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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

São Mateus, Apóstolo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

São Mateus, Apóstolo - História dos Santos e Anjos - Revista Católica Arautos do Evangelho

‘O primeiro aos quais fez anunciar pelos anjos a boa nova da sua vinda, foram alguns humildes pastores de Belém. Quando escolheu seus doze apóstolos, ou doze enviados, para espalharem a boa nova a todos os povos da terra, escolheu-os entre os humildes e os pequenos. Primeiramente foram dois irmãos, Pedro e André, que viviam da pesca, assim como dois outros, Tiago e João.

Mais extraordinário ainda é não ter Jesus escolhido seus apóstolos precisamente entre os santos, nem no interior do templo, mas nas praças públicas, entre a classe operária e mesmo entre os empregados da alfândega. Saía da cidade de Cafarnaum e dirigia-se para o mar da Galiléia, onde costumava pregar à multidão, quando ao passar, avistou um publicano, Levi, filho de Alfeu, também chamado Mateus, sentado à mesa de cobrança de impostos, e disse-lhe : Segue-me. E aquele, tudo abandonando, levantou-se e seguiu-o. E Levi ofereceu a Jesus um grande banquete em sua casa. Estando este à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores que se sentaram à mesa com ele e com os discípulos, que em grande número o tinham acompanhado.

Mas os fariseus e os escribas, vendo que Jesus comia com os publicanos e os pecadores, murmuraram e disseram aos discípulos : Por que motivo come o vosso Mestre com os publicanos e os pecadores e vós com ele? Malgrado a aparente piedade, de que se jactavam, aqueles homens estavam cheios de desprezo pelos outros. Respondeu-lhes Jesus : Os sãos não tem necessidade de médico, mas sim os enfermos. Ide, e aprendei o que vos digo: quero misericórdia e não sacrifício; porque não vim chamar os justos e sim os pecadores.

Quão grande é a bondade de Jesus Salvador! Quem ainda poderá desesperar, seja por causa de seus pecados, seja por causa de suas más inclinações? Aí está um médico capaz, não apenas de curar os doentes, mas de ressuscitar os mortos; um médico caridoso, que se sobrecarregará com as nossas doenças e as nossas iniqüidades; um médico tão bom que se transmuda em remédio para os nossos males.

Mas o publicano Mateus também não merecerá que o amemos e imitemos? Era um homem de negócios e de dinheiro, um burocrata, um financista. Contudo, mal Jesus o chama, levanta-se, tudo abandona e segue-o, testemunha-lhe publicamente a gratidão com um grande banquete. E nós, que talvez nos julguemos muito melhores do que os publicanos, o Senhor chama-nos, o Senhor diz-nos há muito tempo : Vinde e segui-me! E ficamos surdos ao seu apelo. Ah! Roguemos ao bem-aventurado publicano, cuja festa celebramos, que nos seja dado seguir o Senhor, tal como o fez.

De publicano transformado em apóstolo. São Mateus perseverou até o fim. Depois de receber o Espírito Santo com a abundância de suas graças, no dia de Pentecostes, pregou durante vários anos na Judéia às ovelhas perdidas da casa de Israel : em seguida, levou o Evangelho às nações longínquas, Pérsia e à Etiópia, e confirmou com o sangue as verdades que pregava.

Além de um dos doze apóstolos, escolhidos para pregarem o Evangelho por toda a terra, São Mateus também foi um dos homens inspirados para gravá-lo por escrito. Há quatro evangelistas : São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João; assim como há quatro grandes profetas : Isaías, Ezequiel, Jeremias e Daniel; e quatro grandes impérios : Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma e quatro querubins acima dos quais se eleva o trono de Deus, no qual está sentado o Filho do homem.

O conjunto dos quatro querubins com o trono de Deus suspenso acima deles, não tem a sua representação na terra no conjunto dos quatro grandes impérios, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, a cujas lutos e a cujos destinos vemos outros tantos espíritos celestes presidir; espíritos que serviram de carro do Filho de Deus para que descesse à terra e nela estabelecesse seu império espiritual, e dos quais tirou seus instrumentos de vingança, pois no capítulo X, de Ezequiel, não vemos um dos querubins apanhar os carvões ardentes, que seriam espalhados sobre a criminosa Jerusalém?

