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domingo, 25 de junho de 2023

Solidariedade para além da lama, histórias dos “anjos” no Kivu do Sul

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Lucas Duran


'O olhar vivo, o sorriso que nunca cede à resignação, em sinal de esperança. Nem sequer diante da tragédia. A irmã Yvette Lwali Zawadi, da casa generalícia das Irmãs Angélicas em Roma, está em contacto permanente com as suas irmãs na República Democrática do Congo ( RDC ). «Muitas delas — diz — perderam familiares e conhecidos por causa das derrocadas e dos deslizamentos de terra. Uma tragédia que as une ainda mais às populações locais, todas à procura dos corpos dos seus entes queridos. Pode dizer-se que se consideram afortunados aqueles que podem dar sepultura aos próprios entes queridos».

A casa generalícia das Irmãs Angélicas de São Paulo situa-se na via Casilina, uma das periferias de Roma, e é sempre na periferia da capital do Kivu do Sul, Bukavu, que as Irmãs desempenham o seu trabalho.

«No Kivu do Sul — diz a irmã Yvette — estamos presentes com cerca de 55 irmãs e três casas. A primeira, em Murhesa, fica apenas a 30 km de Bukavu, mas não se deve pensar em quilometros como aqui na Itália. Poucas milhas na RDC podem significar horas de viagem». As outras duas casas situam-se um pouco mais longe, precisamente em Kavumu e Kahele. Esta última, além das recentes inundações, é uma zona onde se registaram numerosos casos de violência causados pela instabilidade política e que afetaram sobretudo as mulheres.

Através dos nossos projetos, continua a Ir. Yvette, «optamos por dar prioridade às escolas e à educação. Na RDC , as escolas públicas são muitas vezes uma quimera e a maior parte das pessoas não tem possibilidade de pagar as mensalidades das instituições privadas. As nossas escolas acolhem cerca de 900 alunos e procuramos apoiar em particular a educação das adolescentes e das mulheres jovens, que são frequentemente discriminadas na educação. Não é fácil, até porque os custos são elevados. É também por isso que ativamos, há algum tempo, um programa de adoção à distância, através do qual qualquer pessoa pode ajudar-nos na nossa missão».

Ao lado da educação, as Irmãs Angélicas de São Paulo na República Democrática do Congo estão ativas em hospitais e orfanatos, mas também através de um verdadeiro trabalho de apostolado nas áreas mais remotas, onde apoiam famílias que cultivam pequenas parcelas de terra, especialmente mulheres sozinhas que devem sustentar e educar os próprios filhos. «Todos os meses — diz a irmã Yvette — nos encontramos com as mães e as crianças e procuramos dar-lhes o que precisam. No orfanato de Kahele há muitos casos de subnutrição grave e as irmãs fazem o que podem para apoiar os mais pequeninos necessitados».

A escolha do tipo de ação a realizar e dos beneficiários a assistir é supervisionada pela Arquidiocese de Bukavu, mas a presença da Congregação no Kivu do Sul desde 1963 é, por si só, a primeira garantia da eficácia das intervenções. «Afinal de contas — evidencia a irmã Yvette — as relações com as instituições locais baseiam-se geralmente na confiança e na colaboração. Um dos problemas mais delicados continua a ser, em todo o país, e não apenas no Kivu do Sul, o do pagamento dos professores que, muitas vezes, não recebem os salários durante longos períodos. A presença das nossas escolas representa, neste sentido, uma lufada de ar fresco e as pessoas veem-nos como um ponto de referência e de esperança».

