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domingo, 17 de abril de 2022

Crer na Ressureição

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Eder Vasconcelos e Roberto Camilo Órfão Morais


‘Qual o sentido em falar de Páscoa, ‘passagem’ para uma vida nova, em meio às tantas contradições e divisões? Como falar de esperança, até mesmo contra toda esperança, em meio à tanto medo e sofrimento?

Muitos insistem em vincular o Deus da vida a um projeto de ódio e discriminação. Mas a nossa esperança cristã tem um nome  : Jesus Cristo. E se fundamenta em um fato : sua ressurreição. Os cristãos devem dar sempre ‘razão da esperança’ no meio de uma sociedade desesperançada. O ‘princípio esperança’ dos discípulos missionários de Jesus tem seu fundamento na própria esperança iniciada por ele. Nosso Deus não é Deus dos mortos. É Deus dos vivos. A ressurreição de Jesus é a maior prova disso. É a maior prova do amor do Pai para com o Filho. 

Carlos Mendoza-Álvarez, teólogo dominicano escreve na introdução do seu livro A ressureição como antecipação messiânica : ‘Crer na ressurreição será, em suma, insurreição de vida nova, praticada com dignidade, resiliência e esperança pelas pessoas e comunidades sobreviventes de hoje’. Crer na ressurreição é crer na vitória da vida sobre a morte. Crer na ressureição é crer no Cristo que diz : ‘Eu sou a ressureição e a vida’. Crer na ressurreição é colocar a vida em relevo. A Igreja proclama, professa em seu Credo : ‘creio na ressurreição da carne e na vida eterna’. Nós cremos na ressurreição! Nós cremos na vida!

Para o teólogo Hans Urs von Balthasar, Jesus Cristo em sua missão e Ressureição, caminha em direção contraria àquela das doutrinas filosóficas gregas sobre a morte : ‘não se trata de se desapegar das coisas transitórias para buscar refúgio em um Eterno, mas, ao contrário de lançar as sementes da eternidade nos campos do mundo, deixando que o reino de Deus venha brotar nesses mesmos campos’. 

É interessante observar que as primeiras testemunhas da ressureição de Jesus foram as mulheres. Por razões óbvias, pois elas que cuidaram de Jesus durante a vida, souberam cuidar na morte. Essas mulheres, nos ensinam que quem permanece cuidando até o fim, são as primeiras testemunhas do mistério da ressurreição.  

O crer, o testemunhar à ressureição, está vinculado ao saber cuidar. A Páscoa é tempo de renovar esse valor ético, responsável por manter e recriar a própria vida. É tempo de revisitarmos a ética do cuidado se, desejamos continuar a existir neste Planeta chamado Terra.

A fé cristã, revela, ‘um Deus sensível ao coração’. Amar, sem medo, ensina os evangelhos, porque a morte não é a última palavra, mas nos integra e reúne, para toda a eternidade...

Todos os dias Jesus morre crucificado devido nosso egocentrismo e ressuscita no saber cuidar de homens e mulheres generosos e solidários. A ressureição de Jesus de Nazaré abre um futuro de vida plena, plena vida para toda a humanidade. Sua ressurreição é o fundamento e a garantia da nossa ressurreição. 

A fome, as guerras, os genocídios e os terrorismos já não tem a última palavra : A vida ressurge dos escombros da morte. Jesus, o Vivente está no meio, no coração da comunidade cristã e diz para cada um de nós : ‘Coragem!  Eu venci a morte.’’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://domtotal.com/noticia/1574668/2022/04/crer-na-ressureicao/

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

O catolicismo na Península Arábica

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Imagem de 28 de janeiro de 2019 de igreja católica em Tawahi, no Iêmen
Igreja católica em Tawahi, no Iêmen



Embora a esmagadora maioria dos católicos seja expatriada, de acordo com as missões apostólicas do norte e do sul, a viagem do papa à região onde o Islã nasceu é uma etapa importante em seu esforço para fortalecer os laços com essa religião.

