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segunda-feira, 20 de maio de 2024

Santa Rita de Cassia : Como uma mulher simples se tornou uma das santas mais populares da igreja católica

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Katia Viviane da Silva Vanzini


É justamente na simplicidade de Santa Rita de Cássia que se explica o fato de ela ser uma santa tão querida e venerada entre os católicos. Na sua vida simples – foi filha, esposa, mãe, viúva e religiosa – ela conseguiu realizar grandes coisas, os ‘impossíveis de Santa Rita’, porque a fé no Deus do impossível nunca lhe faltou.

O próprio nascimento de Rita pode ter sido um desses impossíveis, pois seus pais já eram considerados idosos quando ela nasceu, na localidade de Roccaporena, em Cássia, na Itália. O ano mais provável do seu nascimento seria 1373 (Arias, 2005), sendo batizada com o nome de Margarita. ‘Rita’ provavelmente era um diminutivo carinhoso.

Os Impossíveis de Santa Rita

São muitos os impossíveis que cercam a história de Santa Rita. Quando bebê, enquanto seus pais trabalhavam no campo, ela foi cercada por abelhas que depositavam mel em sua boca sem fazer mal algum. Conta a tradição que, nessa mesma ocasião, um agricultor passou pela bebê após ter ferido a mão no trabalho e, ao tentar afastar as abelhas com a mão ferida, teria sido curado imediatamente.

Casamento e Maternidade

Aos 14 anos, Rita foi prometida em casamento e, pouco tempo depois de casada, teve dois filhos. Seu marido tinha fama de ser de difícil convívio, com crenças opostas às dela, e há quem diga que era violento e rude. Ela conseguiu converter o marido e acabar com as desavenças familiares.

No entanto, o marido foi assassinado, começando o calvário na vida de Santa Rita. Alguns relatos afirmam que, temendo que os filhos vingassem a morte do pai, Rita teria pedido a Deus que os livrasse desse pecado mortal. Pouco tempo depois, os filhos faleceram, vítimas de uma doença que assolava a Europa.

Eis então mais um impossível que Santa Rita teria que buscar : sobreviver à morte do marido e dos filhos e à solidão.

Vida Religiosa

Rita resolveu realizar um sonho de infância, a vida religiosa, buscando o Mosteiro Santa Maria Madalena, em Cássia. Mas sua entrada foi negada três vezes. A sua aceitação no mosteiro dependia da pacificação das famílias envolvidas na morte do marido e, quando conseguiu esse grande impossível, com a ajuda de seus santos de devoção — São Nicolau Tolentino, São João Batista e Santo Agostinho — ela foi aceita no mosteiro.

O Estigma na Testa

Um dos maiores símbolos de Santa Rita é o estigma na testa. Conta a tradição que, numa Sexta-feira Santa, comovida com o sofrimento de Jesus Cristo, ela teria pedido para sentir uma parcela da dor que Ele sentiu. Um espinho da coroa se desprendeu e a atingiu na testa, o estigma, uma ferida com a qual conviveu até sua morte.

Rosas e Figos

Ao final dos seus dias, doente e debilitada, Santa Rita não deixava de rezar pelos seus e pediu a Deus um sinal. Pediu a uma parente para buscar no jardim de sua casa uma rosa e dois figos. Apesar de ser inverno, a parente encontrou uma rosa e dois figos e os levou à Santa Rita.

Morte

Santa Rita faleceu no dia 22 de maio em 1447, cercada pelas religiosas do mosteiro. A ferida se transformou numa cicatriz e o ambiente foi invadido pelo cheiro de rosas. Sua morte foi anunciada pelo replicar dos sinos que tocaram em toda a região e centenas de pessoas vieram se despedir da monja tão amada por tantos.

Beatificação e Canonização

O processo de beatificação e canonização de Santa Rita foi tão demorado que podemos dizer que foi mais um impossível de Santa Rita. A beatificação ocorreu em 1619 e a canonização em maio de 1900, a primeira santa canonizada no século XX.

