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quarta-feira, 26 de julho de 2023

O misterioso retrato de Sant’Ana, a mãe de Maria

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Zelda Caldwell


‘Um retrato de Sant’Ana, mãe da Santíssima Virgem Maria, foi descoberto na década de 1960 por uma equipe arqueológica polonesa durante escavação naa Catedral de Faras, antiga Núbia e atual Sudão.

O que torna o retrato tão misterioso é o gesto incomum de Sant’Ana. Ela é retratada com o dedo indicador da mão direita nos lábios.

A pintura, que desde 1964 faz parte da coleção do Museu Nacional de Varsóvia, foi descoberta pela equipe liderada pelo professor Kazimierz Michałowski como parte de um projeto da UNESCO para preservar relíquias do reino medieval da Núbia. Os governantes nubianos se converteram ao cristianismo por volta de 548 graças aos missionários enviados de Constantinopla pela imperatriz Theodora.

Sabemos que a pintura de parede é de Sant’Ana, a mãe da Virgem Maria e avó de Jesus, por causa da inscrição abaixo, que diz : ‘Santa Ana, mãe da Mãe de Deus…’

Sant’Ana não é mencionada no Novo Testamento – todas as nossas informações sobre ela vêm de literatura apócrifa. Ana e seu marido Joaquim não tiveram filhos até que, graças às orações e à fé em Deus, eles conceberam e deram à luz uma menina, Maria.

Sant’Ana era venerada na antiga Núbia, e acredita-se que as mulheres rezavam a ela pedindo sua ajuda para engravidar.

Mas por que Sant’Ana está pedindo silêncio?

Há interpretações diferentes do significado deste gesto. Alguns estudiosos afirmam que ela está pedindo silêncio, que segundo o site ArchaeoTravel.eu, pode aludir ao ‘silêncio divino’. Outra teoria é que o gesto indica simplesmente que ela está rezando.

De acordo com Archaeotravel.eu, o gesto, que raramente é visto na arte cristã, pode se referir a uma tradição cristã egípcia (copta), na qual as pessoas rezavam em silêncio enquanto colocavam o dedo da mão direita nos lábios. O gesto protegeria as pessoas do mal que tentaria entrar no coração humano durante a oração.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://pt.aleteia.org/2020/07/29/o-misterioso-retrato-de-santana-a-mae-de-maria/


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Uma homenagem a tanta sabedoria que se esconde e se manifesta nos cabelos brancos.

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
 *Artigo de Dom Alberto Taveira Corrêa,
Arcebispo Metropolitano de Belém, PA

  
‘No dia vinte e seis de julho, comemoração de São Joaquim e Sant'Ana, pais da Virgem Maria, fazemos festa para os avós, homens e mulheres com uma missão importante e essencial nas famílias e na sociedade. E o grande Papa Francisco, quando lhe perguntaram sobre os celulares com os quais jovens de todas as idades querem fazer ‘selfies’ com ele, disse sentir-se bisavô! Nas Filipinas, foi chamado ‘Lolo Kiko’ — ou seja, vovô Francisco. E recentemente, numa série de catequeses sobre a família, dedicou duas delas aos avós e aos idosos em geral, das quais recolhi ensinamentos que me apraz oferecer aos leitores (Cf. Catequeses do Papa Francisco nos dias quatro e onze de março de dois mil e quinze), em homenagem a tanta sabedoria que se esconde e se manifesta nos cabelos brancos.

Constata o Papa que, graças aos progressos da medicina, a vida prolongou-se, mas nossas sociedades não se organizaram suficientemente para deixar espaço aos idosos, com o justo respeito e a concreta consideração pela sua fragilidade e dignidade. Quando jovens, somos levados a ignorar a velhice, como se fosse uma enfermidade da qual nos devemos manter à distância; depois, quando envelhecemos, especialmente se somos pobres, doentes e sós, experimentamos as lacunas de uma sociedade programada sobre a eficácia que, consequentemente, ignora os idosos. Mas os idosos são uma riqueza, não podem ser ignorados!