Relações diplomáticas com o Vaticano

Kuwait foi o primeiro país da região a formalizar suas relações com o Vaticano em 1968. O Iêmen fez o mesmo em 1998, Bahrein em 2000, Catar em 2002 e os Emirados Árabes Unidos em 2007.

A Arábia Saudita e Omã ainda não estabeleceram relações diplomáticas formais com o Vaticano.

No ano passado, a Arábia Saudita, lar de locais sagrados Meca e Medina, recebeu representantes de diversas tradições cristãs, em um gesto do príncipe Salman Bin Mohamed para mostrar sinais de abertura do seu reino ultraconservador.

Em abril de 2018, a Arábia Saudita recebeu o cardeal francês Jean-Louis Tauran, que presidiu o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso do Vaticano.

Falecido em julho de 2018, ele foi considerado um importante promotor do diálogo entre a Igreja Católica e o Islã. Em novembro de 2017, o chefe da Igreja maronita do Líbano, Beshara Rai, fez uma visita oficial à Arábia Saudita, onde se encontrou com o rei Salman e o príncipe herdeiro.

Católicos na Península Arábica

Há mais de 3,5 milhões de cristãos no Golfo, dos quais cerca de 75% são católicos, a maioria deles trabalhadores migrantes das Filipinas e da Índia.

De acordo com os vicariatos apostólicos, há mais de um milhão de católicos apenas na Arábia Saudita, cerca de 350 mil no Kuwait, 80 mil no Bahrein e entre 200 mil e 300 mil no Catar, embora não haja números oficiais.

Quase um milhão de católicos vive nos Emirados Árabes Unidos, segundo Paul Hinder, bispo do vicariato apostólico da Arábia do sul, que inclui os Emirados Árabes Unidos, Omã e Iêmen.

Igrejas católicas

Existem 22 igrejas católicas na região : oito nos Emirados Árabes Unidos, quatro em Omã, Kuwait e Iêmen, uma no Bahrein e uma no Catar.

A missa que é celebrada nas igrejas na sexta-feira, que marca o primeiro dia do fim de semana na região, costuma ser a mais frequentada.

Nos Emirados Árabes Unidos, a missa é celebrada em vários dias da semana e em diferentes línguas (inglês, tagalo, malayalam, Hindi...) para atender todos os fiéis.

A Arábia Saudita proíbe qualquer casa de oração que não seja muçulmana.

Segundo o vicariato apostólico da Arábia do norte, os católicos ‘desfrutam da liberdade de culto no recinto paroquial’.

No entanto, ele observa algumas dificuldades por causa de uma ‘restrição sobre o número de padres, pelo pequeno número de igrejas e espaço limitado’ destes templos, especialmente no Natal e na Páscoa, onde pode haver até 25.000 participantes.

Também é proibido (sob pena de punição) realizar qualquer atividade pública ou demonstrar sua religião, inclusive proselitismo’, disse o vicariato.

Cidadãos cristãos

Embora a maioria dos cristãos na região seja de trabalhadores migrantes, há uma pequena porcentagem de cristãos locais no Kuwait, no Bahrein e no Iêmen. Segundo o padre Benjamin Jacob Gharib, chefe da Igreja Evangélica Nacional do Kuwait, há cerca de 260 cristãos kuwaitianos de oito famílias extensas. Segundo estimativas não oficiais, haveria mil cristãos cristãos do Bahrein e milhares de cristãos iemenitas.

Embora a maioria dos cristãos da região sejam trabalhadores migrantes, há uma pequena porcentagem de cristãos locais no Kuwait, Bahrein e Iêmen.

Segundo o padre Benjamin Jacob Gharib, líder da Igreja evangélica nacional do Kuwait, há 260 cristãos kuwaitianos de oito famílias extensas.