Na Igreja Cristã, não viram os Padres os quatro evangelistas? Na face do homem, São Mateus, que inicia seu evangelho pela genealogia de Cristo enquanto homem; na face do leão, São Marcos, que inicia o seu pela voz de deus clamando no deserto; na face do touro, vítima principal dos antigos sacrifícios, São Lucas, que começa pelo sacerdote Zacarias no ato de desempenhar as funções do sacerdócio num templo; na face da águia, São João que. De início, eleva-se como uma águia acima das nuvens até o seio de Deus. São quatro, mas cada um deles é encontrado nos três outros, e os quatro são encontrados em cada um em particular; há quatro evangelhos, e só há um Evangelho. É o mesmo espírito que os inspira, que os alenta, que os inspira, que os alenta, que os dirige. São cheios de olhos; em tudo, até num ponto e vírgula, cintila a verdade. Contém como que um fogo divino de onde saem as fagulhas, as correntes elétricas da graça, que iluminam os espíritos, toam os corações e renovam a face da terra.

No Evangelho de São Mateus há um belo consumo de todo o Evangelho : é o Sermão da Montanha de todo o Evangelho, que reproduz inteiramente, enquanto os outros evangelistas só citam alguns trechos. É o sermão que se inicia com as oito bem-aventuranças.

O único objetivo do homem é a felicidade. Jesus Cristo veio unicamente proporcionar-nos os meios de realizá-lo. Colocar a felicidade onde deve estar é a fonte de todo bem; e a fonte de todo mal é colocá-la onde não deve estar. Digamos, pois : Quero ser feliz. Vejamos, porém, de que maneira; vejamos em que consiste a felicidade; vejamos quais são os meios para alcançá-la.

A felicidade está em cada uma das oito bem-aventuranças; pois, em todas, sob várias designações, é sempre da felicidade eterna que se trata. Na primeira bem-aventurança, como um reino; na segunda, como a terra prometida; na terceira, como a verdadeira e perfeita consolação; na quarta, como a satisfação de todos os nossos desejos; na quinta, como a última misericórdia que suprime todos os males e concede todos os bens; na sexta, sob seu legítimo nome, que é a visão de deus; na sétima, como a perfeição da nossa divina adoração; na oitava, mais uma vez como o reino dos céus. Eis, pois a felicidade em todas; mas há vários meios de alcançá-la e casa bem-aventurança assinala um; juntos, completarão a felicidade do homem.

Se o Sermão da Montanha é o resumo de toda a doutrina cristã, as oito bem-aventuranças são o resumo de todo o Sermão da Montanha.

Se Jesus Cristo ensina que a nossa justiça deve sobrepujar a dos escribas e fariseus, o ensinamento está contido na seguinte sentença : Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça. Pois se a desejarem como único alimento, se dela estiverem verdadeiramente famintos, com que abundância a receberão, pois que de todos os lados se apresentará para saciar-nos? Então também seguiremos os seus mínimos preceitos, como homens famintos que nada deixam, nem mesmo, por assim dizer, uma migalha de pão.

Se vos recomendam não maltratardes com palavras o vosso próximo é por efeito da brandura, do espírito pacífico ao qual foi prometido o reino e qualidade de filho de Deus. Não olhareis uma mulher com más intenções : Bem-aventurados os puros de coração; e o vosso coração só será inteiramente puro, depois que o tiverdes purificado de todos os desejos sensuais. São mais felizes os que passam a vida em lutas e numa tristeza salutar do que no meio de prazeres que embriagam. Não jureis; digais : É verdade, não é verdade. É ainda um efeito da brandura : quem é mando e humilde não se apega excessivamente aos sentidos, o que faz o homem afirmar com muita facilidade; diz simplesmente o que pensa, dentro do espírito de sinceridade e de mansidão. Perdoaremos facilmente todas as ofensas se estivermos possuídos por esse espírito de misericórdia, que atrai para nós numa misericórdia bem mais ampla. Mansos e pacíficos, não resistiremos à violência, deixar-nos-emos mesmo levar além do que prometemos. Amamos nossos amigos e inimigos, não apenas porque somos mansos, misericordiosos, pacíficos, mas também porque somos famintos de justiça e queremos vê-la reinar dentro de nós mesmos, melhor do quo reina no coração dos fariseus e dos gentios. Essa fome de justiça também nos leva a desejá-la por necessidade e não por ostentação.