«O nosso compromisso — conclui a Irmã Yvette — baseia-se no carisma da nossa congregação, a renovação do fervor cristão. O mesmo fervor que acompanhou a visita do Papa Francisco à República Democrática do Congo, que teve lugar entre 31 de janeiro e 3 de fevereiro de 2023. E mesmo que o Pontífice não tenha podido visitar Goma, a capital do Kivu do Norte, como estava inicialmente previsto, o simples facto de ter empreendido a viagem apostólica à RDC após o seu cancelamento forçado em julho de 2022, foi para toda a população do nosso país um sinal de esperança e, realmente, de renovado fervor cristão».’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.osservatoreromano.va/pt/news/2023-06/por-023/solidariedade-para-alem-da-lama-historias-dos-anjos-no-kivu-do-s.html

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Esperança cristã: a confiança de que a morte não tem a última palavra

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)        

 
*Artigo de Fabrício Veliq,

teólogo protestante

 

‘Se estamos no mês em que celebramos a esperança no cristianismo, não é de se espantar que, novamente, outro texto reflita sobre esse ponto fundamental da fé cristã. Afinal, o cristianismo desde seus primórdios se mostrou como a religião da esperança. Quando Paulo, no início do seu ministério, anunciava o retorno iminente de Cristo, acreditando até mesmo que seria um dos que veriam a volta do salvador nas nuvens do céu, anunciava a esperança de que aquela perseguição e opressão que seu povo passava teria um fim. Esperava confiantemente que tudo aquilo passaria em um momento próximo e, assim, anunciava que Jesus estava às portas.

Da mesma forma, cerca de 40 anos depois das primeiras pregações paulinas, alguém de nome João escrevia o Apocalipse, um tratado de esperança que se encontra no Novo Testamento. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, esse livro nunca teve o intuito de trazer medo para o povo de Deus e, muito menos, ser um manual que ensinava a ler os sinais dos tempos para prever quando alguma coisa aconteceria no futuro. Desde as suas primeiras páginas anuncia a razão da esperança cristã, o Cristo ressurreto que está à direita do Pai e que, no meio das igrejas que formam a Igreja, caminha e sofre juntamente com ela a perseguição que a assolava e, consolando-a, anunciava que a libertação estava para chegar.

A mensagem do Apocalipse mostrava às igrejas perseguidas do primeiro século que tal perseguição não seria para sempre, que o mal não teria a última palavra, que por mais poderoso que o Império Romano poderia parecer, Deus é aquele que reina soberano sobre toda terra e está atento ao sofrimento de seu povo, promovendo consolo e anunciando a derrota dos opressores num futuro breve.

Lembrar-se da esperança cristã hoje se mostra também tarefa importante. Em um momento no qual lidamos com uma pandemia que já matou milhões de pessoas ao mesmo tempo em que temos um governo negacionista e que não demonstra o menor interesse em promover o bem-estar da população, até os mais animados começam a encarar com desânimo o futuro. Não são poucas as pessoas que pensam que tal pesadelo nunca terá fim, que a morte vencerá e que o desespero permanente é inevitável.

Diante disso, a mensagem do Apocalipse se mostra como arauto da esperança. Em Apocalipse 20,14 se afirma que a morte e o inferno serão lançados no lago de fogo. Os símbolos do inferno (o lugar da sepultura, o sheol, que na cultura do povo judeu, era para onde os mortos iam quando morriam), e do lago de fogo (símbolo para a aniquilação) utilizados por João precisam ser lidos como sinais de esperança e não de medo, como quiseram fazer os diversos folclores criados na Idade Média a respeito do inferno, como câmara de tortura para onde vão os que não são cristãos.

A esperança de que na nova criação de todas as coisas (Ap 21) não haverá mais morte (e consequentemente o lugar para onde os mortos vão) é uma mensagem poderosa que precisa ser sempre relembrada. A morte não tem a última palavra, o desespero não é quem dita o futuro. Ainda que os momentos ruins pareçam não ter fim, a esperança de que as estruturas geradoras de morte e os diversos infernos pelos quais a humanidade passa não permanecerão para sempre deve servir de motivação para que não desistamos de lutar por uma sociedade mais justa e digna. É por se ter esperança que não se deve desistir de assumir a causa dos aflitos, necessitados, pequeninos e perseguidos.

Um novo amanhã há de nascer e nele, o sol da justiça brilhará com toda sua força.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/noticia/1488491/2020/12/esperanca-crista-a-confianca-de-que-a-morte-nao-tem-a-ultima-palavra/

sábado, 18 de janeiro de 2020

Olhe para o mundo hoje e amanhã: não há razão para ter medo


 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 FRANCISZKANIN
*Artigo de Tom Hoopes,
escritor


‘Eu estava conversando com uma estudante assustada outro dia. Olhando para o mundo, ela não via nada além de escândalos e oposição à fé católica.

