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domingo, 2 de fevereiro de 2025

A benção da garganta: uma tradição marcada por milagres e curas

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Lino Rapazzo

 

‘No dia 3 de fevereiro celebramos a memória de São Brás (264-316), caracterizada também pela tradicional ‘bênção da garganta’. 

Antes de tudo perguntamos : quem foi São Brás? Sobre a vida dele dispomos de poucas notícias; a única coisa certa era a sua fé em Cristo, que manteve até à morte por decapitação, após cruéis torturas indescritíveis.

A tradição diz que Brás era natural de Sebaste, na Armênia, onde passou a sua juventude, dedicando-se, sobretudo, aos estudos de medicina. Ao tornar-se bispo, entregou-se aos cuidados físicos e espirituais do povo, realizando, segundo a tradição, até curas milagrosas.

Naqueles anos, as condições de vida dos fiéis da fé cristã pioraram por causa dos contrastes entre o imperador do Oriente, Licínio, e do Ocidente, Constantino, que causaram novas perseguições. Brás, para fugir das violências, refugiou-se em uma caverna, no monte Argeu, porém, foi encontrado e preso pelos guardas do governador Agrícola e levado a julgamento. 

Ao longo do caminho, encontrou uma mãe desesperada, com seu filhinho nos braços, que estava sendo sufocado por um espinho ou isca de peixe cravado em sua garganta. O bispo abençoou-o e a criança recobrou imediatamente a saúde. Esse fato, porém, não foi suficiente para poupá-lo do martírio. Era o dia 3 de fevereiro de 316.

São Brás é um dos santos cuja fama de santidade chegou a muitos lugares e, por isso, é venerado em quase todas as partes do mundo.

O milagre da garganta é recordado no dia da sua memória com um rito litúrgico particular, durante o qual o sacerdote abençoa as gargantas dos fiéis com duas velas cruzadas diante delas.

Uma das orações dirigidas ao santo nessa circunstância nos ensina como podemos vivenciar essa bênção com fé e caridade. Vejam, a seguir : ‘Ó glorioso São Brás, que restituístes com uma breve oração a perfeita saúde a um menino que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, estava prestes a expirar, obtende para nós todos a graça de experimentarmos a eficácia do vosso patrocínio em todos os males da garganta. Conservai a nossa garganta sã e perfeita para que possamos falar corretamente e assim proclamar e cantar os louvores a Deus. Amém’.

Nas nossas orações pedimos a Deus, muitas vezes pela intercessão de um santo, que nos dê saúde física e espiritual. Nessa oração não pedimos apenas a saúde da garganta, mas o dom da caridade para com todos os enfermos e o dom da fé e da esperança, cantando os louvores ao Senhor.

E como ‘a boca fala daquilo de que o coração está cheio’ (Mt 12,34), nesta bênção pedimos a Deus, pela intercessão de São Brás, a graça de um coração puro. Amém.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://revistaavemaria.com.br/a-bencao-da-garganta-uma-tradicao-marcada-por-milagres-e-curas.html

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

«GLÓRIA A DEUS!»


 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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‘Nos momentos de aflição, quando o coração se vê assediado pelas dúvidas e a alma enfraquecida pelas contrariedades e lamentações, temos de nos esforçar em repetir constantemente e sem pressa as palavras ‘Glória a Deus’! Quem, com toda a simplicidade de coração, aceita este conselho e o coloca em prática, vai experimentar o maravilhoso poder da bênção de Deus. Da mesma forma, descobrirá um conhecimento novo e favorável, e uma arma poderosa e eficaz contra os pensamentos inimigos. Apenas pronunciando estas palavras, justamente quando a apatia e os pensamentos tristes se multiplicam, nossos inimigos espirituais se estremecem e fogem.’


Fonte :

sábado, 26 de março de 2016

Ressurreição

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Frei Patrício Sciadini, OCD,
Provincial dos carmelitas descalços no Egito


‘Procurando no arquivo da minha memória para refletir sobre a ressurreição, veio-me de repente uma frase de minha mãe Domênica, pronunciada há muitos anos, exatamente depois da Missa de Páscoa, enquanto estávamos tomando café com o ovo bento, como é costume na Itália. Ninguém, no Dia de Páscoa, deixava de comer o ovo abençoado pelo padre, na visita às famílias, e um pedaço de bolo feito com uva passa.

