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terça-feira, 16 de junho de 2020

Freiras francesas gravam sete mil horas de canto gregoriano

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)        

  Plataforma será lançada até o fim do ano com os cantos gregorianos

 Projeto pretende registrar todo o repertório de canto gregoriano existente e disponibilizar online


 ‘É provavelmente o maior projeto de gravação de música até então : as 42 irmãs beneditinas da Abadia de Notre-Dame de Fidélité de Jouques, em Aix-en-Provence (Sul de França), estão registrando todo o repertório de canto gregoriano existente. Serão três anos de gravações, que darão origem a cerca de sete mil horas de música, a qual ficará disponível para escuta numa plataforma online.

 Esta plataforma, chamada Neumz, e a respetiva aplicação para celulares e tablets, deverá ser lançada oficialmente no último quadrimestre desta ano com a primeira parte do repertório, anunciou a comunidade no site oficial do projeto. Haverá uma versão gratuita, para escuta em ‘modo rádio’, e uma versão paga, que permite a seleção de temas específicos. Dois terços dos lucros das subscrições serão destinados a apoiar as atividades da fundação Notre Dame de l’Écoute, na África.

 As irmãs, com idades compreendidas entre os 26 e os 82 anos, iniciam as gravações todos os dias pela manhã com os cânticos das laudes (primeira oração do dia), e retomam-nas a cada momento de oração comunitária, segundo a liturgia das horas, bem como durante as eucaristias. Ficarão registados os temas dos três anos litúrgicos (A. B e C) e cada tema terá associada a sua partitura, o texto em latim e a tradução para vários idiomas.

 A iniciativa partiu do sobrinho de uma das religiosas da comunidade, um músico norte-americano residente na Itália, que visitou a tia durante as suas férias de verão da universidade. A gravação está a cargo da editora discográfica norte-americana Odradek Records, em colaboração com um estúdio de gravação em Pescara (Itália). O projeto ficará concluído em 2022.

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/noticia/1453077/2020/06/freiras-francesas-gravam-sete-mil-horas-de-canto-gregoriano/


sábado, 25 de janeiro de 2020

Seminaristas cantores usam YouTube para impulsionar canto gregoriano

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 chant grégorien youtube dominicain
*Artigo de Bérengère Dommaigné,
jornalista


‘Dois frades de Friburgo, Suíça, lançaram um canal no YouTube para propagar e ensinar o tesouro da tradição dominicana do canto gregoriano em latim.

Originalmente destinado a comunidades religiosas, este canal, apesar de apenas alguns meses, já conquistou milhares de assinantes.

Não havia esse tipo de recurso online’, disseram os irmãos Stefan Ansinger e Alexandre Frezzato, dois jovens que estudam canto há um ano.

Os seminaristas dominicanos, de 27 e 28 anos, se preocupam profundamente com a tradição dominicana do canto gregoriano, um tesouro que remonta a 800 anos.


Tendo estudado em Friburgo por dois e três anos, respectivamente, eles estavam sedentos por música mais tradicional em sua própria comunidade. Então eles decidiram aproveitar o poder das novas tecnologias.

Os dois jovens lançaram um canal no YouTube para compartilhar cantos dominicanos em latim com outras comunidades e com quem quiser aprender.

A vantagem do canto gregoriano é que não há problema de linguagem ou tradução’, diz o irmão Alexandre.

Cantando na Internet

Os irmãos querem reviver e ensinar a tradição do canto latino, mas isso não é tudo. ‘Queremos misturar prazer estético com a prática de aprendizagem’, diz o irmão Alexandre.

As belas paisagens que escolhemos para nossos vídeos incentivam nossas próprias comunidades, mas também ajudam a atrair o maior número de estudantes de música sacra.

Usar a beleza para comunicar a fé é uma técnica consagrada pelo tempo, mas o irmão Alexandre inventou um slogan inteligente que a traz ao século 21 : ‘EnCante a internet!

Os irmãos Stefan e Alexandre tinham o pressentimento de que havia muitos no mundo que gostariam de ter uma maneira de aprender canto online.

De fato, em 2 meses, o canal OPChant no YouTube teve mais de 2.200 inscritos e 22.000 visualizações. Agora já está atingindo 10.000 inscritos.

Nós nos beneficiamos do boca a boca, em particular graças aos nossos irmãos americanos e poloneses, que ficaram emocionados com este projeto. Existem tradições desse tipo de canto nesses países. Surpreendentemente, porém, tivemos um grande retorno de dominicanos leigos na Holanda, Argentina e até na Índia. Eles usam essas músicas como parte de suas orações diárias, o que acho realmente emocionante.

