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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Nossa Senhora Aparecida: Mãe dos de coração simples

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

*Artigo de Murillo Henrique Antonio de Oliveira


Interessante, curioso e até difícil pensar que a partir de um momento de frustração um encontro pode acontecer e que, a partir dele, tudo pode ser transformado e daí nascer algo que se prolonga por mais de três séculos. O ano era 1717; três simples homens, pescadores – Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso – enfrentaram um momento de frustração. Após várias tentativas de pesca sem sucesso, algo inesperado aconteceu : em suas redes, encontraram o corpo de uma pequena imagem de barro, sem a cabeça. Ao lançarem as redes novamente, recuperaram a cabeça da imagem. Uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo. Depois desse encontro, as redes se encheram de peixes e o milagre ficou marcado como o primeiro sinal da intercessão de Nossa Senhora, aparecida das águas. 

A simplicidade dos pescadores e sua fé foram elementos centrais nesse milagre, que trouxe esperança em meio às dificuldades. Nesse fato, o grande amor de Deus é demonstrado. Ele, em sua infinita bondade, manifesta-se aos humildes e simples de coração, como os pescadores. Nossa Senhora Aparecida, a mãe de Deus, aproximou-se de maneira especial dos pobres e marginalizados por meio desse episódio, tornando-se, para muitos, um sinal claro do amor de Deus.

A devoção a Nossa Senhora Aparecida cresceu rapidamente entre os mais simples, pois Maria é aquela que acolhe os pequenos e os aflitos. O próprio São João Paulo II assim afirmou : ‘Maria está no centro do mistério da Igreja porque é a mãe de Cristo’ (Carta Encíclica Redemptoris Mater, 22). Ela é, portanto, a mãe de todos, mas seu olhar se volta de maneira especial aos mais necessitados. Os pobres e humildes, que muitas vezes vivem em meio ao sofrimento e à dificuldade, são os que mais acolhem a Boa-Nova de Deus, pois, como o próprio Jesus disse nas páginas do santo Evangelho, ‘Eu te louvo, Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste essas coisas dos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos’ (Mt 11,25).

São os corações simples e os pobres que mais acolhem os sinais do amor de Deus. A devoção a Nossa Senhora Aparecida tornou-se, para essas pessoas, uma fonte de consolo e esperança. Maria, que viveu na simplicidade de Nazaré, conhece as dores e dificuldades do povo. Ela, que experimentou o sofrimento e a humildade, é a mãe que intercede e protege. A espiritualidade em torno de Nossa Senhora Aparecida revela-se como uma fé viva, que transcende as dificuldades e encontra força na esperança e no amor.

A espiritualidade mariana tem grande importância para o povo brasileiro, especialmente para os mais simples, pois simboliza a fé perseverante de um povo que, mesmo em meio às dificuldades, encontra na intercessão de Maria um caminho de esperança. Como nos lembra a Constituição Dogmática Lumen Gentium, ‘Ela é saudada como membro eminente e singular da Igreja e como seu modelo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade’ (53). Nossa Senhora Aparecida é essa mãe que guia o povo de Deus, especialmente os que mais sofrem, para mais perto de Cristo.

Assim, ao celebrarmos sua solenidade no dia 12 de outubro, recordamos o papel fundamental dessa devoção, que une o Brasil em torno da simplicidade e do amor de uma mãe que intercede por seus filhos em todas as suas necessidades. Nossa Senhora Aparecida é o refúgio dos pequenos, a esperança dos aflitos e o símbolo da fé simples e perseverante de um povo que confia no poder de Deus.

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://revistaavemaria.com.br/nossa-senhora-aparecida-mae-dos-de-coracao-simples.html


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Dupla expectativa

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 *Artigo de Dom Demétrio Valentini,
Bispo de Jales

  
‘A festa de Nossa Senhora Aparecida, neste ano, já se coloca na perspectiva da grande celebração que está prevista para o ano de 2017, quando vão se completar 300 anos do encontro da imagem, nas águas do Paraíba.

A preparação para esta celebração especial já começou, com a iniciativa de levar para as dioceses do Brasil um ‘fac-simile’ da imagem original, que sempre permanece no santuário nacional.

Dada a tradição que o santuário já tem, de administrar bem as multidões que sobretudo nos finais de semana convergem para Aparecida, não será difícil organizar a sequência de peregrinações, que certamente se farão ao longo do ano de 2017.

A Igreja Católica no Brasil tem pela frente, portanto, um momento muito intenso. O próprio Papa Francisco, que não visitou ainda a Argentina, mas que já esteve no Brasil,  acenou com a possibilidade de vir especialmente para Aparecida, em 2017.

O curioso é que o ano de 2017 está sendo olhado com forte expectativa também pelos luteranos, e por extensão, por todos os evangélicos.

Acontece que em 2017 se completam quinhentos anos da reforma protestante, tendo como referência o dia em que Lutero expôs suas 95 teses, que se constituíram no ideário teológico de toda a reforma protestante.

São dois eventos bem distintos, é claro. E não há nenhum problema para celebrar um e outro. Mas não deixa de ser uma valiosa oportunidade, para um olhar mais abrangente sobre o caminhar da fé cristã nestes últimos séculos, cuja herança ainda carregamos, expressa de tantas maneiras.

Uma primeira atitude, já amadurecida, é de respeitar as manifestações religiosas que a fé cristã pode ir suscitando. E ao mesmo tempo, buscarmos uma compreensão mais tranquila dos fatos que explicam toda a vasta questão levantada pela reforma protestante.