Ela estava preocupada. ‘A Igreja tem futuro?’, perguntou-me. ‘Você está brincando?’, eu respondi. ‘O futuro da Igreja nunca me pareceu mais brilhante! A Igreja tem respostas sólidas para cada um dos males do mundo de hoje’, eu disse.

Não devemos ter medo do mundo, devemos ter misericórdia e sair em seu auxílio!’ Não a convenci. Mas ela ficou pensando.

A Igreja Católica sempre esteve à beira da morte. E à beira de uma grande vitória. Os cardeais dizem que escolheram o Papa Francisco porque ele entende isso. ‘Não tenha medo de ir e trazer Cristo para todas as áreas da vida’, disse depois de se tornar Papa.

Instituições católicas nos EUA e no mundo estão fazendo exatamente isso. O Benedictine College, no Kansas, onde eu trabalho, tem reunido pessoas para falar sobre como transformar a cultura. Líderes da indústria, líderes de opinião e especialistas no assunto estão nos ajudando a planejar um futuro melhor.

O que precisa mudar? Muito. As comunidades estão se desgastando porque os vizinhos não se conhecem, o discurso político tóxico transforma discordância em ódio, e as tecnologias de smartphone e games conectam estranhos de maneira superficial, deixando os membros da família se sentindo isolados uns dos outros. A fé está desaparecendo em muitas comunidades, e o crime e o suicídio estão aumentando.

Quando você suprime o desejo por Deus, isso é muito perigoso psicologicamente. Eu vejo isso o tempo todo na forma de vícios e depressões profundas’, disse o bispo de Los Angeles, Robert Barron. ‘É perigoso fechar as portas para Deus.’

Mas a Igreja insiste que os católicos ainda são capazes de transformar o mundo – e até explica como.

O propósito do Evangelho, na verdade, é transformar a humanidade a partir de dentro e torná-la nova’, explicou São João Paulo II, em O Evangelho da Vida.

Como o fermento que fermenta toda a massa, o Evangelho pretende permear as culturas e dar-lhes vida a partir de dentro. O truque é parar de pensar do modo que São Pedro fez depois da crucificação, e começar a pensar da maneira como ele fez depois de Pentecostes.

Após a crucificação, tudo parecia perdido. Jesus havia sido morto. O império e o establishment religioso estavam trabalhando em conjunto para se opor aos cristãos, e ninguém parecia se importar com o que eles tinham a dizer.

Depois de Pentecostes, todos esses fatos permaneceram os mesmos, mas agora eles sabiam que Cristo havia ressuscitado dos mortos e que o Espírito Santo – o próprio Deus – estava com eles.

Daquele dia em diante, o cristianismo nunca parou de crescer. Cresceu das ruínas do templo depois que foi destruído e cresceu das ruínas do império romano depois que desmoronou.

Como a cultura da Europa foi transformada? O Papa Bento XVI recebeu seu nome do grande santo a quem ele atribuiu a renovação da ‘civilização e cultura’ do Ocidente.

Hoje, para buscar um progresso verdadeiro – ele disse – ouça a Regra de São Bento como uma luz para guiar nosso caminho. O grande monge ainda é um verdadeiro mestre.

Quando São Bento escreveu sua Regra, a cultura de seu tempo estava em colapso em muitos dos mesmos aspectos que o nosso mundo de hoje.

As comunidades foram se desgastando quando as estradas romanas, em decomposição, se tornaram perigosas, e o comércio diminuiu. A fé rachou quando várias comunidades seguiram seu próprio caminho, inconscientes ou desinteressadas pelo que a Igreja ensinava.

As taxas de alfabetização decaíram para irrisórias, e grandes obras da civilização foram perdidas ou ignoradas. Os mosteiros de São Bento e Santa Escolástica acenderam pequenas luzes na escuridão. E bastou isso para reacender as luzes. As abadias tornaram-se os centros de comunidade, fé e erudição.