É a bênção da ressurreição, e minha mãe, comentando comigo a homilia da Missa, dizia : ‘Ressurreição é acordar-se do sono, do torpor, do desânimo, do desespero e recomeçar o caminho da vida, sabendo que o Senhor caminha conosco’. Já tivera muitas experiências na sua vida de mulher analfabeta, mas com longa caminhada no meio do povo.

A ressurreição – dizia ela – ‘é o nascer da semente que fica enterrada dias e dias debaixo da terra e que ao primeiro cair da água e surgir do sol vai nascendo, dando vida nova a toda a planície. É ver como, passado o inverno que parece morte, mas não é, tudo volta a florescer e a ser bonito. Assim é a Páscoa. A gente sofre tanto na Sexta-feira Santa, sofre até chorar, ao ver Jesus traído pelos melhores amigos, coroado de espinhos, sem ter feito nenhum mal, mas ao contrário, só ter feito o bem a tanta gente. Sofre ao ver Jesus carregando a cruz sobre a qual será crucificado’.

Dá dó ver que os apóstolos o abandonaram… A gente sofre. Os olhos se enchem de lágrimas quando se vê o Cristo que nem pode mais carregar a cruz, mas é obrigado e chicoteado. Cristo morre, mas Ele acorda, sai do sepulcro e vive de novo, e manda as mulheres darem o anúncio da vida nova’.

Sei que isto é verdade, não por ter lido, não sei ler – prossegue mãe Domênica – mas porque vocês padres dizem que está escrito no Evangelho. E mesmo que não estivesse escrito, sei que é verdade, quando olho a vida das pessoas ao meu lado. Você conheceu a Albina, ela tinha câncer, sofria terrivelmente, mas todas as vezes que sabia que alguém ia visitá-la, costumava dizer à minha irmã que cuidava dela : ‘Olhe, me deixe bonita como uma páscoa porque hoje vêm as minhas amigas e quero que vejam que estou ressuscitada’.

Páscoa é o nascer da semente que fica dias e dias debaixo da terra e que ao primeiro cair da água e ao surgir do sol, vai nascendo, dando vida nova a toda a planície.

E ela era alegre, feliz, embora a mordida da dor fosse forte e a fizesse sofrer atrozmente. Essa me parece que é a ressurreição, a coragem de aguentar o sofrimento e crer que é possível ser feliz quando se pensa na alegria dos outros. Quantas pessoas eu tenho visto ressuscitar com a nossa ajuda, reviver, serem outras. Quantas crianças, por um pedaço de pão recebido com carinho e amor, abrem o seu sorriso e nos falam da vida que renasce…

Minha mãe continuava dizendo com força e coragem : ‘Acham que só vocês que estudam e são padres, porque sabem latim, conhecem a ressurreição? Não, também nós sabemos disto’.

Outra coisa linda, que parece uma ressurreição, é o nascimento de uma criança. As dores do parto são de morrer, mas a criança que vem ao mundo é alegria, é ressurreição, é vida nova. A ressurreição é despertar do sono e abrir os olhos à nova vida e ver como Deus não quer ver ninguém sofrer nem desanimar. A Páscoa é a festa mais bela, por isso toda a natureza coopera, até as flores do meu jardim no Dia de Páscoa são mais bonitas e perfumadas…

Esse acontecimento que estava guardado na minha memória me fez sorrir silenciosamente e dei nota 10 com louvor à minha mãe em teologia bíblica. Sem que ela tenha lido um texto de exegese, e nada saber de estudo, entendia que a ressurreição não é de ontem, mas de hoje, e que Jesus está vivo entre nós no sorriso, na vida, na criança que nasce, no doente que sabe superar a dor para receber os que ama, etc.

Cheguei à conclusão de que o dogma da fé na ressurreição de Jesus Cristo é o mais fácil de acreditar e o mais belo, que é para todos incentivo a não permitir que o desânimo entre na vida, que o pessimismo faça desaparecer a beleza do amanhã. É só olhar ao nosso redor e temos uma experiência maravilhosa de como vida e morte se alternam no cenário do mundo, mas a vitória é sempre da vida.