Existem 6.500 frades dominicanos e 2.500 freiras no mundo, mas os dominicanos leigos (também chamados de ‘terciários’) são muito mais numerosos. Essa rede global, construída ao longo de gerações, tem ajudado a dar força ao canal.

Caseiro, mas altamente profissional

No lado técnico, os dois irmãos mostram um nível de competência que nem sempre se associa aos homens em trajes medievais.

O irmão Alexandre explica : ‘Quando é hora de fazer um novo vídeo, selecionamos nosso material e ensaiamos no mosteiro. Em seguida, tentamos achar uma igreja ou capela, se possível perto de casa, onde a acústica é excelente. Descobrimos que as igrejas antigas são as melhores. Aqui em Fribourg, as irmãs cistercienses de La Maigrauge nos receberam de braços abertos. O mosteiro delas tem mil anos.’

Depois, há os aspectos tecnológicos. ‘Quando chegamos lá, montamos um púlpito, um microfone, um tripé, nossa câmera digital e é isso. Tudo o que precisamos fazer é cantar.’

O resultado é uma gravação simples, mas profissional. Tudo o que falta fazer é editar um pouco, sincronizar som e vídeo. Para esses frades, que já cresceram online, isso é fácil de resolver.

O canal OPChant é único porque está programado para o calendário do ano litúrgico da Igreja.


Durante novembro e dezembro, publicamos os hinos da missa de Natal, antífonas da Vigília da Missa de Natal e da Meia-Noite e assim por diante’, diz o irmão Alexandre.

Os vídeos são publicados com antecedência suficiente para permitir que os alunos aprendam o novo material antes que ele seja apresentado na liturgia.

Para quem quiser descobrir um novo repertório para o ano litúrgico, ainda não é tarde para começar. Todos são bem-vindos para uma aula semanal gratuita, diretamente dos Alpes. Tudo que você precisa fazer é se inscrever em OPChant.


Fonte :

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Tom Catena, o médico dos Montes Nuba

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Doutor Tom Catena, médico americano no Sudão
Doutor Tom Catena, médico americano no Sudão

*Artigo de Godfrey B. Kampamba,
jornalista


‘Se há no coração o desejo de ajudar os que vivem no desespero e são ignorados, pode-se perder o coração pela África. Aconteceu a um jovem médico estadunidense. Nascido e crescido com esta ideia na cabeça em Nova Iorque, o diploma de médico de Tom Catena na Duke Univesity Medical College tinha apenas um significado. Prestar serviço aos mais necessitados em um ambiente rural. Não importava qual seria este lugar no mapa mundi. Depois de um breve período como médico na Marinha dos Estados Unidos, chegou finalmente o momento de partir para uma missão. Missão que coloca-o em confronto com experiências dramáticas : a de um médico que tenta fazer funcionar as coisas entre perigos e frustrações que se concentram nos Montes Nuba na parte sul do Sudão, onde até agora somente a fé mantém a coragem.

Embora inicialmente a meta deveria ser o Quênia, o destino indicou o Sudão como seu porto final. Na última década, o doutor Tom Catena tornou-se um nome famoso nas colinas Nuba e não apenas pelo seu serviço desinteressado aos pobres. Fundou e administra a ‘Mãe da Misericórdia’, um hospital de 430 leitos que se destaca numa área deserta. Esta estrutura hospitalar permitiu a sobrevivência de muitas vítimas das violentas campanhas pelo poder do ex-presidente do Sudão Omar al Bashir. Tom concentra grande parte dos seus esforços também no aspecto humanitário e sonha deixar as Colinas Nuba em situação melhor do que era na sua chegada.

Tom Catena com os paziente no hospital de Monte Nuba. Foto do Sudão Relief Fund
Tom Catena com os pacientes no hospital de Monte Nuba

Viver na África, confidencia o médico foi uma escolha sua. Ele gosta da ideia de estar em um lugar e começar a fazer parte da comunidade. Porém, como as dificuldades não faltam na África, a pergunta é o que o levou a deixar a comodidade da sua casa de Nova Iorque para viver nos Montes Nuba.

Para o médico, o motivo é bastante simples. ‘Quando eu estava na universidade, ainda antes de ser médico, sempre quis ser um missionário e este desejo foi o que me levou a estudar medicina’. Conta que depois da formatura em medicina, e depois de 4 anos na Marinha dos Estados Unidos, começou a fazer parte do ‘Catholic Medical Mission Board’ de Nova Iorque que na realidade foi a passagem para trabalhar em uma zona rural.