Dos mosteiros vieram gigantes espirituais como São Gregório Magno, São Bonifácio, Agostinho de Cantuária e Santa Hildegarda, que espalharam a luz de Bento aos reinos pagãos da Europa e a alastraram como fogo.

A mesma coisa pode acontecer em nossos países hoje. Quando o cardeal de Nova York, Timothy Dolan, visitou o Kansas, ele disse : ‘O sonho e o desafio dos beneditinos de renovar a cultura através do ensino superior católico é tão revolucionário hoje quanto era no século VI.

As mesmas três ferramentas – comunidade, fé e erudição – podem transformar a cultura de hoje. Então não tenha medo do mundo. Pense nisso como um gigante desafio que precisa desesperadamente de nós.’


Fonte :

domingo, 17 de junho de 2018

Com humildade e confiança


Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Imagem relacionada
*Artigo do Padre José Antonio Pagola


‘A Jesus preocupava-o que os seus seguidores terminassem um dia desalentados ao ver que os seus esforços por um mundo mais humano e ditoso não obtinham o êxito esperado. Esqueceriam o reino de Deus? Manteriam a sua confiança no Pai? O mais importante é que não esqueçam nunca como hão de trabalhar.

Com exemplos tomados da experiência dos camponeses da Galileia anima-os a trabalhar sempre com realismo, com paciência e com uma confiança grande. Não é possível abrir caminhos para o reino de Deus de qualquer forma. Têm de ver como Ele trabalha.

O primeiro que têm de saber é que a sua tarefa é semear, e não colher. Não viverão pendentes dos resultados. Não lhes há de preocupar a eficácia nem o êxito imediato. A sua atenção deverá centrar-se em semear bem o Evangelho. Os colaboradores de Jesus devem ser semeadores. Nada mais.

Depois de séculos de expansão religiosa e grande poder social, nós cristãos temos de recuperar na Igreja o gesto humilde do semeador. Esquecer a lógica do colhedor, que sai sempre a recolher frutos, e entrar na lógica paciente do que semeia um futuro melhor.

O início de todo o semear é sempre humilde. Mais ainda, trata-se de semear o projeto de Deus no ser humano. A força do Evangelho não é nunca algo espetacular ou clamoroso. Segundo Jesus, é como semear algo tão pequeno e insignificante como «um grão de mostarda», que germina secretamente no coração das pessoas.

Por isso o Evangelho só se pode semear com fé. É o que Jesus quer lhes fazer ver com as suas pequenas parábolas. O projeto de Deus de fazer um mundo mais humano leva dentro uma força salvadora e transformadora que já não depende do semeador. Quando a Boa Nova desse Deus penetra numa pessoa ou num grupo humano, ali começa a crescer algo que a nós nos transborda.

Na Igreja não sabemos nestes momentos como atuar nesta situação nova e inédita, no meio de uma sociedade cada vez mais indiferente e niilista. Ninguém tem a receita. Ninguém sabe exatamente o que deve fazer. O que necessitamos é procurar caminhos novos com a humildade e a confiança de Jesus.

Tarde ou cedo, os cristãos, sentiremos a necessidade de voltar ao essencial. Descobriremos que só a força de Jesus pode regenerar a fé na sociedade descristianizada dos nossos dias. Então aprenderemos a semear com humildade o Evangelho como início de uma fé renovada, não transmitida pelos nossos esforços pastorais, mas sim gerada por Ele.’


Fonte :

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Paladino do amor eterno

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Imagem relacionada
*Artigo do Padre Geovane Saraiva,
Pároco de Santo Afonso de Fortaleza, CE,
e vice-presidente da Previdência Sacerdotal


‘O século XII exultou de vitalidade cultural, originalidade intelectual e profundas marcas espirituais em São Bernardo de Claraval, homem extremamente assinalado e seduzido pela bondade infinita de Deus, na história da nossa civilização cristã católica. Em diversas ocasiões, obedecendo à voz de Deus, deixou a vida contemplativa para ir ao encontro de questões que agitavam o mundo no qual estava inserido. Sua presença foi determinante, além de concreta e segura em acontecimentos dolorosos que envolviam a humanidade, levando em conta que ele era homem de vida contemplativa, religioso e monge. Que o mesmo espírito de São Bernardo entre em nosso agitado mundo, que tem seu auge na ‘violência desumana do terrorismo’.