Hoje, Santa Rita é considerada uma das santas mais populares da Igreja Católica e a Basílica de Santa Rita de Cássia, onde está o corpo incorrupto da santa, é um local de visitação de devotos do mundo inteiro.

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://revistaavemaria.com.br/santa-rita-de-cassia-como-uma-mulher-simples-se-tornou-uma-das-santas-mais-populares-da-igreja-catolica.html


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Oficina de Santa Rita 'São João de Sahagun'

Por Cecilia F. Angelo e Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

  
A Associação e Oficinas de Caridade Santa Rita de Cássia é uma fundação da Ordem de Santo Agostinho.

Sua origem remonta a 1901, por iniciativa de uma jovem da nobreza de Madri. Ao acatar o conselho de seu confessor, dedicou parte de seu tempo à costura e distribuição de roupas para crianças pobres. Seu entusiasmo era tanto, que animou as amigas. E as amigas animaram outras mulheres que também se prontificaram a participar. Dali em diante, todas trabalharam por uma mesma causa.

O Padre Salvador Font, agostiniano, percebendo a propagação e dinamismo da iniciativa, amparou a criação de outros centros, regulamentando-os sob a proteção de Santa Rita.

Em pouco tempo, a obra amplificou-se pelas demais províncias da Espanha. O papa Leão XIII concedeu-lhes a benção e várias indulgências.


 CINQUENTENÁRIO DA OFICINA  
  SÃO JOÃO DE SAHAGUN    

Colégio Cristo Rei, das Irmãs Agostinianas Missionárias – São Paulo, capital – possuía na década de 60 uma APM (Associação de Pais e Mestres) muito ativa. Por intermédio de ações sociais e culturais, conseguia integrar a escola e a família de seus alunos.
Com o total empenho da Madre Angélica, nasceu entre as mães a idéia de formar uma Oficina de Santa Rita, confeccionando enxovais para os recém-nascidos, no intuito de auxiliar famílias carentes. Assim, em 12 de junho de 1962 surgiu o embrião da centésima unidade.
Para conselheiro, convidaram Padre MarianoFoi dele a sugestão de batizá-la de SÃO JOÃO DE SAHAGUN. E 12 de junho, além disso, corresponde ao culto deste santo de notória devoção à Santíssima Eucaristia.



Foi uma graça divina ter Padre Mariano como Conselheiro por tantos anos : ele era extremamente atuante, frequentador assíduo das reuniões, sempre com palavras de carinho e incentivo ao trabalho.
As dificuldades eram colossais, no entanto, a força de vontade e o empenho eram maiores.

Estes enxovais até hoje são distribuídos ao Hospital Amparo Maternal e às mães extremamente necessitadas. Contribuímos também com os idosos da Casa Comunitária São José ( levamos roupas, materiais de higiene e remédios ).

Sendo um movimento auto-suficiente, precisamos arrecadar fundos e custear despesas : dependemos da doação espontânea em dinheiro de alguns colaboradores, elaboramos diferentes tipos de artesanato, que são expostos no Bazar Anual das Oficinas de Santa Rita, e promovemos chás beneficentes.

Aproveitamos a ocasião para agradecer o magnífico apoio das Irmãs Maria Eline Lopes Oliveira, Angela Cecília Traldi e Ana Maria de Paula Brandão, às destemidas voluntárias e àquelas que presidiram tão condignamente esta empreitada nestes cinquenta anos :
. Maria José Felissati – a primeira presidente, mulher dinâmica, que se empenhou de corpo e alma
. Olga Pereira de Castro
. Olimpia M. Rego Barros
. Catharine M. Pinheiro
. Dulce Nabuco
. Terezinha de Siqueira
. Isaurina Barros Peixoto

PATRONO


SÃO JOÃO DE SAHAGUN ou João de São Facundo, nascido em 11 de junho de 1430 como Juan Gonzales de Castrillo Martinez de Sahagun y Cea.  Estudou em sua cidade natal no mosteiro Beneditino de San Fagondez e desde pequeno mostrava sinais de santidade.