No Ocidente, os estudiosos apresentam nosso século como o século do envelhecimento, pois os filhos diminuem e os anciãos aumentam. Este desequilíbrio é um grande desafio. Uma cultura do lucro insiste em fazer com que os idosos pareçam um peso, pois não só não produzem, mas chegam a ser uma carga, e devem ser descartados. Há algo de vil neste habituar-se à cultura do descartável. E nós nos habituamos a descartar as pessoas. Queremos remover o nosso elevado medo da debilidade e da vulnerabilidade; mas agindo deste modo, aumentamos nos anciãos a angústia de serem mal tolerados e até abandonados.

Conta o Papa : ‘Quando eu era criança, um dia a minha avó narrou-me a história de um avô que se sujava quando comia, porque não conseguia levar bem a colher de sopa à própria boca. E o filho, ou seja o pai de família, decidiu tirá-lo da mesa comum e mandou fazer-lhe uma mesinha na cozinha, onde não se via, para ali comer sozinho. Assim, não faria má figura quando os amigos viessem almoçar ou jantar. Poucos dias depois, chegou em casa e encontrou o seu filho pequeno brincando com um pedaço de madeira, um martelo e alguns pregos; construía algo, e o pai disse-lhe : 'Mas o que fazes? — Faço uma mesa, pai. — Uma mesa, por que? — Para que esteja pronta quando tu envelheceres, assim poderás comer aí!'. As crianças têm mais consciência que nós!

Na tradição da Igreja, assim como em povos de nosso tempo com respeito cultivado aos mais velhos, existe uma bagagem de sabedoria que sempre sustentou a proximidade aos anciãos e seu acompanhamento. Esta tradição está arraigada na Sagrada Escritura : ‘Não desprezes alguém na sua velhice, pois nós também ficaremos velhos. Não te escape o que contam os velhos, pois eles o aprenderam de seus pais : deles aprenderás a inteligência e a arte de responder na hora oportuna’ (Eclo 8, 7.11-12).

Impressionou-me a abertura de coração do Papa : Nós, idosos, somos todos um pouco frágeis. No entanto, alguns são particularmente débeis, muitos vivem sozinhos, marcados por uma enfermidade. Outros dependem de curas indispensáveis e da atenção dos outros. Daremos por isso um passo atrás, abandonando-os ao seu destino? Uma sociedade sem proximidade, onde a gratuidade e o afago sem retribuição começam a desaparecer, é uma sociedade perversa. Fiel à Palavra de Deus, a Igreja não pode tolerar estas degenerações. Uma comunidade cristã em que a proximidade e a gratuidade deixassem de ser consideradas indispensáveis perderia juntamente com elas também a sua alma. Onde não há honra pelos idosos não há porvir para os jovens’. E o Papa estimulou os sentimentos adequados a serem cultivados, a gratidão, o apreço e a hospitalidade, que levem as pessoas idosas a se sentirem parte viva da família e da comunidade.

Para ele, devemos despertar o sentido comunitário de gratidão, de apreço e de hospitalidade, que levem o idoso a sentir-se parte viva da sua comunidade, pois são homens e mulheres, pais e mães que antes de nós percorreram o nosso próprio caminho, estiveram na nossa mesma casa, combateram a nossa mesma batalha diária por uma vida digna. O idoso somos nós: daqui a pouco ou daqui a muito tempo, inevitavelmente, embora não pensemos nisto.

Ensina o Papa que o Senhor nos chama a segui-lo em todas as fases da vida. Para ele, a velhice é uma vocação! Ainda não chegou o momento de se resignar. Para ele, trata-se de delinear uma espiritualidade das pessoas idosas, e não faltam testemunhos de santos e santas idosos! No mês de outubro, pela primeira vez, simultaneamente, um casal de pais de família será canonizado, durante o Sínodo da Família. Trata-se dos pais de Santa Teresinha, Luís e Zélia Martin, exemplo de santidade vivida no matrimônio, que educaram os filhos no caminho da santidade. Em tempos de família em crise, justamente a santidade de um casal que percorreu exemplarmente os passos da fidelidade à própria vocação se torna um presente da Igreja ao mundo!

