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domingo, 24 de maio de 2015

Missionário nas Arábias : determinação e visão

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 *Artigo de Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano


‘...Recebam uma saudação de esperança das Arábias.

As realizações dependem sempre de dois elementos importantes : ter uma visão na linha do horizonte e a determinação de caminhar no seu rumo com o intuito de chegar o mais perto possível.

O sucesso de Dubai dependeu muito de seu xeque Rashid, da dinastia Maktum e seus sucessores que souberam combinar visão e determinação.

 Contudo, nada poderia ter sido conquistado se não fosse pelo espírito gregário dos vilarejos, reconhecidos como trabalhadores incansáveis. Sem recursos em terras desérticas, resolveram buscar soluções para sua sobrevivência. Por isso aumentou-se a frota de navios para comercializar e, muitas vezes, até contrabandear. Sendo o porto de pouco calado, pediram dinheiro emprestado para dragá-lo. Convidaram estrangeiros para se estabelecerem com seus negócios no Emirado, prometendo-lhes que não pagariam impostos e que não haveria convulsões sociais.

Como era de se esperar, os estrangeiros caíram nas graças do xeque Rashid da vila de Dubai, que já se havia transformado em cidade.

Com a presença de pessoas de outros países e a visita de comerciantes, Rachid foi informado das maravilhas do mundo moderno. Soube que havia arranha-céus em Nova York e o trem subterrâneo de Londres. Ouvia as informações com atenção. A nova situação revelou um grande abismo entre Dubai e o resto do mundo. Rachid decidiu que isso mudaria.

A cidade de Dubai já não se constituía numa população isolada entre a areia e o mar. Alimentou o sonho de que o nome da cidade de Dubai deveria ser conhecido, em todo o planeta. Queria sentar para um jantar em Nova York e comentar os acontecimentos de Dubai. Sua ambição era ver dois ingleses, tomando cerveja e falando sobre Dubai. Enfim, propôs a si mesmo que faria com que a cidade estivesse na boca dos fazendeiros na China, dos banqueiros da Suíça, dos generais da Rússia.

Contudo, para que todos pudessem conhecer Dubai, ela não podia ser uma cidade pequena e pobre.  Alimentou o desejo de transformá-la na mais luxuosa cidade da terra como não haveria outra. Seria a Cidade do Ouro.

O xeque Rashid era um homem carismático, exagerado e ambicioso sem muito tempo para dialogar sobre projetos.  Pôs em seus planos de transformar Dubai no centro financeiro do mundo, do edifício mais alto do planeta, do hotel mais alto e caro da terra, do maior porto artificial do mundo, da imitação das construções emblemáticas de Nova York.  A arquitetura aqui deveria explorar a unicidade e a beleza. Para ser diferente deveria trazer para o deserto o que seria inimaginável : uma cancha de esqui, o maior jardim de flores do mundo, outro jardim com milhares de borboletas, uma selva amazônica, ilhas artificiais e vai por aí afora.

A megalomania de Rashid, porém, foi um eclipse para o bom senso. O sentido de comunidade, acolhida e simplicidade das pessoas do deserto foram perdidos para sempre.  À visão e determinação faltou-lhe sabedoria.

Amigos e amigas,

Todo mestre da lei, bem esclarecido quanto ao Reino dos céus, é semelhante a um pai de família que sabe tirar do seu tesouro coisas novas e coisas velhas’. MT 13:52’


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