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domingo, 30 de junho de 2024

Aumento de casamentos forçados e mutilação genital feminina

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo da Vatican News


‘Os numerosos casos de casamentos forçados e precoces e de mutilação genital feminina alarmam cada vez mais a comunidade internacional. De fato, até a presente data, aproximadamente 650 milhões de mulheres no mundo casaram antes dos dezoito anos, enquanto 230 milhões sofreram mutilação genital.

Mas a situação também é grave na Itália e é por isso que a ONG ActionAid decidiu lançar o projeto ‘Join our Chain’. ‘É um modelo multissetorial que opera em três níveis, com vista à prevenção e intervenção em situações de risco’, explica Benedetta Balmaverde, diretora do projeto ActionAid, à Rádio Vaticano – Vatican News.

Os números do fenômeno

Os casamentos forçados e a mutilação genital feminina registaram um aumento de 15% desde 2016. São dados oficiais, fornecidos pelo Unicef, mas que descrevem apenas parcialmente a gravidade dos dois fenômenos. Na verdade, os casamentos forçados e a mutilação genital feminina continuam ser práticas generalizadas em muitos países, especialmente na África Subsaariana, no Médio Oriente e no Sudeste Asiático.

A Europa, e especificamente a Itália, não está isenta deste triste fenômeno. Os últimos dados disponíveis, publicados em 2019, indicam que mais de 87 mil mulheres foram vítimas destes episódios, com uma concentração significativa de casos nas comunidades nigeriana, etíope e egípcia. ‘O número total absoluto destas práticas está aumentando – explica Balmaverde – uma vez tratar-se de países que registram um forte crescimento demográfico. E o crescimento ocorreu especialmente após a pandemia. Contudo, quando estas mulheres chegam à Itália, a implementação destas práticas diminui. Mas faltam pesquisas atualizadas em nível nacional’.

O projeto ‘Junte-se à nossa Corrente’

Promovido pela ActionAid em Milão e agora ampliado também a Roma, o projeto visa combater o fenômeno da mutilação genital feminina e do casamento precoce.

‘A cadeia de intervenção – continua Balmaverde – está dividida em três fases : emergência, para coleta de relatórios de situações de risco; despacho, para reportar casos às instituições presentes na área; e assistência e proteção, para proteger e apoiar as vítimas.’

A iniciativa consiste em uma abordagem integrada que, para combater estas duas práticas nocivas, conta com a participação de diferentes profissionais e setores : escolas, serviços sociais e de saúde, autoridades policiais e linguística-culturais mediadoras.

‘Um papel fundamental - conclui Balmaverde - é desempenhado pelos formadores comunitários, figuras-chave nas atividades de sensibilização e apoio nas comunidades envolvidas. A nossa intervenção pretende ser uma resposta concreta a estas graves violações de direitos, integrando prevenção, assistência e proteção.

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2024-06/casamento-forcado-e-precoce-e-mutilacao-genital-feminina.html

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Mutilação de mulheres é injustificável

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


‘Nesta quinta-feira, 6 de Fevereiro, é assinalado pelas Nações Unidas o «Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital».

Em mensagem, o Secretário-Geral da ONU afirmou que a data é uma oportunidade de lutar pelo fim da prática, que afeta mais de 125 milhões de meninas e mulheres no mundo. A maioria na África.

Ban disse que o mundo precisa preservar o que é bom em cada cultura e deixar o que é ruim para trás. Muito defensores da mutilação feminina alegam que a prática é uma questão de costume e tradição.

Mas segundo o chefe da ONU não existe nenhuma razão religiosa, de saúde ou desenvolvimento que possa justificar que uma menina ou mulher seja mutilada. Para Ban, qualquer tradição que rebaixe ou humilhe um ser humano tem que ser erradicada.

A mutilação, também conhecida como circuncisão feminina, causa danos graves além de possibilidades de infecções, complicações na gravidez e no parto que podem levar à morte.

Pelo menos 29 países na África e no Oriente Médio já registraram a prática. Há relatos de que a mutilação também ocorra em comunidades de migrantes fora do continente africano.

Segundo especialistas, se a prática permanecer até 2030, 86 milhões de meninas e mulheres poderão se tornar vítimas.

Mas Ban também ressaltou avanços no combate à mutilação genital. Ele citou a Guiné-Bissau, ao lado de Uganda e do Quênia, como um dos países que adotaram leis contra a prática. O chefe da ONU lembrou ainda prisões efetuadas na Etiópia contra autores da mutilação genital feminina.

Já no Sudão, uma campanha batizada de Saleema, inspirou um pai a não circuncidar a filha. Em árabe, a palavra significa intocável. Para ajudar às mulheres que já passaram pela prática, a ONU está organizando ações com agências parceiras para recuperar os danos físicos causados às vítimas da mutilação genital.

Ban lembrou que a resolução da Assembleia Geral sobre o Dia Internacional de Tolerância Zero à prática foi apoiada por todos os países africanos.

Segundo ele, o desafio da organização agora é angariar o apoio da opinião pública e criar mecanismos de ajuda a todas as mulheres e meninas afetadas pelo risco da mutilação.’



Fonte :
*Artigo na íntegra de