Todo gesto de amor, de gratidão, todo sorriso dado a alguém tem o efeito de ressurreição, de alegria que vem de dentro. A Páscoa é momento de sair pelas ruas e distribuir sorrisos, apertos de mão, e dizer para cada pessoa : ‘Coragem, não tenha medo, Cristo ressuscitou, Ele está vivo!’.

Cristo veio para nos ensinar o caminho a ser percorrido, do nascimento até a morte, mas depois da morte Ele quis dar para todos uma lição maravilhosa : a morte, que é o nada, não pode vencer nem ser rainha; Deus faz com que a vida retorne na eternidade.

Não é necessário estudar para acreditar na ressurreição de Jesus e na nossa. É suficiente parar e olhar dentro de nós mesmos e ver quantas vezes morremos e quantas vezes ressuscitamos, retomando o caminho da esperança e do amor. Sentir que Jesus ressuscita em nós porque nos doa a coragem de viver. Dizer aos outros como Ele disse : ‘Coragem, eu venci o mundo!’’


Fonte :
* Artigo na íntegra


sexta-feira, 20 de junho de 2014

São Luís Gonzaga, Religioso

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


Nasceu em 1568 perto de Mântua, na Lombardia (Itália), filho dos príncipes de Castiglione. Sua mãe educou-o cristãmente e, desde cedo, manifestou grande desejo de abraçar a vida religiosa. Renunciando ao principado em favor de seu irmão, ingressou na Companhia de Jesus, em Roma. Durant os estudos de teologia, ocupando-se com o serviço dos doentes nos hospitais, contraiu uma doença que o levou à morte em 1591.


A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de São Luís Gonzaga, Religioso :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Da Carta escrita por São Luís Gonzaga à sua mãe.
(Acta Sanctorum, Iuni, 5,578)      (Séc.XVI)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
Ilustríssima senhora, peço que recebas a graça do Espírito Santo e a sua perpétua consolação. Quando recebi tua carta, ainda me encontrava nesta região dos mortos. Mas agora, espero ir em breve louvar a Deus para sempre na terra dos vivos. Pensava mesmo que a esta hora já teria dado esse passo. Se é caridade, como diz São Paulo, chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram (cf. Rm 12,15), é preciso, mãe ilustríssima, que te alegres profundamente porque, por teus méritos, Deus me chama à verdadeira felicidade e me dá a certeza de jamais me afastar do seu temor.

Na verdade, ilustríssima senhora, confesso-te que me perco e arrebato quando considero, na sua profundeza, a bondade divina. Ela é semelhante a um mar sem fundo nem limites, que me chama ao descanso eterno por um tão breve e pequeno trabalho; que me convida e chama ao céu para aí me dar àquele bem supremo que tão negligentemente procurei, e me promete o fruto daquelas lágrimas que tão parcamente derramei.

Por conseguinte, ilustríssima senhora, considera bem e toma cuidado em não ofender a infinita bondade de Deus. Isto aconteceria se chorasses como morto aquele que vai viver perante a face de Deus e que, com sua intercessão, poderá auxiliar-te incomparavelmente mais do que nesta vida. Esta separação não será longa; no céu nos tornaremos a ver. Lá, unidos ao autor da nossa salvação, seremos repletos das alegrias imortais, louvando-o com todas as forças da nossa alma e cantando eternamente as suas misericórdias. Se Deus toma de nós aquilo que havia emprestado, assim procede com a única intenção de colocá-lo em lugar mais seguro e fora de perigo, e nos dar aqueles bens que desejamos dele receber.

Disse tudo isto, ilustríssima senhora, para ceder ao desejo que tenho de que tu e toda a minha família considereis minha partida como um feliz benefício. Que a tua bênção materna me acompanhe na travessia deste mar, até alcançar a margem onde estão todas as minhas esperanças. Escrevo isto com alegria para dar-te a conhecer que nada me é bastante para manifestar com mais evidência o amor e a reverência que te devo, como um filho à sua mãe.


Fonte:
‘In Liturgia das Horas III’, 1361, 1363