Segundo estimativas não oficiais, há cerca de mil cidadãos do Bahrein e milhares de iemenitas cristãos.’


Fonte :  

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar assinam declaração histórica

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Os dois líderes religiosos pedem aos homens de religião e de cultura, além dos meios de comunicação, para redescobrirem e difundirem os valores da paz.
Os dois líderes religiosos pedem aos homens de religião e
de cultura, além dos meios de comunicação, para redescobrirem
e difundirem os valores da paz.



O documento se abre com uma série de invocações : o Papa e o Grão Imame falam «em nome de Deus que criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade», «em nome da inocente alma humana que Deus proibiu de matar», «Em nome dos pobres», dos «órfãos e das viúvas, dos refugiados e dos exilados, de todas as vítimas das guerras» e «das perseguições». Al-Azhar em conjunto com a Igreja Católica «declaram que adotam a cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum como conduta; o conhecimento recíproco como método e critério».

Com o documento, «pedimos a nós mesmos e aos líderes do mundo, aos artífices da política internacional e da economia mundial, para que se empenhem seriamente em difundir a cultura da tolerância, da convivência e da paz, para que intervenham, o quanto antes, para deter o derramamento de sangue inocente e acabar com as guerras, os conflitos, a degradação ambiental e o declínio cultural e moral que vive o mundo de hoje».

Os dois líderes religiosos pedem aos homens de religião e de cultura, além dos meios de comunicação, para redescobrirem e difundirem «os valores da paz, da justiça, do bem, da beleza, da fraternidade humana e da convivência comum». E afirmam que crêem «firmemente que entre as causas mais importantes da crise do mundo moderno há uma consciência humana anestesiada e o afastamento dos valores religiosos assim como o predomínio do individualismo e das filosofias materialistas».

Mesmo reconhecendo os passos positivos feitos pela civilização moderna, a declaração destaca a «deterioração da ética, que condiciona a ação internacional, e um enfraquecimento dos valores espirituais e do sentido de responsabilidade», que leva muitos a «cair na voragem do extremismo ateu e agnóstico, ou no integralismo religioso, no extremismo e no fundamentalismo cego». O extremismo religioso e nacional, juntos com a intolerância «deram origem aos sinais de uma ‘terceira guerra mundial em pedaços’

Portanto o Papa e o Grão Imame afirmam que «as fortes crises políticas, a injustiça e a falta de uma distribuição equitativa dos recursos naturais – dos quais se beneficia apenas uma minoria de ricos, prejudicando a maioria dos povos da terra – geraram, e continuam a fazê-lo, um grande número de doentes, de necessitados e de mortos, causando crises letais das quais são vítimas vários países. … Diante de tais crises que levam a morrer de fome milhões de crianças já reduzidas a esqueletos humanos – por causa da pobreza e desnutrição -, reina um silêncio internacional inaceitável».

«É evidente o quanto seja essencial a família», assim como «o despertar do sentido religioso», especialmente nos jovens, «para enfrentar as tendências individualistas, egoístas, conflituais, o radicalismo e o extremismo cego em todas as suas formas e manifestações». Os dois líderes recordam que o Criador nos «concedeu o dom da vida para custodiá-lo. Um dom que ninguém tem o direito de tirar, ameaçar ou manipular conforme seu agrado… Por isso condenamos todas as práticas que ameaçam a vida como os genocídios, as ações terroristas, os deslocamentos forçados, o tráfico de órgãos humanos, o aborto e a eutanásia e as políticas que sustentam tudo isso».