Então escolhi o Quênia, em uma localidade chamada Mutomo, onde há um hospital administrado pelas irmãs irlandesas da Misericórdia’. Depois de algum tempo transferiu-se para a capital Nairobi onde trabalhou por cinco anos. ‘Enquanto estava no Quênia – recorda – ouvi falar do Sudão, do fato que a guerra civil destruía o país e não contava com estruturas sanitárias’. E acrescentou : ‘Ouvi falar que havia algumas ONGs que trabalhavam ali, mas que estavam saindo por causa do conflito, Parecia-me uma situação muito desesperada!

Tom Catena, e os Montes Nuba no fundo. Foto do Sudão Relief Fund
Tom Catena, e os Montes Nuba no fundo

Apesar das notícias provenientes dos Montes Nuba, aquela realidade que se ouvia falar atraia-o a ponto de buscar todas as informações possíveis. Dom Macram Max Gassis, hoje bispo emérito de El Obeid, na época estava construindo um hospital nos Montes Nuba. ‘Fui em busca de seu contato. Falei com ele e juntos abrimos o hospital. Iniciamos a trabalhar em 2008’.

Enquanto conta a sua história, transparece toda a fé de Tom Catena. ‘Sou um daqueles que se pode definir de berço católico’ diz. E explica : ‘Cresci como católico romano. Os meus pais são praticantes muito devotos. Meu pai foi um grande exemplo para mim. Ia à Missa todos os dias e nos educou realmente na fé, assim como minha mãe. Eles tinham uma fé muito sólida e creio que cresci com essa ideia’. O médico recorda alguns momentos na universidade quando tinha amigos evangélicos e alguns temiam que se convertesse. Mas afirma que aquelas amizades foram importantes porque ‘através deles, creio que eu tenha amadurecido a ideia de ser missionário’. Depois da faculdade, prossegue, ‘voltei a um catolicismo mais ortodoxo. Penso então que tive muita sorte ao longo da minha vida, de sempre ter ao meu lado pessoas fortes na fé, capazes de me guiar, me orientar’.

Desde que se transferiu para os Montes Nuba dedica-se aos mais necessitados fazendo disso a coisa mais importante da sua vida. Sua jornada típica, é trabalho e montanha. ‘Geralmente levanto-me as 5h30 da manhã e tendo a sorte de ter um sacerdote conosco vou a missa todos os dias’. Tom reza o Terço ao longo do caminho que o leva à Missa, que inicia às 6h30 e termina as 7h. Depois de uma breve refeição em casa, vai ao hospital onde começa a trabalhar as 7h30.

Tom Catena no hospital
Tom Catena no hospital

Das 7h30 em diante, doutor Tom trabalha do ambulatório à sala de cirurgia, da administração aos serviços gerais hospitalares todos básicos para o atendimento dos pacientes. Em dias intensos, chega a consultar até 500 pacientes antes de ir à sala operatórias para os casos mais graves… ‘E também atendo casos urgentes durante a noite, voltando ao hospital. As jornadas são cheias e o trabalho é bem cansativo, conta. É extenuante física e emotivamente, principalmente quando o êxito das intervenções não são positivos ou os casos são muito difíceis. Realmente é um trabalho duro’.

Mesmo sendo um trabalho que requer muita concentração, o doutor Tom fala de momentos nos quais incursões militares interromperam a rotina hospitalar. ‘Houve momentos nos quais estávamos na sala operatória, com pacientes deitados para serem operados, ouvíamos os aviões chegando. Depois começava o bombardeio devíamos tomar uma decisão. Algumas vezes continuávamos fazendo a cirurgia, ou o atendimento. Outras íamos para o chão da sala esperando o fim do bombardeio’.

O doutor Tom diz que o mais frustrante para um médico que trabalha nos Montes Nuba não é tanto o medo de perder a própria vida, quando ‘estar longe de tudo e não ter instrumentos necessários para o trabalho, tendo que enfrentar os limites do nosso conhecimento’. ‘Somente a fé’, admite, ‘nos permite ir adiante, sabendo que Deus está conosco apesar das dificuldades e dos problemas’.

Comenta que a queda de Omar al Bashir foi uma bênção para o povo Nuba, acrescentando que o governo de transição comunicou que ‘agora, depois de 30 anos, pela primeira vez no Sudão há alguma esperança de encontrar uma solução pacífica aos conflitos, o de Darfur e em outros lugares do Sudão’.

Alguns acontecimentos interessantes marcaram profundamente a vida de Tom. O médico que ajuda os corações feridos a reconstruir suas vidas, perdeu seu coração por uma nubiana, nascida nas montanhas e que frequentava a escola. ‘Casamos em 2016 e isso foi algo maravilhoso. Foi uma grande mudança na minha vida. Tornou meu trabalho mais fácil, sabendo que há alguém com quem compartilhar as dificuldades’, conta Tom.

