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sábado, 1 de agosto de 2020

Um conselho de São Bento para te ajudar a focar no essencial

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)        

MEDALIK BENEDYKTA 

*Artigo de Marzena Wilkanowicz-Devoud  

‘Muitos sociólogos estão estudando o fenômeno da ‘aceleração do tempo’, uma experiência importante em nossa sociedade que, muitas vezes, causa um sentimento de asfixia. O bombardeio constante de todos os tipos de demandas e o ‘excesso de tudo’, na verdade, revelam uma lacuna real a ser preenchida. Se nos envolvermos na espiral diária de responder cada vez mais às coisas que consideramos urgentes (mas que são supérfluas e superficiais) perderemos de vista a essência da nossa vida.

Faça tudo com moderação

São Bento, o pai da vida monástica no Ocidente, viveu uma Regra que pode ser adaptada à nossa maneira atual de viver. Quinze séculos depois, a sabedoria de São Bento permanece surpreendentemente relevante. Entre seus preceitos, há um conselho surpreendentemente simples de como manter o foco no essencial.

D. Xavier Oerrin, abade na Inglaterra, explica que, em relação a todas as coisas, ‘o homem precisa de medidas. Ele deve encontrar constantemente um equilíbrio entre excesso e falta’.

São Bento ressalta que somos tentados a seguir apenas uma direção, quando a vida exige um equilíbrio constante de esforços e atividades. Paradoxalmente, podemos até errar ao rezarmos demais, jejuarmos demais ou trabalharmos até a exaustão.

Esta é a razão para este conselho que São Bento transmitiu aos monges : é preciso sempre praticar o equilíbrio entre duas coisas contrárias para permanecer atento ao essencial. No caso dos monges beneditinos, isso significa equilibrar oração e trabalho, silêncio e canto, solidão e vida comum.

Mas como fazer tudo com moderação? São Bento diz que a medida certa não deve ser muito alta (como imitar certos feitos dos Padres do Deserto), nem muito baixa (como o modo de vida com o qual o monasticismo decadente de seu tempo era facilmente satisfeito).

Obviamente, o foco de cada dia, para os monges, é aproximar-se de Deus através da oração. Tudo está organizado em torno dessa prioridade, que leva ao essencial. Se definir prioridades na vida nem sempre é a coisa mais difícil, no entanto, respeitá-las e nos organizar adequadamente é um verdadeiro desafio.

Todos os distúrbios e exigências imprevistas da vida cotidiana dão poder à ditadura do urgente, de ter e fazer. É difícil imaginar não reagir ao e-mail de um cliente importante, por exemplo. Mas, às vezes, tirar um tempo para pensar na resposta pode torná-la muito mais criativa – e, portanto, mais eficaz! Segundo os monges beneditinos, quanto mais importante é a coisa, menos devemos nos apressar com ela.

Embora São Bento estivesse escrevendo para monges, os mesmos princípios se aplicam a todos nós. Como seus monges, nosso objetivo é nos aproximarmos de Deus e amarmos nosso próximo, embora com atividades mais variadas e públicas do que os beneditinos em uma abadia.

O trabalho é importante, mas igualmente importante é passar tempo com a família e reservar tempo para oração e lembrança. Manter-se atualizado sobre notícias e entretenimento só será a ‘medida certa’ se também nos dermos um tempo para refletir sobre o que vimos, lemos e ouvimos, mantendo o que é bom, verdadeiro e bonito, enquanto rejeitamos aquilo que poderia nos desviar.

Evitar os extremos nos mantém literalmente ‘centralizados’. Isso nos ajuda a lembrar não apenas de ‘fazer’ ou ‘ter’, mas acima de tudo, de ‘ser’.  Lembremos dessa sabedoria de São Bento em meio à perturbação de nossas vidas causada pela pandemia de coronavírus. Tomemos esse princípio como parte orientadora do nosso ‘novo normal’.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2020/07/30/um-conselho-de-sao-bento-para-te-ajudar-a-focar-no-essencial/

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Bento XVI : o jovem, a educação e a alma



Há pouco tempo, ao recepcionar os novos embaixadores provenientes de diversos países, para a apresentação de suas credenciais junto à Santa Sé, o Papa fez uma belíssima apreciação :

ü  Às vezes, parece que a família e a escola deixaram de ser paradigmas para a criança e o adolescente

ü  No meio universitário
o   a autoridade dos professores é explicitamente ‘colocada em discussão’,
o   para grande parte do corpo docente, é nítida a carência de uma sólida formação humanista e
o   a inabilidade para elaborar ‘projetos capazes de uma teologia que transcenda e toque os jovens em sua interioridade’ chega a ser constrangedora. 

Obviamente, a juventude prefere obter rápida projeção pessoal, profissional e social, com acentuado desprezo pela formação, competência e experiência, seguindo por atalhos que levam a resultados fáceis com o mínimo esforço.

‘O direito a uma educação e aos justos valores jamais deveria ser esquecido ou negado. E o direito a educar para esses valores jamais deve ser interrompido ou enfraquecido por qualquer interesse político nacional ou supranacional. Com a educação para a retidão de coração e de pensamento, os jovens precisam hoje mais do que nunca ser educados para o sentido do compromisso e da perseverança nas dificuldades. Eles devem saber que qualquer ato que diz respeito à pessoa humana deve ser responsável e coerente com o seu desejo de infinito, e que esse ato acompanha o seu crescimento para a formação de uma humanidade sempre mais fraterna e livre de tentações individualistas e materialistas’, reiterou Bento XVI. 

E prosseguiu, lembrando que faltam exemplos por parte dos adultos. Nesse ínterim, encaminhou seu olhar para quem desempenha, de alguma forma, funções de responsabilidade, começando pelos chefes de Estado e de governo.   

Em síntese, o purpurado advertiu que é preciso dar aos jovens não somente educação, mas também uma alma.  




Fonte :