Além disso, declaramos «firmemente que as religiões não incitam nunca à guerra, não solicitam sentimentos de ódio, hostilidade, extremismo, e nem convidam à violência ou ao derramamento de sangue. Essas calamidades são fruto do desvio dos ensinamentos religiosos, do uso político das religiões e também das interpretações de grupos de homens de religião». Por isso, «pedimos a todos para cessar de instrumentalizar as religiões a fim de incitar ao ódio, à violência, ao extremismo e ao fanatismo cego, e parar de usar o nome de Deus a fim de justificar atos de homicídio, exílio, terrorismo e opressão». O Papa e o Gão Imame recordam que «Deus, Onipotente, não precisa ser defendido por ninguém e não quer que o Seu nome seja usado para terrorizar as pessoas».

A Declaração atesta que «a liberdade é um direito de cada pessoa : cada um possui a liberdade de credo, de pensamento, de expressão e de ação. O pluralismo e as diversidades de religião, de cor, sexo, raça e língua são uma sábia vontade divina». É da «Sabedoria divina» que «vem o direito à liberdade de credo e à liberdade de ser diferentes. Por isso, se condena o fato de constringir as pessoas a aderir a uma certa religião ou a uma certa cultura, como também de impor um estilo de civilização que os outros não aceitam».
Em seguida, afirma-se que «a proteção dos lugares de culto - templos, igrejas e mesquitas - é um dever garantido pelas religiões, pelos valores humanos, pelas leis e convenções internacionais. Toda tentativa de atacar os lugares de culto ou ameaçá-los através de atentados ou explosões ou demolições é um desvio dos ensinamentos das religiões, bem como uma violação clara do direito internacional».

Recorda-se novamente que «o terrorismo execrável que ameaça a segurança das pessoas, tanto no Oriente como no Ocidente... espalhando pânico, terror e pessimismo não se deve à religião - mesmo que os terroristas a instrumentalizam - mas é devido a acumuladas interpretações erradas dos textos religiosos, às políticas de fome, de pobreza, de injustiça, de opressão e de arrogância. Por isso, é necessário interromper o apoio aos movimentos terroristas através do fornecendo dinheiro, de armas, de planos ou justificativas e também a cobertura da mídia, e considerar tudo isso como crimes internacionais que ameaçam a segurança e a paz mundial».

O documento afirma que «é necessário se comprometer para estabelecer em nossas sociedades o conceito de cidadania plena e renunciar ao uso discriminatório do termo minorias, que traz consigo as sementes do sentir-se isolados ou de inferioridade».

Na Declaração se define «a necessidade indispensável de reconhecer o direito da mulher à educação, ao trabalho e ao exercício dos próprios direitos políticos. Além disso, se deve trabalhar para libertá-la das pressões históricas e sociais contrárias aos princípios da própria fé e da própria dignidade. É necessário também protegê-la da exploração…Por isso, devem ser interrompidas todas as práticas desumanas e os hábitos vulgares que humilham a dignidade da mulher e trabalhar para modificar as leis que impedem às mulheres de desfrutar plenamente de seus direitos».

Depois de reiterar o direito das crianças de crescerem num ambiente familiar, à alimentação e educação, os dois líderes afirmam : «É preciso condenar toda prática que viola a dignidade das crianças ou os seus direitosÉ também importante vigiar contra os perigos aos quais são expostas, especialmente no ambiente digital, e considerar como crime o tráfico de sua inocência e toda violação de sua infância».

Enfim, «Al-Azhar e Igreja Católica pedem para que este Documento se torne objeto de pesquisa e reflexão em todas as escolas, universidades e institutos de educação e formação».Esperam que a Declaração se torne um «símbolo do abraço entre Oriente e Ocidente, entre Norte e Sul».


