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quarta-feira, 27 de abril de 2022

Francisco: ainda hoje há muitos homens e mulheres escravizados

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
FFrancisco recebeu participantes da Conferência de 'Solidariedade Trinitária Internacional'

*Artigo de Silvonei José


‘Ainda hoje há muitos homens e mulheres escravizados, disse o Papa Francisco recebendo na manhã desta segunda-feira (25.04), no Vaticano, os participantes da Conferência de ‘Solidariedade Trinitária Internacional’, expressão da Ordem da Santíssima Trindade. Depois de agradecer as palavras de saudação do Superior Geral Francisco disse que ficou impressionado ao ver como eles puderam atualizar o carisma da Ordem dando vida a esta organização, que defende a liberdade religiosa não de forma teórica, mas cuidando de pessoas que são perseguidas e encarceradas por causa de sua fé. Ao mesmo tempo - disse ainda -, não faltam estudo e reflexão da parte deles, que também encontram expressão na esfera acadêmica através do curso de estudos sobre liberdade religiosa no Angelicum, de Roma, uma cadeira com o nome de seu fundador São João de Matha.

Francisco parabenizou os presentes por este compromisso que estão cumprindo, inspirado no carisma original. Voltando depois ao tempo de São Francisco de Assis, disse o Papa : ‘o Espírito Santo suscitou naquele tempo - como sempre faz, em todas as épocas - testemunhas capazes de responder, segundo o Evangelho, aos desafios do momento’.

‘João de Matha foi chamado por Cristo a dar sua vida pela libertação dos escravos, tanto cristãos como muçulmanos. Ele não queria fazer isto sozinho, individualmente, mas fundou uma nova Ordem para este fim, uma ordem 'em saída', nova também em sua forma de vida, que deveria ser um apostolado 'no mundo'. E o Papa Inocêncio III deu sua aprovação e seu total apoio’.

Ordem da Santíssima Trindade e dos cativos’, ou seja, escravos, prisioneiros. Também esta combinação, destacou Francisco, faz refletir : a Trindade e os escravos. Não se pode deixar de pensar na primeira ‘pregação’ de Jesus na sinagoga de Nazaré, quando leu a passagem do profeta Isaías : ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, / por isso ele me ungiu / e me enviou para trazer a boa nova aos pobres, / para proclamar a libertação aos cativos / ... para libertar os oprimidos’ (Lc 4,18; cf. Is 61,1-2).

Jesus é o Enviado do Pai e é movido pelo Espírito Santo. Nele, toda a Trindade opera :

‘E a obra de Deus Amor, Pai, Filho e Espírito Santo, é a redenção do homem: por esta razão, Cristo derramou seu sangue na cruz. Em resgate por nós. Esta obra é prolongada na missão de toda a Igreja. Mas em sua Ordem encontrou uma expressão singular, peculiar, eu diria ‘literal’ - um pouco como a pobreza em Francisco -, ou seja, o compromisso com o resgate dos escravos’.

Francisco recordou que este carisma é, infelizmente, de uma atualidade flagrante! Seja porque mesmo em nosso tempo, que se vangloria de ter abolido a escravidão, na realidade há muitos, demasiados homens e mulheres, até mesmo crianças reduzidas a viver em condições desumanas, escravizadas. Seja porque, como evidenciado durante a conferência, a liberdade religiosa é violada, às vezes pisoteada em muitos lugares e de várias maneiras, algumas rudes e óbvias, outras sutis e ocultas.

Antigamente, - disse o Papa - era costume dividir a humanidade entre bons e maus : ‘‘Este país é bom...’. - ‘Mas fabrica bombas!’ - ‘Não, é bom’ - ‘E este é mau...’. Não, hoje a maldade permeou a todos e em todos os países há bons e maus. A maldade, hoje, está em toda parte, em todos os Estados. Também no Vaticano, talvez!

O Papa finalizou seu breve discurso agradecendo pelo trabalho da Ordem e os encorajou a prossegui-lo, também colaborando com outras instituições, eclesiais ou não, que compartilham de seu nobre propósito. Mas, por favor, disse, sem perder sua especificidade, sem ‘diluir’ o carisma.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-04/francisco-ainda-hoje-muitos-homens-e-mulheres-escravizados.html

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Santa Teresinha de Lisieux



 Da Liturgia da Horas ( Próprio dos Santos - dia 1 de Outubro ) : 

 Ofício das Leituras
   
Segunda leitura
Da Autobiografia de Santa Teresa do Menino Jesus, virgem
  (Manuscrits autobiographiques, Lisieux 1957,227-229)   (Séc.XIX)
No coração da Igreja serei o amor 

          Meus imensos desejos me eram um autêntico martírio. Fui, então, às cartas de São Paulo a ver se encontrava uma resposta. Meus olhos caíram por acaso nos capítulos doze e treze da Primeira Carta aos Coríntios. No primeiro destes, li que todos não podem ser ao mesmo tempo apóstolos, profetas, doutores, e que a Igreja consta de vários membros; os olhos não podem ser mãos ao mesmo tempo. Resposta clara, sem dúvida, mas não capaz de satisfazer meu desejo e dar-me a paz. 
Perseverei na leitura sem desanimar e encontrei esta frase sublime: Aspirai aos melhores carismas. E vos indico um caminho ainda mais excelente (1Cor 12,31). O Apóstolo esclarece que os melhores carismas nada são sem a caridade, e esta caridade é o caminho mais excelente que leva com segurança a Deus. Achara enfim o repouso. 



Ao considerar o Corpo místico da Igreja, não me encontrara em nenhum dos membros enumerados por São Paulo, mas, ao contrário, desejava ver-me em todos eles. A caridade deu-me o eixo de minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo formado de vários membros e neste corpo não pode faltar o membro necessário e o mais nobre: entendi que a Igreja tem um coração e este coração está inflamado de amor. Compreendi que os membros da Igreja são impelidos a agir por um único amor, de forma que, extinto este, os apóstolos não mais anunciariam o Evangelho, os mártires não mais derramariam o sangue. Percebi e reconheci que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça todos os tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno. 


Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará. 


 
Fonte :
‘In Liturgia das Horas IV, pg. 1332 a 1333