Que ele, como exímio pregador, místico, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de papas, reis e bispos, possa ensinar a este nosso mundo tão conturbado, sensibilizando, também como político polêmico e ao mesmo tempo pacificador, a todos que têm responsabilidades com o destino do referido mundo. São Bernardo foi paladino do amor eterno, revelado e manifestado no Filho de Deus, desde Belém até o Gólgota. Também sempre foi lembrado como poeta do amor incomparável de Nossa Senhora : ‘Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria (...)’. Pelo seu exemplo, que Maria nos ensine a seguir os passos de Jesus, pelo anúncio da compaixão de Deus, tendo na mente e no coração seu ardoroso sonho, que é o de um mundo verdadeiramente de irmãos, com absoluta confiança na grandeza do Bom Senhor, proclamada por sua Mãe Maria.

Como Bernardo de Claraval ajuda a compreender a figura de Maria, mulher que soube colocar e meditar no coração os atos e as palavras de seu Filho Jesus, tendo presente o canto de ação de graças por todos os dons, colocando-se a serviço da compaixão de Deus, ao manifestar sua misericórdia de geração em geração! Quão grandiosidade de Maria, como seguidora fiel, ao lado de seu Filho condenado, ultrajado e morto na cruz, ajudando-nos a absorver seu amor misericordioso para com todos.

Voltando ao paladino do amor eterno, pelo grande Poeta Dante, da Divina Comédia, elegendo-o como seu guia no Paraíso, colocou nos seus lábios a saudação à Virgem Maria : ‘Tu, ó Virgem, és tão valiosa na intercessão, de tal modo que quem quiser alcançar uma graça, sem recorrer a Ti, é semelhante a uma ave, que tenta voar sem asas’. A fé de Maria no Deus dos pequenos concorre para reavivar em nós o dom da fé e também a nossa missão, indicando-nos que no coração da mãe prevalece a ternura de Deus. Amém!’


Fonte :


domingo, 3 de janeiro de 2016

Sebastião, o padroeiro do Rio

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Cardeal Dom Orani João Tempesta, O. Cist.,
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


Iniciamos um novo ano! As perspectivas e sonhos são muitos! Porém, sabemos que a sociedade será nova se as pessoas o forem. A vida cristã vivida com generosidade e coerência deve ser um sinal para esse mundo cansado e abatido por tantas violências, guerras e problemas. O exemplo dos santos nos anima a seguir ainda mais a Jesus Cristo, nosso Salvador. A Igreja que caminha na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro inicia o novo ano celebrando com alegre solenidade o seu padroeiro. A partir do dia 7 de janeiro, começaremos a viver a Trezena de São Sebastião, o anunciador da Misericórdia de Deus. Será também uma maneira de comemorar os 450 anos dessa cidade que, com suas belezas e mazelas, tem uma grande responsabilidade em nosso país e se prepara para acolher a primeira Olimpíada da América Latina.

A celebração solene será no dia 20 de janeiro, quando teremos a graça de celebrarmos o padroeiro de nossa Arquidiocese, de nossa cidade e de nossa Sé Catedral Metropolitana : São Sebastião. Além da missa de manhã na Basílica Menor de São Sebastião, o belo momento de unidade da cidade deve ser a grande procissão à tarde, que percorrerá as ruas até a nossa Catedral de São Sebastião, Igreja Mãe de nossa Arquidiocese. Começamos, assim, a viver o novo ano dentro do Jubileu da Misericórdia convocado pelo Papa Francisco.

São Sebastião é um dos santos mais famosos entre o povo brasileiro. Por causa de sua poderosa intercessão e incontáveis milagres obtidos, ele se tornou padroeiro de muitas cidades, e outras tantas cidades e bairros por todo o Brasil receberam o nome de São Sebastião. Ademais, São Sebastião é protetor contra a peste, a fome e a guerra, sendo a sua proteção confiada aos semoventes e às lavouras.