Com a recente aproximação ecumênica, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II, hoje em dia católicos e luteranos se veem muito mais próximos do que tempos atrás. E não deixa de ser curioso o fato de que os iniciadores da reforma protestante, os luteranos, são hoje, entre os evangélicos, os que mais tranquilamente abraçam a causa ecumênica, deixando uma esperança muito grande de que os protagonistas da reforma sejam hoje protagonistas da reconciliação e da aceitação mútua das diferenças eclesiais que podem legitimamente existir.

Que o ano de 2017 seja vivido intensamente no seio da Igreja Católica, mas que a coincidência com o aniversário da reforma protestante seja tido como um estímulo a superar problemas históricos, que nas atuais circunstâncias perdem força e motivação de ainda existirem.

Enquanto é tempo, seria mais do que oportuno, motivar as lideranças eclesiais, para que os dois eventos sejam assumidos positivamente. Que esta coincidência, que parece só aleatória, se transforme em causa a ser assumida de maneira consciente e realista, mas sempre com esperança.

Assim, os trezentos anos de Aparecida, sejam vinculados com os 500 anos da reforma protestante, para benefício da causa ecumênica entre todas as Igrejas.’


Fonte :


sábado, 11 de outubro de 2014

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

  

Na segunda quinzena de outubro de 1717, três pescadores, Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves, ao lançarem sua rede para pescar nas águas do Rio Paraíba, colheram a Imagem de Nossa Senhora da Conceição, no lugar denominado Porto do Itaguassu. Filipe Pedroso levou-a para sua casa conservando-a consigo até 1732, quando a entregou a seu filho Atanásio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório onde colocou a Imagem da Virgem que ali permaneceu até 1743. Todos os sábados, a vizinhança reunia-se no pequeno oratório para rezar o terço. Devido à ocorrência de milagres, a devoção a Nossa Senhora começou a se divulgar, com o nome dado pelo povo de Nossa Senhora Aparecida. A 26 de julho de 1745 foi inaugurada a primeira Capela. Como esta, com o passar dos anos, não comportasse mais o número de devotos, iniciou-se em 1842 a construção de um novo templo inaugurado a 8 de dezembro de 1888. Em 1893, o Bispo diocesano de São Paulo, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, elevou-o à dignidade de ‘Episcopal Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida’. A 8 de setembro de 1904, por ordem do Papa Pio X, a Imagem milagrosa foi solenemente coroada, e a 29 de abril de 1908 foi concedido ao Santuário o título de Basílica menor. O Papa Pio XI declarou e proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil a 16 de julho de 1930, ‘para promover o bem espiritual dos fiéis e aumentar cada vez mais a devoção à 'Imaculada Mãe de Deus’. A 5 de março de 1967 o Papa Paulo VI ofereceu a ‘Rosa de Ouro’ à Basílica de Aparecida. Em 1952 iniciou-se a construção da nova Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, solenemente dedicada pelo Papa João Paulo II a 4 de julho de 1980.

  
A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil  :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Da Homilia na Dedicação da Basílica Nacional de Aparecida,
do papa João Paulo II
(Pronunciamentos do Papa no Brasil, Edit. Vozes,
Petrópolis 1980, 125. 128. 129. 130)    (Séc.XX)

A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda
'Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida!'’.

Desde que pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, na ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho Jesus no momento extremo da sua vida para ser nossa Mãe.

Sim, amados irmãos e filhos, Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça.

Ao confessar-se serva do Senhor (Lc 1,38) e ao pronunciar o seu sim, acolhendo ‘em seu coração e em seu seio’ o mistério de Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora.

Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II : ‘A função maternal de Maria, em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece’.

Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização? Assim, a ‘Estrela da Evangelização’, como a chamou o meu Predecessor Paulo VI, aponta e ilumina os caminhos do anúncio do Evangelho. Este anúncio de Cristo Redentor, de sua mensagem de salvação, não pode ser reduzido a um mero projeto humano de bem-estar e felicidade temporal. Tem certamente incidências na história humana coletiva e individual, mas é fundamentalmente um anúncio de libertação do pecado para a comunhão com Deus, em Jesus Cristo. De resto, esta comunhão com Deus não prescinde de uma comunhão dos homens uns com os outros, pois os que se convertem a Cristo, autor da salvação e princípio de unidade, são chamados a congregar-se em Igreja, sacramento visível desta unidade humana salvífica.

Por tudo isto, nós todos, os que formamos a geração hodierna dos discípulos de Cristo, com total aderência à tradição antiga e com pleno respeito e amor pelos membros de todas as comunidades cristãs, desejamos unir-nos a Maria, impelidos por uma profunda necessidade da fé, da esperança e da caridade. Discípulos de Jesus Cristo neste momento crucial da história humana, em plena adesão à ininterrupta Tradição e ao sentimento constante da Igreja, impelidos por um íntimo imperativo de fé, esperança e caridade, nós desejamos unir-nos a Maria. E queremos fazê-lo através das expressões da piedade mariana da Igreja de todos os tempos.

A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz,segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus : Fazei o que ele vos disser (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria : ela é sempre a ‘Mãe de Deus e nossa’.


Fonte :
‘In Liturgia das Horas IV’, 1363, 1369, 1371
  

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Nossa Senhora Aparecida




 Oração a Nossa Senhora Aparecida

'Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Maria
de todos os nomes.

Filha predileta do Pai, Virgem fiel, servidora da Palavra, discípula fiel do Senhor, mãe e modelo de fé, de esperança e de caridade.

Intercedei por nós para que possamos saber viver cada vez melhor os mistérios da salvação e perseverar até o fim,

dóceis ao Espírito Santo, no seguimento de vosso Filho Jesus.'

Amém!