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segunda-feira, 12 de maio de 2025

A morte de Santo Antão

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


‘Antão tinha ido como seu costume, visitar os mosteiros da montanha que está além do deserto; tendo sido avisado pela Providência que seu fim estava próximo, disse aos irmãos : ‘É a última visita que vos faço, ficaria muito admirado que pudéssemos nos ver ainda neste mundo. O tempo da minha partida chegou, pois que tenho quase 105 anos’. Seus discípulos ouvindo isto puseram-se a chorar; abraçaram o ancião nos seus braços e cobriram-no de beijos; ele, semelhante a alguém que parte de uma cidade estrangeira para ir para a sua pátria, falou-lhes com voz alegre; exortou-os a nunca relaxar o trabalho de ascese, a nunca desanimar nos exercícios de piedade, a viver como se cada dia fosse o último de suas vidas.

Os irmãos queriam forçá-lo a ficar com eles e aí consumar seu martírio, mas ele não consentiu; voltou à montanha do deserto onde morava e poucos meses depois ficou doente. Chamou os dois discípulos que moravam com ele, para o servirem na sua velhice e disse-lhes : ‘Vou seguir o caminho de meus pais, como diz a Escritura, pois vejo que o Senhor me chama; enterrai meu corpo, escondei-o debaixo da terra e guardem fielmente esta recomendação; que ninguém fique sabendo onde é o lugar em que está o meu corpo, exceto vós. No dia da ressurreição dos mortos, recebê-lo-ei incorruptível das mãos do meu Salvador. Repartam assim as minhas vestes : deem ao bispo Atanásio duas peles de ovelha com a manto sobre o qual costumava dormir; ele deu-me isso novo, e ficou velho com o uso. Deem ao bispo Serapião a outra pele de carneiro; quanto a vocês guardem minha túnica de pelo. Adeus meus filhos, Antão vai-se e desde agora não está mais convosco’. Depois de ter pronunciado estas palavras os dois discípulos beijaram-no. Antão recolheu os pés e olhando como amigos os anjos que vinham ao seu encontro, e cuja presença o enchia de alegria, rendeu o espírito e foi ao encontro de seus pais.

Os dois discípulos executaram fielmente a ordem recebida, enterraram-no na terra bem fundo; e até hoje ninguém sabe aonde está escondido, exceto esses dois religiosos. Quanto àqueles que receberam as peles de cordeiro, que ele lhes legou, mais o manto usado, conservam isso como relíquias, como objetos infinitamente preciosos, pois olhando para eles, é como se vissem ainda Antão, e quando usam essas coisas parece-lhes que carregam com eles as lições e os conselhos de Antão.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.aimintl.org/pt/communication/report/118

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Quem é Santo Antão, o abade do deserto?

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo da redação da Aleteia


Antão é uma versão menos comum de um nome bastante conhecido : Antônio. Os dois nomes significam a mesma coisa : ‘florescente’, ‘aquele que floresce’ (do grego ‘ánthos’, flor). Aliás, na Igreja católica, que celebra Santo Antão no dia 17 de janeiro, o santo é também chamado de Santo Antônio Abade. Ele é considerado o pai dos monges cristãos e um elevado modelo de espiritualidade ascética.

Santo Antão nasceu no Egito em torno do ano 250, numa rica família rural. Quando perdeu os pais, o jovem de 20 anos dividiu os seus bens com os pobres e se retirou ao deserto para uma vida penitencial como eremita, chegando a viver junto a um cemitério para se aprofundar na meditação sobre a morte derrotada por Jesus. A inspiração para a renúncia ao mundo lhe tinha vindo durante uma Santa Missa, quando em seu coração se destacaram estas palavras de Jesus :

‘Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres’.

As Escrituras, a propósito, eram fonte perene de diretrizes práticas para Santo Antão. Seu trabalho manual, por exemplo, era incentivado por palavras claras de São Paulo (que, aliás, precisam ser recordadas em alto e bom som para as sociedades de todas as épocas) :

‘Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer’ (2Ts 3,10).

Não é à toa que ele é também venerado como padroeiro pelos tecelões de cestas, fabricantes de pincéis, açougueiros e trabalhadores da manutenção de cemitérios.

Santo Atanásio, que escreveu sobre a vida de Santo Antão, observa que o eremita usava apenas o que de fato precisava, doando qualquer excedente aos necessitados.

A certa altura, ele começou a organizar comunidades de oração e trabalho, mas acabou retornando ao deserto, numa espécie de harmonização entre a vida solitária e, ao mesmo tempo, a direção de um grupo de eremitas que viviam nas proximidades. Tornou-se amigo de São Paulo Eremita (que, obviamente, não deve ser confundido com São Paulo Apóstolo – até por conta de grande diferença de época em que viveu cada um). Foi a partir dessa organização de grupos de eremitas que Santo Antão se tornou um dos pioneiros do monaquismo cristão – e é daí que lhe vem o outro nome pelo qual é conhecido : Santo Antônio Abade.