Ainda o Papa, falando sobre a família, oferece uma imagem muito bonita, tirada o Evangelho de São Lucas (Cf. Lc 2, 25-39) : é a imagem de Simeão e Ana. Certamente eram idosos, o velho Simeão e a profetisa Ana, que tinha oitenta e quatro anos, uma mulher não escondia a sua idade! Todos os dias esperavam a vinda de Deus, havia muitos anos. Este era o seu compromisso : esperar o Senhor e rezar. Ao encontrarem Maria, José e o Menino, eles reconheceram o Menino e descobriram uma nova força, para uma renovada tarefa : dar graças e testemunhar este Sinal de Deus. Dar graças, interceder, purificar o coração pela oração! É a recomendação do Papa aos idosos. Precisamos de anciãos que orem, pois a velhice nos é oferecida precisamente para isto. A oração dos idosos é bonita! E como é bonito o encorajamento que o ancião consegue transmitir ao jovem em busca do sentido da fé e da vida! ‘Esta é verdadeiramente a missão dos avós, a vocação dos idosos! Como gostaria de uma Igreja que desafia a cultura do descartável com a alegria transbordante de um novo abraço entre jovens e idosos! E é isto, este abraço, que hoje peço ao Senhor’, concluiu o Papa Francisco.

Confio à proteção de São Joaquim e de Sant'Ana o tesouro que são os avós na Igreja e na sociedade..’


Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.zenit.org/pt/articles/uma-homenagem-a-tanta-sabedoria-que-se-esconde-e-se-manifesta-nos-cabelos-brancos


sexta-feira, 25 de julho de 2014

São Joaquim e Sant´Ana, pais de Nossa Senhora

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


Segundo uma antiga tradição, já conhecida no século II, assim eram chamados os pais da Santíssima Virgem Maria. O culto a Sant’Ana, prestado no Oriente desde o século VI, difundiu-se pelo Ocidente no século X. Mais recentemente, São Joaquim passou também a ser venerado.


A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de São Joaquim e Sant’Ana :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Dos Sermões de São João Damasceno, bispo
(Orat. 6, in Nativitatem B. Mariae V., 2.4.5.6:PG 96, 663.667.670
(Séc.VIII)

Vós os conhecereis pelos seus frutos
Estava determinado que a Virgem Mãe de Deus iria nascer de Ana. Por isso, a natureza não ousou antecipar o germe da graça, mas permaneceu sem dar o próprio fruto até que a graça produzisse o seu. De fato, convinha que fosse primogênita aquela de quem nasceria o primogênito de toda a criação, no qual todas as coisas têm a sua consistência (cf. Cl 1,17).

Ó casal feliz, Joaquim e Ana! A vós toda a criação se sente devedora. Pois foi por vosso intermédio que a criatura ofereceu ao Criador o mais valioso de todos os dons, isto é, a mãe pura, a única que era digna do Criador.

Alegra-te, Ana estéril, que nunca foste mãe, exulta e regozija-te, tu que nunca deste à luz (Is 54,1). Rejubila-te, Joaquim, porque de tua filha nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; o nome que lhe foi dado é : Anjo do grande conselho, salvação do mundo inteiro, Deus forte (Cf. Is 9,5). Este menino é Deus.

Ó casal feliz, Joaquim e Ana, sem qualquer mancha! Sereis conhecidos pelo fruto de vossas entranhas, como disse o Senhor certa vez : Vós os conhecereis pelos seus frutos (Mt 7,16). Estabelecestes o vosso modo de viver da maneira mais agradável a Deus e digno daquela que de vós nasceu. Na vossa casta e santa convivência educastes a pérola da virgindade, aquela que havia de ser virgem antes do parto, virgem no parto e continuaria virgem depois do parto; aquela que, de maneira única, conservaria sempre a virgindade, tanto em seu corpo como em seu coração.

Ó castíssimo casal, Joaquim e Ana! Conservando a castidade prescrita pela lei natural, alcançastes de Deus aquilo que supera a natureza: gerastes para o mundo a mãe de Deus, que foi mãe sem a participação de homem algum. Levando, ao longo de vossa existência, uma vida santa e piedosa, gerastes uma filha que é superior aos anjos e agora é rainha dos anjos.

Ó formosíssima e dulcíssima jovem! Ó filha de Adão e Mãe de Deus! Felizes o pai e a mãe que te geraram! Felizes os braços que te carregaram e os lábios que te beijaram castamente, ou seja, unicamente os lábios de teus pais, para que sempre e em tudo conservasses a perfeita virgindade! Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos, exultai e cantai salmos (cf. Sl 97,4-5). Levantai vossa voz; clamai e não tenhais medo.


Fonte :
‘In Liturgia das Horas III’, 1449, 1450