Amamos o jejum quando encontramos nosso principal alimento na verdade e na justiça. Por meio de jejum, nosso coração se purifica e nos livramos dos desejos dos sentidos, Temos o coração puro quando reservamos para os olhos de Deus o bem que praticamos; quando nos contentamos em ser vistos apenas por ele; e quando não nos servimos da virtude como de uma máscara para iludir o mundo e atrair os olhares e o amor das criaturas. Quando nosso coração é puro, temos o olhar luminoso e a intenção reta. Evitamos a avareza e a busca dos bens, quando somos verdadeiramente pobres de espírito, não julgamos, quando somos mansos e pacíficos; porque a mansidão expulsa o orgulho. A pureza de coração faz com que nos tornemos dignos da Eucaristia, e que nunca recebamos sem unção o pão celestial.

Quando temos fome e sede de justiça, rezamos, imploramos, suplicamos: pedimos a Deus os verdadeiros bens e confiamos em que nos atenda, quando só aspiramos ao seu reino e à mansão dos vivos. De boa vontade entramos pela porta estreita quando nos consideramos felizes na pobreza, no pranto, nas tribulações que sofremos pela justiça. Quando temos fome de justiça, não nos contentamos de dizer a boca : Senhor, Senhor! Mas nos alimentamos intimamente com a sua verdade. Então edificamos sobre o rochedo e o achamos suficientemente firme para servir de apoio à nossa construção.

As bem-aventuranças constituem, pois o resumo do sermão inteiro, mas um resumo aprazível, porque a recompensa está ligada ao preceito; o reino dos céus, sob vários nomes admiráveis, à justiça; a felicidade, à prática.

No ano de 1080, Santo Alfano, arcebispo de Salerna, lá descobriu as relíquias de São Mateus, apóstolo e evangelista. Apressou-se em comunicar o achado ao Papa Gregório VII, que o felicitou, e com ele a toda a Igreja Católica, numa carta datada do dia 18 de Setembro, na qual recomenda ao bispo as preciosas relíquias sejam dignamente veneradas.’


Fonte :

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Advento : um caminho pelas personagens do Evangelho de Mateus

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Noé, João Batista, Maria e José foram abertos à proposta salvífica.
 *Artigo de César Thiago do Carmo Alves, FMI (Pavonianos),
Mestre e doutorando em Teologia Sistemática 
pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE)


‘Com o Tempo do advento novo ano se inicia na vida da Igreja Católica. A cada ano litúrgico a liturgia apresenta um evangelista para ser meditado. Todos eles percorrem algum itinerário teológico buscando apresentar o Evento Cristo para as suas comunidades e, de algum modo, oferecer pistas para o fato cristão. Esse ano A o convite feito é para trilhar o caminho da espiritualidade litúrgica com Mateus. Ao longo dos quatro domingos que compõem o percurso do advento, a Liturgia da Palavra, nos evangelhos, apresenta algum recorte do texto mateano para ajudar as comunidades adentrarem na dinâmica do mistério celebrado, no intuito de que elas possam se preparar para o Natal do Senhor. Esses são densos de teologia que convidam a uma mistagogia por meio das personagens que aparecem. Desse modo, pode-se perguntar o que elas podem ajudar na reflexão a respeito da bendita espera do Filho de Deus que assumiu o nosso jeito humano e armou sua tenda entre nós (cf. Jo 1,14).


Primeiro domingo : Noé, o dilúvio e o Filho do Homem (Mt 24, 37-44)

A moldura desse recorte é a parusia : ‘vigiai, portanto, porque não sabeis em que dia vem vosso Senhor’ (v.42). A preocupação dessa catequese de Mateus consiste em alertar a comunidade para ficar atenta à vinda de Jesus. Ele virá como um ladrão (cf. vv.43-44). Para elaborar essa reflexão, Mateus vale-se da figura de Noé e do evento do dilúvio. Desse modo faz uma conexão com a literatura veterotestamentária.

Retomando Gn 6,11-23 e 7,11-25, que consistem no relato do dilúvio, o evangelista busca na figura de Noé uma expressão para manifestar o que significa a vigilância e a salvação. Noé era um homem justo, integro e andava com Deus (cf. Gn 6,9). Não estava entre os que se perverteram (cf. Gn 6,9). Diante da perversão de toda a terra, Deus resolve recriar a humanidade. Noé, por conta de sua conduta, foi escolhido para essa recriação. Suas qualidades o colocaram numa postura de vigilância. Essa não foi a mesma conduta de seus contemporâneos. De modo que, ao vir o dilúvio eles não possuíram a mesma sorte de Noé.  Essa dinâmica salvífica de Deus estabeleceu com o salvado uma aliança. Um pacto de fidelidade em que ambas partes eram chamadas a cumprir (cf. Gn 11,18).