Agora o maior sonho do médico dos Montes Nuba é o de deixar o lugarejo em melhores condições do que encontrara. Com o esforço pessoal e de pessoas que boa vontade com recursos, Tom Catena conseguiu o seu objetivo que é o da formação profissional das pessoas locais na área médica em vários setores.

Tom Catena, com os habitantes do vilarejo. Foto do Sudan Relief Fund
Tom Catena, com os habitantes do vilarejo

Hoje, o Hospital Mãe da Misericórdia pode contar com uma equipe de profissionais qualificada, entre os quais 27 enfermeiros, médicos e farmacêuticos. Em breve tempo o hospital receberá quatro médicos nubianos especializados. Os primeiros formados com doações privadas.

Na realidade, a profissionalização das pessoas, ou melhor o ‘capacity building’ é algo que está no coração do doutor Tom. ‘Para mim é muito importante  para todos os que trabalham no mundo em desenvolvimento. Deve-se trabalhar com as pessoas locais. Portanto, se as pessoas não são treinadas para isso, essa será a primeira providência’.

Em outubro deste ano, Tom Catena foi convidado a participar do ‘World Health Summit’ na Alemanha. O crescimento das competências foi uma das preocupações apresentadas naquele encontro. ‘A chave de sucesso com o pessoal – diz com certeza – é a possibilidade de formar gente local para lhes permitir de alcançar o seu mesmo nível e até mesmo superá-lo, de modo que quando se vai embora, deixe tudo funcionando’. Porque, acrescenta, ‘esta é uma parte importante do trabalho que fazemos nos Montes Nuba e queria apresentá-la à cúpula do mundo da medicina’.

Em 2017, o doutor Catena recebeu o ‘Prêmio Aurora’ pelo despertar da humanidade. A recompensa em dinheiro, obtida com o prêmio foi útil para levar adiante seu trabalho nos Montes Nuba, especialmente para a formação. Em 2018 doutor Tom foi nomeado presidente da iniciativa humanitária ‘World Wide Aurora’, papel que faz em concomitância com sua atividade no sul do Sudão.

A sua principal preocupação é a de sensibilizar e envolver as pessoas no trabalho humanitário. ‘Todos podem ser envolvidos nisso, não importa o que se faz, não importa seu trabalho, seu nível de retribuição. Qualquer coisa que você faça, pode ser envolvido, mesmo apenas em sentir-se sensibilizado’.’


Fonte :

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Freiras fomentam agricultura orgânica e melhoram a vida dos pobres no campo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 As pessoas compram hortaliças orgânicas em frente a um convento da Congregação da Rainha Maria da Paz, na cidade de Buon Ma Thuot.
As pessoas compram hortaliças orgânicas em frente a
um convento da Congregação da Rainha Maria da Paz,
na cidade de Buon Ma Thuot

*Artigo de Joachim Pham, 
correspondente do Global Sisters Report no Vietnã 



Thu, de 52 anos, usa armadilhas para matar insetos e borboletas à noite e pega lagartas manualmente para evitar que se alimentem das plantações.

Ela faz fertilizantes orgânicos, misturando fezes de porco com folhas secas, restolho de arroz, cascas e cal antes da compostagem.

Thu disse que vende cerca de 100 quilos de espinafre, ervilhas, quiabo, amaranto, centella asiática, houttuynia, cabaças, batata-doce e cogumelos para as populações locais e creches todos os dias. Seus vegetais custam de 6.000 a 12.000 dong (R$1 a R$1,99) por quilo.

As pessoas preferem nossos produtos orgânicos porque não usamos pesticidas e fertilizantes artificiais para vegetais’, diz ela.

Estamos felizes que nós pagamos 25 milhões de dongs (R$ 4.146) que emprestamos do banco para construir nossa casa’, disse Thu.

Como católicos, cultivamos produtos orgânicos frescos para o bem comum em vez de interesses privados’, diz ela, acrescentando que eles têm que trabalhar mais do que outros agricultores da região que usam produtos químicos para plantar verduras para clientes de varejo.

Ela também cria aves e suínos e os alimenta com arroz, mandioca (semelhante àquela da qual se extrai a tapioca), pedaços de tronco da bananeira e vegetais. Vende uma dúzia de porcos por ano.

Qui está entre as 40 agricultoras que fornecem hortaliças limpas para as creches locais. Elas são da paróquia de Thanh Trung no distrito de Quang Dien da Província de Thua Thien Hue, no Vietnã.

