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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Sudão: maior número de crianças deslocadas do mundo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Rosa Martins


Cerca de 3, 5 milhões de crianças foram forçadas a fugir de suas casas no Sudão : é a maior crise de deslocamento de menores no mundo. Precisamente 253 bebês e crianças foram evacuados com segurança neste mês dos centros de trânsito em Wad Madani, principal cidade de Aljazira, para um local mais seguro no país.

O deslocamento desses menores se deu após o início dos combates no Estado de Aljazira. Muitas dessas crianças estão migrando pela segunda vez, após terem sido retiradas dos orfanatos de Mygoma, em Cartum, no início deste ano, com o início da guerra em abril.

De acordo com o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no Sudão, Mandeep O'Brien, ‘a recente escalada do conflito e o fato de que essas crianças tiveram que se deslocar de áreas anteriormente consideradas mais seguras, é um lembrete cruel do preço contínuo que a guerra está cobrando das crianças’.

Para O’brien, a passagem segura foi possível graças à cooperação e à facilitação de ambos os lados do conflito e ao apoio de parceiros importantes. ‘No entanto, enquanto os combates continuarem, nenhuma criança no Sudão estará verdadeiramente segura’, enfatiza.

Uma força-tarefa entre o Ministério do Desenvolvimento Social, o Unicef e parceiros está sendo realizada a fim de fornecer às crianças cuidados médicos, alimentação e nutrição, apoio psicossocial. Soma-se ainda, a estas atividades momentos lúdicos e educacionais, ajuda aos cuidadores e o trabalho com autoridades afins e parceiros relevantes na busca de famílias adotivas para as crianças.

No Sudão, 14 milhões de crianças precisam, com urgência, de ajuda humanitária

Em todo o Sudão, mais de 14 milhões de crianças precisam urgentemente de ajuda humanitária para salvar vidas, o maior número já registrado no país. A guerra no Sudão resultou na maior crise de deslocamento de crianças do mundo. Cerca de 3,5 milhões de crianças foram forçadas a fugir de suas casas devido aos combates.

Mais da metade dos Estados do Sudão (10 dos 18), estão agora em conflito ativo.

Esta escalada da violência continua a ameaçar a vida e o futuro de famílias e crianças : muitas instalações fechadas, danificadas ou destruídas. Os serviços básicos de saúde e nutrição, educação, água, saneamento e proteção foram interrompidos.

O UNICEF, continua a pedir um cessar-fogo imediato em todo o Sudão e reitera seu apelo a todas as partes envolvidas no conflito para que respeitem o direito internacional humanitário e os direitos humanos. Pede que seja garantida a proteção das crianças e que facilitem o acesso humanitário imediato, seguro e sem obstáculos às crianças e famílias nas áreas afetadas. Sem esse acesso, as crianças privadas de ajuda humanitária básica e vital, permanecerão ameaçadas e vulneráveis.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2023-12/sudao-maior-numero-criancas-deslocadas-mundo.html

domingo, 18 de junho de 2023

Fora dos escombros, através dos olhos das crianças, a devastação da Síria

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

*Artigo de Beatrice D'Ascenzi


As fotos das crianças que se tornam uma lente de aumento do país destruído. Durante a 7ª Conferência de Apoio ao Futuro da Síria e da Região, em Bruxelas, na Bélgica, foi apresentada a mostra ‘Fora dos escombros : terremotos e a destruição do conflito através dos olhos das crianças’. Uma exposição fotográfica para contar a perspectiva dos pequenos fotógrafos, através do poder de suas fotos. Gianluca Ranzato, gerente humanitário da organização, falou ao Vatican News sobre o objetivo do projeto : ‘A mostra fotográfica é uma tentativa de dar voz às crianças, porque é essencial perceber que o olhar delas deve nos guiar’.

‘Se olharmos as imagens que as crianças nos ofereceram’ - explica Ranzato, ‘o que chama a atenção é como as imagens das áreas afetadas pelo terremoto e as das áreas não afetadas sejam tão tristemente parecidas’. As fotos dos prédios demolidos, ruas cheias de entulho e falta geral de infraestrutura, descrevem um desconforto certamente agravado pelo terremoto, mas já presente na vida dos pequenos fotógrafos porque, como sublinha mais uma vez o gestor humanitário : ‘O terremoto foi um desastre terrível que atingiu um país que vive 12 anos de guerra e uma profunda crise econômica. Isso leva a grande maioria da população a depender de ajuda humanitária e a ter dificuldades de acesso a alimentos, com todas as consequências que isso acarreta’.

O impacto econômico do terremoto

Por meio dessas fotos, as crianças foram capazes não apenas de contar suas experiências, mas também uma perspectiva que muitas vezes por causa da pouca idade é marginalizada, trazendo à tona as dificuldades que surgem para quem vive num território em conflito, como explica ainda Ranzato : ‘As famílias colocam em prática, para enfrentar a falta de alimentos, muitas vezes levam as crianças ao trabalho infantil, casamentos precoces, tráfico humano. As crianças sabem que têm direito a uma vida feliz, a serem protegidas e a uma educação, basta ouvi-las para ter uma bússola clara para intervir’.

Ser criança na Síria

Muitas dessas crianças nunca conheceram um país em paz. Uma situação que tem um efeito fortíssimo na sua saúde mental, que Save the Children tenta proteger ao máximo : ‘Para essas crianças é normal ter 9 e 10 anos e não terem visto nada além do conflito, a destruição e cenários de guerra’, continua Gianluca Ranzato. ‘Isso nos faz entender como é necessário focar nossa atenção na Síria’, disse ele, ressaltando que existe o risco de comprometer seu futuro, deixando-as sozinhas para lutar com as feridas da alma com as quais cresceram. ‘Sem dúvida, esses traumas se curam com o passar das gerações. Não podemos pensar que não haverá consequências para uma população, que no futuro ninguém pagará por esta falta de bem-estar, mas devemos dar um raio de esperança procurando juntos curar essas crianças’, conclui o representante de Save the Children Itália.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2023-06/save-the-children-siria-criancas-guerras.html