Recriação, salvação e aliança constitui a tríade que provoca a reflexão do leitor da narração sobre o dilúvio. Ao retomar Noé, Mateus aponta para o que está verdadeiramente em jogo no que diz respeito à espera do Filho do Homem. É nesse Filho que novamente a humanidade é recriada, salva e com ela é estabelecida uma nova e eterna aliança.


Segundo e Terceiro domingos : A figura paradigmática de João Batista (Mt 3,1-12; 11,2-11)

O segundo e o terceiro domingos do advento se concentram numa personagem : João Batista. Ele é uma figura paradigmática. Um pregador judeu que convida à penitencia em vista da conversão por conta da iminência da vinda do Reino de Deus (cf. Mt 3,1-2). É proveniente do ambiente sacerdotal essênio e é conhecido fora das fontes bíblicas. O historiador judeu do primeiro século, Flávio Josefo, atesta sua existência. Os primeiros cristãos consideravam muito próximas as pregações de João com a de Jesus. Mateus coloca na boca do Batista o tema central da pregação de Jesus : a aproximação do Reino de Deus (v.2). A conversão apontada por João consiste numa verdadeira metanóia. A metanóia conota uma mudança de mentalidade. Como Mateus escreve com a mentalidade judaica, a metanóia para o judeu é sûb, isto é, um retorno a Deus distanciando-se do pecado.

Mesmo com uma certa pintura apocalíptica, João Batista em seu anuncio do Messias, na esteira dos profetas do Antigo Testamento, porta uma esperança. Isso é notório quando em sua boca é colocada a citação do Dêutero-Isaías (Is 40,3) na forma da Septuaginta. O Dêutero-Isaías é o profeta da consolante boa notícia da libertação e do retorno do exílio. Ele é muito importante para o ambiente do Novo Testamento. Nesse sentido, o Batista é aquela Voz da Palavra Encarnada que é a esperança de uma humanidade remida e salva.

João Batista rompe com o paradigma judaico da salvação. Ousa apontar que ela não é hereditária ao remeter a figura de Abraão (cf. Mt 3,9). Com isso a personagem João Batista apresenta um tema fundamental de Mateus : também os pagãos podem ser salvos (cf. Am 3,2; Dt 1,17;16,19; 2 Cr 19,17; At 10,34; Rm 2,11; Gl 2,6; Ef 6,4; Cl 3,25).

Pode-se dizer de forma sintética que João Batista é um profeta. E ainda, mais que um profeta. Isso é colocado na boca de Jesus em Mt 11,7-10 quando o catequista Mateus reporta o testemunho entre João e Jesus. Ele é mais que um profeta pelo fato de ser o mensageiro de Deus (cf. Ml 3,14; Esd 23,20). Como mensageiro, João vem identificado com Elias (Cf. Mt 11,14).


Quarto domingo : José, o justo e Maria, a virgem (Mt 1,18-24)

O quarto domingo narra uma parte do evangelho da infância. Coloca em cena duas personagens : Maria e José. No entanto, o protagonismo de José se evidencia na narração. Maria, a virgem, concebe por obra do Espírito Santo (v.20). Ela iria gerar e dar à luz um filho que seria o Emanuel (v.23). A intervenção de Deus no nascimento de personagens escolhidas por Deus era uma tradição da fé de Israel (Isaac, Gn 18,11-14; Jacó, Gn 25,21; Samuel, 1Sm 1,4-20).

Ao narrar sobre a figura de José, o evangelista apresenta o seu qualificativo. Ele era justo. Em Dt 22,20-21 prescreve o que deveria ser feito com uma jovem cujas provas da virgindade não fossem encontradas. Ela deveria ser levada até aporta da casa de seu pai e ali os homens deveriam apedrejá-la até à morte. José decide ir na contramão da legislação. Resolve repudiá-la em segredo (v.19). Desse modo, sua justiça está em conexão com o respeito à vida e com a compaixão. O anjo do Senhor em sonho explica a ele que Maria não é adultera (v. 20). Compreendendo o projeto de Deus, José entra na dinâmica do plano da salvação. Isso se manifestou pelo fato de agir conforme o anjo lhe havia orientado recebendo Maria em sua casa (v.24). Isso demonstra sua adesão ao querer de Deus, numa acolhida obediente.