A fortaleza para superar os diferentes tipos de dificuldades e situações foi um traço que marcou a vida de São Sebastião, e ele nos anima a ter o mesmo espírito de confiança total em Deus e audácia cristã para fazer da vida uma caminhada segura rumo à felicidade.

São Sebastião (256-288) nasceu na França e logo foi com os pais para Milão, na Itália. Nas terras italianas cresceu na fé cristã e ficou famoso como valente soldado e depois capitão da guarda do imperador Romano. Os cristãos eram perseguidos na época e muitos foram presos e martirizados, porém, as pessoas não sabiam que São Sebastião era cristão e, assim, ele conseguiu ajudar muitos irmãos presos por seguirem o Cristo, diminuindo as penas, dando alimento e animando-os a perseverarem na fé em Deus, mesmo que isso implicasse o martírio.

Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído, e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. Tentou, em vão, fazer com que ele renunciasse ao cristianismo, mas Sebastião com firmeza se defendeu, apresentando os motivos que o animava a seguir a fé cristã e a socorrer os aflitos e perseguidos.

O imperador, enraivecido ante os sólidos argumentos daquele cristão autêntico e decidido, deu ordem aos seus soldados para que o matassem a flechadas. Tal ordem foi imediatamente cumprida : num descampado, os soldados despiram-no, amarraram-no a um tronco de árvore e atiraram nele uma chuva de flechas. Depois o abandonaram para que sangrasse até a morte.

Irene, mulher do mártir Castulo, foi com algumas amigas ao lugar da execução para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo. Desamarraram-no, e Irene o escondeu em sua casa, cuidando de suas feridas. Passado um tempo, já restabelecido, São Sebastião quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusados de inimigos do Estado.

Diocleciano ignorou os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos, e ordenou que ele fosse espancado até a morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma. Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Assim aconteceu no ano de 287. Mais tarde, no ano de 680, suas relíquias foram solenemente transportadas para uma basílica construída nas catacumbas pelo Imperador Constantino, onde se encontram até hoje.

São Sebastião é um exemplo de coragem ante os obstáculos da vida e fidelidade mesmo diante das contrariedades e perseguições. É interessante notar o seu empenho em fazer o bem ocultamente, aproveitando todas as circunstâncias para semear alegria, consolo e ânimo para as pessoas próximas, embora sabendo que quando fosse descoberto poderia ter complicações. São Sebastião também pode ser reconhecido por sua prontidão em fazer a Vontade de Deus e enorme espírito de serviço, pois após recobrar a saúde ele se volta para os outros e quer continuar fazendo o bem, sem achar que já fez muito na vida e que agora precisa repousar.

Portanto, São Sebastião é exemplo de homem que testemunhou a fé católica e foi anunciador da misericórdia de Deus. Por consequência, tendo a coragem de dizer que a Vida é inalienável desde a concepção até o seu termo natural, e que os símbolos de nossa fé não podem se curvar diante dos ‘imperadores de plantão’.

Socorrei-nos, glorioso Mártir São Sebastião, para que saibamos também ser anunciadores da misericórdia e da verdade. Que saibamos viver o santo Evangelho de cada dia.


Fonte :


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Quênia : arquidiocese de Nairóbi inaugura o Banco dos Pobres

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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Banco Caritas de Microfinanças é a 12ª instituição de microcrédito reconhecida no país e ajudará grupos sociais mais vulneráveis ​​nas favelas da capital.

‘Foi inaugurado pela arquidiocese de Nairóbi o Banco Caritas de Microfinanças (Caritas Micro-finance Bank), focado em ajudar os grupos sociais mais vulneráveis ​​das favelas da capital queniana. Englobando desde mães solteiras a pacientes de aids, esse público é geralmente excluído do acesso ao crédito pelos grandes bancos.

