de Caná! Termino a minha missão louvando o Senhor e acolhendo o seu convite para retomar o caminho

O novo serviço missionário do P.e Manuel João é determinado pela natureza da ELA, doença do foro neurológico que, gradualmente, priva a pessoa dos movimentos musculares. Em Roma integra-se na equipa que coordena a formação permanente do Instituto Comboniano. Resiste ao decurso da doença movendo-se primeiro com as muletas e depois em cadeira de rodas, superando os prognósticos dos médicos. No início, explica, «a doença é como um muro que corta completamente todas as perspectivas de vida, os sonhos que se tinham, as realizações que se queriam fazer». No entanto, pouco a pouco, o P.e Manuel João deu-se conta que, «em qualquer circunstância, a vida oferece novas oportunidades, que, no final, se revelam muito mais fecundas».

Em 2016 deixa Roma para ser transferido para a comunidade de Castel D’Azzano, em Verona, onde, como afirma «possa ser melhor assistido, porque a minha inseparável companheira, a ELA, não me deixa». Parte, afirma, «para responder a um outro chamamento de Deus, para deixar as minhas seguranças e partir, mais uma vez, em missão. Trata-se da penúltima missão, porque a última será aquela que nos será confiada no Paraíso. Disponho-me a vivê-la com o empenho e a generosidade dos trabalhadores da última hora da parábola evangélica

O P.e Manuel João, agora com 68 anos, já ultrapassou a esperança média de vida desde que a enfermidade lhe foi diagnosticada. Encontra-se limitado fisicamente, mas o seu coração mantém-se livre e missionário. «Por vezes penso naquilo que poderia ter feito se não tivesse esta doença que me conduziu à imobilidade total... Mas penso que esta é a condição, este é o lugar onde vivo a minha vocação missionária e onde a minha vida é mais fecunda. Com esta doença encontro-me num espaço reduzido, mas aqui posso viver com fecundidade apostólica. Deus pode fazer, e faz, grandes coisas mesmo neste pequeno espaço em que vivo. Experimento que pequenas coisas, a que antes dava pouco valor, como a palavra, o sorriso, a serenidade, a capacidade de escuta e de empatia... surpreendem-me como instrumentos de graça que Deus usa para tornar fecunda a minha vida. Esta cadeira de rodas tornou-se para mim o melhor dos púlpitos.»-’


Fonte :

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Olhar positivo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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‘Com a viagem à Armênia o Pontífice realizou outra visita do coração, nascida já na Argentina do costume e da amizade com os filhos exilados de uma terra áspera como as suas pedras e doce como as melodias dos seus cânticos. E de modo análogo a imagem do seu povo é «uma vida de pedra e uma ternura de mãe» sintetizou o Papa Francisco, abrindo a longa conferência de imprensa no voo de regresso a Roma com a recordação daqueles dias : «tinha tantos contactos com os armênios, ia muitas vezes às suas missas», e também «uma coisa que normalmente não me agrada fazer» como os jantares, «e vós fazeis jantares pesados!», acrescentou sorrindo.

Na visita e na conversa com os jornalistas enlaçaram-se a dimensão ecumênica e a política, mas no sentido traçado por Paulo VI numa reflexão que remonta às primeiras semanas de pontificado, nas quais precisamente a «política papal» é definida «iniciativa sempre vigilante pelo bem do alheio». Hóspede de Karekin II, em quase todos os momentos da visita, o Pontífice foi acompanhado pelo «supremo patriarca e católicos de todos os armênios». E a viagem foi selada com a assinatura de uma declaração, mais um passo num «caminho comum já muito progredido» rumo à unidade. Que, como disse o Papa, não é «uma vantagem estratégica», e muito menos submissão ou absorção, mas adesão à vontade de Cristo para oferecer ao mundo o testemunho do Evangelho.

E é a história que ensina que ao longo dos séculos o testemunho cristão dos armênios atravessou provações tremendas, até aos massacres de há um século, «trágico mistério de iniquidade» que o Papa Francisco não hesitou em definir «genocídio». Sem intenções ofensivas ou reivindicativas, mas para repetir que as atrocidades infligidas então são «os sofrimentos dos membros do corpo místico de Cristo», como escreveu João Paulo II, e por conseguinte «nos pertencem», repetiu o seu sucessor, frisando que «recordar não só é oportuno», mas é «um dever». Como explica uma frase que o Pontífice escreveu de seu punho depois de ter prestado homenagem às vítimas no memorial de Tzitzernakaberd : a memória é «fonte de paz e de futuro».

O olhar positivo do Papa Francisco, reafirmado com tranquila determinação na longa conversa com os jornalistas, funda-se sobre a fé e sabe precisamente que a memória assim purificada se torna «capaz de se encaminhar por sendas novas e surpreendentes». E foram as veredas do encontro e da reconciliação que o Pontífice pediu que os jovens percorram, enquanto na declaração comum a oração se eleva «por uma mudança do coração» de quem persegue os cristãos e as outras minorias étnicas e religiosas no Médio Oriente.

Olhar positivo que na conferência de imprensa o Papa confirmou acima de tudo : falando do papel da mulher na Igreja, do reconhecimento das culpas dos cristãos pelas faltas que se acumularam ao longo da história, do concílio Ortodoxo de Creta, do diálogo ecuménico com os protestantes e da situação da União europeia depois do referendo britânico. Amparado pelo seu predecessor que se prepara para festejar o sexagésimo quinto aniversário de ordenação sacerdotal, definido com afeto «o homem que me guarda os ombros e as costas com a sua oração».’


Fonte :
* Artigo na íntegra