Balanço

Durante os domingos do advento as quatro personagens apontam para um elemento importante no que diz respeito ao projeto de Deus para a humanidade : disposição em acolher o querer de divino na vida. Noé, João Batista, Maria e José foram abertos à proposta salvífica. Essa abertura resultou em ação. Não permaneceram passivos diante do Projeto divino. Diante da iniciativa de Deus eles responderam a partir dos contextos vividos. Recriação, salvação, aliança, profetismo e abertura constituem palavras chaves no tempo do advento, motivados por essas figuras apresentadas pelo evangelista Mateus. Ao contemplar essas personagens as comunidades celebrantes são convidadas a percorrerem um caminho mistagógico na espera do Senhor que vem e se questionarem sobre o como estão acolhendo o projeto de Deus a partir dos mais diversos contextos, como o da pobreza e do golpe à democracia no cenário brasileiro. Inspirando-se nessas figuras, é que as comunidades clamam sem cessar : Maranata (Ap 22,20).’


Fonte :


sábado, 20 de setembro de 2014

São Mateus, Apóstolo e Evangelista

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



Nasceu em Cafarnaum, e exercia a profissão de cobrador de impostos quando Jesus o chamou. Escreveu o Evangelho em língua hebraica e, segundo uma tradição, pregou no Oriente.


A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de São Mateus, 
apóstolo e evangelista :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Das Homilias de São Beda Venerável, presbítero
(Hom. 21:CCL, 122,149-151)      (Séc.VI)

Jesus viu-o, compadeceu-se dele e o chamou
Jesus viu um homem chamado Mateus, assentado à banca de impostos, e disse-lhe : Segue-me (Mt 9,9). Viu-o não tanto com os olhos corporais quanto com a vista da íntima compaixão. Viu o publicano, dele se compadeceu e o escolheu. Disse-lhe então : Segue-me. Segue, quis dizer, imita; segue, quis dizer, não tanto pelo andar dos pés, quanto pela realização dos atos. Pois quem diz que permanece em Cristo, deve andar como ele andou (1Jo 2,6).

E levantando-se, o seguiu (Mt 9,9). Não é de admirar que o publicano, ao primeiro chamado do Senhor, tenha abandonado os lucros terrenos de que cuidava e, desprezando a opulência, aderisse aos seguidores daquele que via não possuir riqueza alguma. Pois o próprio Senhor que o chamara exteriormente com a palavra, interiormente lhe ensinou por instinto invisível a segui-lo, infundindo em seu espírito a luz da graça espiritual. Com esta compreenderia que quem o afastava dos tesouros temporais podia dar-lhe nos céus os tesouros incorruptíveis.

E aconteceu que, estando ele em casa, muitos publicanos e pecadores vieram e puseram-se à mesa com Jesus e seus discípulos (Mt 9,10). A conversão de um publicano deu a muitos publicanos e pecadores o exemplo da penitência e do perdão. Belo e verdadeiro prenúncio! Aquele que seria apóstolo e doutor dos povos, logo no primeiro encontro arrasta após si para a salvação um grupo de pecadores. Assim inicia o ofício de evangelizar desde os primeiros começos de sua fé aquele que viria a realizar este ofício plenamente com o merecido progresso das virtudes. Contudo se quisermos indagar pelo sentido mais profundo deste acontecimento nós o entenderemos : a Mateus foi muito mais grato o banquete na casa do seu coração, preparado pela fé e pelo amor do que o banquete terreno que ele ofereceu ao Senhor. Atesta-o aquele mesmo que diz : Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele e ele comigo (Ap 3,20).

Ouvindo a sua voz, abrimos a porta para recebê-lo, ao aceitarmos de bom grado suas advertências secretas ou evidentes e nos pormos a realizar aquilo que compreendemos como o nosso dever. Ele entra para que ceemos, ele conosco e nós com ele, porque, pela graça de seu amor, habita nos corações dos eleitos para alimentá-los sempre com a luz de sua presença. Possam assim os eleitos cada vez mais progredir no desejo do alto, e ele mesmo se alimente com os desejos deles como com pratos deliciosos.


Fonte :
‘In Liturgia das Horas IV’, 1298, 1299


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

São Mateus, Apóstolo e Evangelista

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

Senhor nosso Deus,
na vossa infinita misericórdia escolhestes
o publicano Mateus para vosso Apóstolo,
concedei-nos que, ajudados pelo seu exemplo e intercessão,
Vos sigamos fielmente e
nos entreguemos a Vós de todo o Coração.
Por Nosso Senhor Amém!

São Mateus Apóstolo e Evangelista rogai por nós!’

Fonte :