A inauguração foi presidida pelo arcebispo de Nairóbi, cardeal John Njuel, que destacou que ‘os principais clientes são jovens, mulheres e microempresas dirigidas por organizações religiosas’.

O banco foi autorizado a operar em todo o território queniano pelo Banco Central do Quênia, tornando-se a 12ª instituição de microcrédito no país. A experiência do microcrédito se espalhou por todo o mundo após o extraordinário sucesso do Grameen Bank, o primeiro banco para os pobres, fundado pelo banqueiro Muhammad Yunus, de Bangladesh, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2006.

A proposta é emprestar pequenas quantias de dinheiro para apoiar projetos de desenvolvimento e o sustento de milhares de famílias, visando sempre a máxima simplicidade de operação. O princípio subjacente é a confiança : o sucesso ou a falência do banco dependem da força da relação pessoal com o cliente. Graças ao microcrédito, milhões de pessoas no mundo todo conseguiram quebrar o círculo vicioso da pobreza.’


Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.zenit.org/pt/articles/quenia-arquidiocese-de-nairobi-inaugura-o-banco-dos-pobres
  

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Dia da Vida Consagrada : mensagem dos bispos italianos

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



‘‘Os religiosos mostram que a verdade do poder é o serviço, a verdade da posse é a custódia e a doação, a verdade do prazer é a gratuidade do amor. A verdade da morte é a Ressurreição.’ É o que afirmam os bispos italianos na Mensagem para o Dia da Vida Consagrada, que será celebrado na próxima segunda-feira, 2 de fevereiro.


Consagrados expressam alegria

No texto, os bispos ressaltam que o povo pede às pessoas consagradas ‘olhos que saibam escrutar a história olhando para além das aparências muitas vezes contraditórias da vida, que deixem transparecer proximidade e novas possibilidades, que iluminem com ternura e paz. É isso que distingue quem coloca a própria vida nas mãos de Deus : um olhar aberto, livre, confortador, que não exclui ninguém, abraça e une– reporta a agência Sir.

A mensagem prossegue dizendo : ‘É verdade o que escreve o Papa Francisco em sua Carta a todos os consagrados : Onde quer que haja consagrados, aí está a alegria! Isso acontece porque eles reconhecem em si mesmos, e em todos os lugares e momentos da vida, a obra de um Deus que nos salva com alegria. O cansaço e a decepção são experiências comuns em cada um de nós : benditos aqueles que nos ajudam a não curvar-nos em nós mesmos e a não fechar-nos em escolhas cômodas e de curto alcance’.


Consagrados deem respostas adequadas aos desafios de hoje

Alegremo-nos, portanto, com a presença das consagradas e dos consagrados em nossas comunidades. Façamos festa com eles, agradecendo por uma história rica de fé e de humanidade exemplares e pela paixão que mostram hoje no seguir Cristo pobre, casto, obediente’ – prossegue a Mensagem do Conselho episcopal permanente.

Os bispos italianos depositam grande confiança em vocês, irmãs e irmãos caríssimos, sobretudo pela contribuição que podem dar para renovar o impulso e o frescor da nossa vida cristã, de modo a elaborar juntos formas novas de viver o Evangelho e respostas adequadas aos desafios atuais.


Consagrados ajudem a Igreja a desenhar o novo humanismo cristão

Após recordar a exortação do Papa aos consagrados (‘Despertai o mundo’), criando ‘outros lugares onde se viva a lógica evangélica da doação’, o texto ressalta que ‘as pessoas consagradas se unem ao amor absoluto de Deus por todo homem a fim de que ninguém se perca’.

Em seguida, é evidenciada também a ‘feliz coincidência’, este ano, com a celebração do V Congresso eclesial nacional italiano, em Florença, de 9 a 13 de novembro próximo, com o tema ‘Em Jesus Cristo o novo humanismo’.

A obra de tantas pessoas consagradas – ressaltam os bispos – seja cada vez mais o sinal do abraço de Deus ao homem e ajude nossa Igreja a desenhar o novo humanismo na concretude e na perspicácia do amor.


Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.news.va/pt/news/dia-da-vida-consagrada-mensagem-dos-bispos-italian