Seu papel na defesa da fé foi de grande relevância histórica. Junto com o bispo Santo Atanásio, ele combateu a heresia do arianismo, que negava a divindade de Cristo.

Santo Atanásio nos deixou várias e preciosas informações sobre o amigo :

‘Ele orava constantemente, pois aprendera que devemos orar em privado sem cessar. Era tão atento à leitura da Sagrada Escritura que nada lhe escapava : tudo retinha e, assim, sua memória lhe fazia as vezes de livros. Todos os aldeões e monges com quem convivia viram que tipo de homem ele era e o chamavam de ‘amigo de Deus’, amando-o como filho ou como irmão’.

Santo Antão partiu para a eternidade no monte Colzim, perto do Mar Vermelho, por volta do ano 356.

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://pt.aleteia.org/2019/01/17/quem-e-santo-antao-o-abade-do-deserto/

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Santo Antão, Abade

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


‘Pai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251 e faleceu em 356; viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. Ao entrar numa igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa.

Enfim, Santo Antão foi passo-a-passo buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida : ‘Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado’(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita. Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também.

Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e, por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam : ‘Onde está Antão?’. E lhes respondiam : ‘Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; este é Antão’.

Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.

Santo Antão, rogai por nós!


Fonte  :
* Artigo na íntegra de http ://santo.cancaonova.com/santo/santo-antao-exemplo-de-castidade-de-obediencia-e-pobreza/

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Santo Antão, Abade

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


Este insigne pai do monaquismo nasceu no Egito por volta do ano 250. Depois da morte dos pais, distribuiu seus bens aos pobres e retirou-se para o deserto, onde começou a levar vida de penitente. Teve numerosos discípulos e trabalhou em defesa da Igreja, estimulando os confessores da fé durante a perseguição de Diocleciano e apoiando Santo Atanásio na luta contra os arianos. Morreu em 356. 


A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de Santo Antão : 

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Da Vida de Santo Antão, escrita por Santo Atanásio, bispo
(Cap.2-4: PG 26,842-846)     (Séc.IV) 


A vocação de Santo Antão
Depois da morte de seus pais, tendo ficado sozinho com uma única irmã ainda pequena, Antão, que tinha uns dezoito ou vinte anos, tomou conta da casa e da irmã. 

 Mal haviam passado seis meses desde o falecimento dos pais, indo um dia à igreja, como de costume, refletia consigo mesmo sobre o motivo que levara os apóstolos a abandonarem tudo para seguir o Salvador; e por qual razão aqueles homens de que se fala nos Atos dos Apóstolos vendiam suas propriedades e depositavam o preço aos pés dos apóstolos para ser distribuído entre os pobres. Ia também pensando na grande e maravilhosa esperança que lhes estava reservada nos céus. Meditando nestas coisas, entrou na igreja no exato momento em que se lia o evangelho, e ouviu o que o Senhor disse ao jovem rico: Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres. Depois vem e segue-me, e terás um tesouro no céu (Mt 19,21). 

         Antão considerou que a lembrança dos santos exemplos lhe tinha vindo de Deus, e que aquelas palavras eram dirigidas pessoalmente para ele. Logo que voltou da igreja, repartiu com os habitantes da aldeia as propriedades que herdara da família (possuía trezentos campos lavrados, férteis e muito aprazíveis) para que não fossem motivo de preocupação, nem para si próprio nem para a irmã. Vendeu também todos os móveis e distribuiu com os pobres a grande quantia que obtivera, reservando apenas uma pequena parte por causa da irmã. 

         Entrando outra vez na igreja, ouviu o Senhor dizer no evangelho: Não vos preocupeis com o dia de amanhã (Mt 6,34). Não podendo mais resistir, até aquele pouco que restara, deu-o aos pobres. Confiou a irmã a uma comunidade de virgens consagradas que conhecia e considerava fiéis, para que fosse educada no Mosteiro. Quanto a ele, a partir de então, entregou-se a uma vida de ascese e rigorosa mortificação, nas imediações de sua casa. 

         Trabalhava com as próprias mãos, pois ouvira a palavra da Escritura:  Quem não quer trabalhar, também não deve comer (1Ts 3,10). Com uma parte do que ganhava comprava o pão que comia; o resto dava aos pobres. 

         Rezava continuamente, pois aprendera que é preciso  rezar a sós sem cessar (1Ts 5,17). Era tão atento à leitura que nada lhe escapava do que tinha lido na Escritura; retinha tudo de tal forma que sua memória acabou por se substituir aos livros.

         Todos os habitantes da aldeia e os homens honrados que tratavam com ele, vendo um homem assim, chamavam-no amigo de Deus; uns o amavam como a filho, outros como a irmão. 


Fonte :
‘In Liturgia das Horas III’, pg. 1189 a 1191