Fonte :  

domingo, 8 de julho de 2018

Crença e fé: relações e diferenças


Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Acreditar em algo não gera a fé em algo, na perspectiva da teologia cristã.
*Artigo de Fabrício Veliq,
teólogo protestante


‘Desde muito cedo na história do Cristianismo a crença foi ligada com a fé e durante um bom tempo foram consideradas sinônimas. Uma vez que uma das definições da palavra crença indica que ela é uma ‘convicção profunda’, ou uma ‘atitude de quem acredita em pessoa ou coisa’, não foi difícil para a Idade Média pregar que para ser uma pessoa de fé era necessário que fosse convicto a respeito da doutrina que se era pregada no ambiente cristão. Com o advento da Modernidade, porém, esse tipo de conceito muda significativamente. A crença, a partir, principalmente, do empirismo moderno passa a ser considerada como ‘disposição subjetiva a considerar algo certo ou verdadeiro, por força do hábito ou das impressões sensíveis’. Tendo isso em mente, e como não é possível voltar ao passado, pensar a relação e as diferenças entre crença e fé em dias atuais se torna algo importante e, até mesmo, necessário.

É comum, ao se abordar essa temática pelo viés teológico, definir crença, como algo que seria algo comum a todas as pessoas, mais ligada à ideia do acreditar em algo ou alguém, como pode ser percebido cotidianamente nas diversas relações familiares, institucionais, amorosas etc, uma vez que em todos esses tipos de relacionamentos está pressuposto o acreditar que aquele/a em quem se confia não nos trairá ou pagará o nosso salário em dia, etc. Esse sentido mais simples de acreditar, que envolve certa certeza do que acontecerá, seria o que hoje se define como uma crença.

A fé, por outro lado, é definida como aquela que tem a ver com uma decisão fundamental de entregar o seu coração a alguém ou a alguma coisa, de maneira que não é algo que vem simplesmente pelo hábito, ou que deve ser crido cegamente, mas envolve também uma reflexão a respeito daquilo sobre o qual se deseja depositar essa fé.

Nesse sentido, embora os conceitos estejam inteiramente inter-relacionados, a diferença se mostra bastante substancial. E isso traz grandes consequências para a forma como abordamos as diversas fés que se colocam dentro do aspecto religioso. É muito comum que os/as cristãos/ãs vejam as outras religiões como crenças e a religião cristã como fé e nisso é possível perceber que no uso dos termos está implícita certa noção de superioridade do Cristianismo em relação às outras religiões. De certa forma, traz a ideia de que as outras religiões somente têm crenças e acreditam cegamente em algo, enquanto o Cristianismo é a religião que possui a fé e, por isso, a melhor de todas e a mais correta. Nada mais errôneo, até mesmo porque pode haver cristãos/ãs que somente tenham uma crença cristã, assim como budistas que tenham uma fé budista, e assim por diante.

Acreditar em algo não gera a fé em algo, na perspectiva da teologia cristã. A fé sempre pressupõe uma decisão em liberdade para ela e, portanto, nunca deve ser pensada como sendo algo adquirido pelo simples hábito. Estar cercado por pessoas de fé não nos tornam pessoas de fé. Essa fé, como entendida no Cristianismo, vem por meio de um encontro com uma pessoa que, conforme cremos, é o crucificado que foi ressuscitado. Por ser um encontro, a fé não deve ser pensada de maneira fechada e nunca deve ser encarada como convicção cega. Fé pressupõe esperança e somente nesse pano de fundo é capaz de se desenvolver uma fé que se diz cristã.

Entendendo crença e fé com essas diferenças, não é difícil inferir que se pode tanto ser uma pessoa de crença como uma pessoa de fé. No primeiro, há sempre a tendência a uma postura de fechamento diante das novas situações, presa nos aspectos doutrinais e nas ‘convicções’ aprendidas por meio do hábito e da cultura. No segundo, uma vez que se mostra como decisão refletida e em liberdade, fruto de um encontro que pode ser de diversas maneiras, tende a ser propensa a abertura e ao diálogo com o diferente.

Fé e crença, portanto, embora muitas vezes tratadas como iguais, revelam diferenças que não devem ser deixadas de lado quando analisadas de forma mais profunda, visto que as terminologias sempre podem influenciar grandemente o modo como nos relacionamos com nossos/as irmãos/ãs e também com as outras religiões.’


Fonte :