As Filhas de Nossa Senhora da Visitação na pessoa da irmã Mary Elizabeth Duong Thu Huong, que criou um grupo de agricultores em 2015, disse que eles ‘pretendem cultivar vegetais, raízes, feijões e frutas sem o uso de inseticidas e produtos químicos para proteger o ambiente da poluição por meio dessas substâncias tóxicas e cuidar da saúde das pessoas’.

Huong disse que ensina como fazer fertilizantes naturais de lama, folhas, restos e excremento de animais, a controlar pragas de insetos e a escolher vegetais adequados para o clima e os solos da região.

O Vietnã usa 100.000 toneladas de herbicidas e pesticidas para agricultura por ano, informou o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Nguyen Xuan Cuong, em maio passado. Os agricultores abusam agressivamente desses agrotóxicos, causando um desequilíbrio na ecologia e envenenando fontes de água e solos.

Em 2018, o país registrou 164.670 novos casos de câncer e 114.870 mortes por câncer, de acordo com o banco de dados Globocan sobre mortalidade por câncer no mundo. Uma das principais causas é o alimento contaminado pelo uso excessivo de produtos químicos.

A irmã Marie Nguyen Thi Hiep, das Filles de Marie Immaculée, no convento de Phuong Tay, diz que sua congregação também oferece às mulheres locais formas de cultivar vegetais em barris de plástico ou espuma em locais afetados pela mudança climática.

Também pedimos aos benfeitores que ofereçam o capital que precisam 20 famílias locais, 5 milhões de dong [215 dólares] cada um, a fim de que elas possam criar aves e gado e cultivar vegetais para ganhar a vida’, diz.

A irmã Mary Tran Thi Hien, também Filles de Marie Immaculée, que reuniu 26 agricultores para cultivar verduras limpas na paróquia de Xuan Thien em 2014, diz que os encorajou a seguir os métodos tradicionais de agricultura orgânica, dando a cada agregado familiar sementes de legumes e dois leitões.

Hien diz que os fazendeiros locais levam uma vida de escassez. Então, quando têm colheitas ruins, endividam-se, deixando casas e fazendas para coletar itens usados e trabalhar em canteiros de obras para ganhar a vida.

Muitas pessoas melhoram suas vidas graças aos produtos orgânicos que os consumidores adoram comprar’, diz ela. Eles fornecem cultivo orgânico, aves e suínos para creches católicas e moradores locais.

Uma vez que as pessoas estejam cientes de fazer produtos agrícolas limpos, estarão cientes de assumir a responsabilidade pela proteção da saúde da comunidade’, diz Hien.

Hien também apontou que muitas pessoas abusam de produtos químicos e pesticidas porque não são educadas sobre os efeitos nocivos que os produtos químicos têm sobre a saúde humana e o meio ambiente, e se concentram em buscar lucros imediatos.

Ela diz que as Irmãs da Congregação das Filhas de Maria Imaculada, também conhecidas como as irmãs marianistas, treinaram 17 paróquias no cultivo de hortaliças orgânicas, preservando bem os alimentos, fornecendo água potável para outras pessoas e prevenindo-as de doenças causadas pela mudança climática.

Hien diz que as irmãs nas áreas rurais cultivam hortaliças limpas no complexo dos conventos para suas próprias necessidades, enquanto as comunidades religiosas nas cidades não têm espaço suficiente para fazê-lo.

A irmã Mary Nguyen Thi Thuan, da Congregação da Maria Rainha da Paz, com sede na cidade de Buon Ma Thuot, diz que as irmãs cultivam hortaliças em fazendas ao redor de seus conventos para fornecer comida e vender 100 quilos ou mais de legumes por dia para lojas e pessoas locais.

Thuan diz que também fornecem vegetais limpos para um negócio na cidade de Ho Chi Minh.

Alguns fazendeiros locais visitam nossas fazendas, aprendem como fazer agricultura orgânica e aplicam esses métodos em suas próprias fazendas’, disse. ‘As pessoas estão interessadas em métodos de agricultura orgânica’.

James Dang Thanh Hoa, da Xuan Thien Parish, diz que cultiva vegetais orgânicos para salvaguardar a saúde de sua família e de outros.

Hoa diz que colhe 150 quilos de vegetais por dia e não tem produtos suficientes para fornecer às lojas locais, mercados ou shoppings, que exigem quantidades mais massivas.

Estamos felizes porque mais e mais pessoas de outros lugares vêm para comprar nossos produtos agrícolas frescos’, disse ele.’


Fonte :