Apesar de uma vida abastada, João renunciou aos benefícios oferecidos por seus pais, pois achava que eles eram contrários aos desígnios de Deus. Após ordenar-se padre, acreditando que uma melhor compreensão da teologia lhe permitiria uma entrega mais completa a Deus, pediu permissão ao seu Bispo e foi estudar em Salamanca.

Em busca de um caminho mais próximo de Deus, optou pela ordem dos Agostinianos, tornando-se FREI JOÃO ao emitir seus votos em 28 de agosto de 1464 :

ü  era profundamente devoto da Eucaristia – O próprio Deus se manifestava a ele no Santíssimo Sacramento

ü  tinha o dom de penetrar nos segredos da consciência, quem o procurava acabava por fazer uma boa confissão

ü  visitava os mais necessitados e enfermos, consolando-os com palavras e pedindo auxílio aos que podiam socorrê-los com bens materiais

ü  mediador da paz e da concórdia, colocou fim às hostilidades em Salamanca e tornou-se um de seus padroeiros.  Infatigável pregador e defensor dos direitos, era muito corajoso, por isto amargou inúmeras perseguições; depois de sofrer uma tentativa de homicídio (seus assassinos se arrependeram ao chegar perto dele), finalmente foi assassinado em 11 de junho de 1479, com veneno administrado por uma mulher de origem nobre, cujo amante se converteu e retornou à vida familiar.

Prontamente foi aclamado APÓSTOLO DE SALAMANCA e começaram as peregrinações ao seu túmulo, onde ocorriam milagres. 


Cronologia

v  NASCIMENTO – 1430 – Vila San Facundo – León-Reino de Castela  (atual Espanha) 
v  MORTE – 11 de Junho de 1479 em Salamanca

v  BEATIFICAÇÃO – 1601 – Roma – Papa Clemente VIII

v  CANONIZAÇÃO – 16 de outubro de 1690 – Roma – Papa Alexandre VIII

v  PRINCIPAL TEMPLO – Catedral Nova de Salamanca e Ermita de San Juan de Sahagún

v  FESTA LITURGICA – 12 de Junho – dia em que foi declarado Santo pela igreja em 1690


Aceitamos doações de lã e estamos sempre abertas para receber novas voluntárias. Temos somente uma reunião mensal, a contribuição em dinheiro é facultativa e o que se pede é boa vontade em auxiliar o próximo. Se souber executar algum trabalho manual, ajuda muito.
Para participar contate Eliana Marufuji (11) 98482-4272.
   

terça-feira, 22 de maio de 2012

Santa Rita de Cássia


Santa Rita de Cássia nasceu em Rocca Porena – um pequeno povoado próximo da cidade de Cássia, na Úmbria, Itália – no dia 22 de maio de 1381. Por curiosidade, a Úmbria já era a região de procedência de muitos filhos notáveis, dentre eles : São Bento, São Francisco de Assis e Santa Clara.

Antonio Lotti e Amata Ferri, pais de Santa Rita, eram castos e valorosos. Mas, para que a felicidade deste casal se completasse, faltava um filho. Embora idosos – Amata tinha 62 anos – Deus atendeu às suas súplicas. Consta que um anjo apareceu a ela e lhe confidenciou que conceberia uma menina, que seria a admirada por todos e manifestaria os prodígios de Deus.

O nascimento de Rita, que é o diminutivo de Margherita, foi antecedido por sinais assombrosos e visões etéreas, o suficiente para que seus pais percebessem algo da vindoura e oportuna missão de Rita.

Desde menina decidiu devotar-se a Deus, mas seus pais, de idade avançada, tinham receio de deixá-la sozinha no mundo. Resolveram casá-la com um jovem que pedira sua mão. Assim, aos 16 anos, torna-se esposa de Paolo di Ferdinando, de gênio estourado e violentíssimo.

Embora mal-tratada e espancada, em quase 18 anos de convívio conjugal, a protetora dos aflitos, esposa dedicada e firme, conseguiu converter seu infiel marido, através da oração e do espírito de brandura.

Mas este idílio durou muito pouco. Paolo foi barbaramente assassinado pelos inimigos amealhados em seus anos de truculência. Rita providenciou um sepultamento honrado, perdoou seus facínoras e concentrou seus cuidados aos  dois filhos : Giovanni Tiago e Paolo Maria. No entanto, a mãe zelosa percebia que seus espíritos ardiam, desejando vingança pelo pai.

Corajosamente, ela pediu a Jesus Crucificado que levasse seus meninos, de 14 anos, caso fosse improvável desviá-los de tão amargo intento. Eles caíram doentes um após outro. Faleceram, num pequeno intervalo, cerca de um ano após a morte do pai. Rita enterrou seus corpos ao lado do marido e seguiu adiante : só ela e Deus.

Viúva, bateu inúmeras vezes, sem resultado, às portas do Convento das Agostinianas de Santa Maria Madalena. De semblante humilde e piedoso, causou admirável impressão nas religiosas. Porém, elas nunca haviam admitido uma viúva; recebiam apenas jovens solteiras. Nada lhe restando, aos 36 anos, persevera nas orações e penitências. Seus santos Patronos, São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino, com a graça de Deus, fazem-na entrar milagrosamente no Convento, madrugada adentro, mesmo sendo humanamente impossível transpor aquelas portas.

Pela manhã, ao se reunirem no coro, as religiosas ficaram extasiadas por  avistar aquela mulher tantas vezes rejeitada. Ao relatar o que se passara, tal qual um milagre, admitiram que se juntasse a elas.

Primeiramente, repartiu entre os pobres todos os seus bens. Colocada à prova de obediência, por sua superiora, regava um determinado ramo de videira ressequido e destinado ao fogo : eis que, um ano depois, a vida brota naquele galho, surgindo brotos, folhas e deliciosas uvas. Essa videira, séculos depois, permanece exuberante no Convento.

Na Quaresma de 1443, São Tiago de La Marca veio a Cássia para pregar o sermão da paixão de Nosso Senhor. Rita, profundamente tocada pelo que ouvira, lançou-se diante de um crucifixo na capela interior, suplicando a Jesus  participar de suas dores. De imediato, um espinho se destacou e entrou tão profundamente em sua testa que a fez cair desmaiada e quase moribunda.

Essa chaga não se fechou, senão com a morte da Santa. Exceto no ano de 1450, quando teve que ir a Roma, fechou-se por um tempo, mantendo as dores lancinantes. A ferida, de tão fétida e pestilenta, obrigou-a a viver à parte, em constante humilhação. Mas sua firmeza era um determinante desprezo pela vida frouxa de muitos que se diziam cristãos.

Em seus últimos anos de vida, uma doença misteriosa atacou seu corpo tão mortificado por duras penitências. Em pleno inverno, uma de suas parentes foi visitá-la e a Santa pediu-lhe que trouxesse rosas e figos de seu antigo jardim em Rocca Porena. A senhora desdenhou, mas não querendo contrariá-la, foi ao povoado e teve a grata surpresa, em meio àquela neve, de colher rosas e figos fora de estação. Remeteu-os prontamente à Cássia.

Após 40 anos de vida religiosa e 76 anos de idade, no dia 22 de maio de 1457, faleceu Santa Rita “das causas impossíveis”, não sem antes receber, piedosamente, os últimos Sacramentos. Seu corpo ficou exposto além do tempo legal, sendo venerada como santa imediatamentre após a morte, como atestam o sarcófago e o Códex Miraculorum, datados de 1457 e 1462.

A Canonização, depois de inúmeros obstáculos, deu-se a 24 de maio de 1900, pelo pontífice Leão XIII.