Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
Jornalista
‘Rumo à Páscoa, celebração central
da fé cristã, iniciamos a Quaresma no dia 14 de Fevereiro. Uma vez mais, somos
convidados a realizar um caminho de conversão, que nos permita superar as
nossas faltas de fé e as nossas resistências em seguir Jesus mais radicalmente.
Conduzidos pelo Espírito, somos desafiados a fazer o caminho de Jesus tanto no
deserto, como no Monte Tabor e, assim, viver intensamente a missão. Como refere
o Papa Francisco na mensagem da Quaresma de 2023 : «Para aprofundar o nosso
conhecimento do Mestre, é preciso deixar-se conduzir por Ele à parte e ao alto,
rompendo com a mediocridade e as vaidades. É preciso pôr-se a caminho, um
caminho em subida, que requer esforço, sacrifício e concentração, como uma
excursão na montanha.»
A Quaresma é um tempo
privilegiado para escutar a voz de Jesus, que nos fala mediante a Palavra de
Deus, os sinais dos tempos e o clamor dos irmãos, sobretudo os mais pobres e
necessitados, que são os protagonistas do caminho da Igreja – nesta
perspectiva, apresentamos nesta edição o testemunho de serviço generoso e
proximidade do padre Vincenzo Bordo, que desenvolve a sua missão com os mais
marginalizados da periferia de Seul, na Coreia do Sul (páginas 46-49), e da
irmã Carla Frey Bamberg, que apoia os migrantes em Luanda, Angola (páginas
38-43).
Este ano, vivemos a
Quaresma entre as duas sessões sinodais (Outubro de 2023 e Outubro de 2024) e o
desafio é reflectir e aprofundar o relatório de síntese fruto da primeira
sessão, documento que contém pistas de reflexão (convergências, questões a
aprofundar e propostas). Para as Igrejas locais foi proposta uma pergunta
orientadora da reflexão : como ser Igreja sinodal em missão? O trabalho que
estamos a desenvolver e que continuará durante os próximos meses (em Portugal
cada diocese deve enviar à Conferência Episcopal Portuguesa o fruto da sua
reflexão até final de Março) é realizado seguindo a dinâmica sinodal de
comunhão, missão e participação, como refere a Carta ao Povo de Deus,
publicada no final da primeira sessão do sínodo : «Gostaríamos que os meses que
nos separam da segunda sessão, em Outubro de 2024, permitam a todos participar
concretamente no dinamismo de comunhão missionária indicado pela palavra
sínodo.» E, acrescenta o texto, «para progredir no seu discernimento, a Igreja
precisa absolutamente de escutar todos, a começar pelos mais pobres. Isto
exige, da sua parte, um caminho de conversão, que é também um caminho de
louvor». [Nesta linha, foi lançada no país uma plataforma digital
(www.redesinodal.pt), cujo objectivo é «centralizar o essencial da informação»
sobre o processo sinodal a decorrer nas diferentes dioceses, movimentos,
comunidades e grupos de norte a sul do País.]
Estamos chamados a
percorrer com entusiasmo e esperança estes dois caminhos – quaresmal e sinodal
– que têm como meta, como lembra o Papa Francisco, uma transfiguração pessoal e
eclesial. «Uma transformação que, em ambos os casos, encontra o seu modelo na
de Jesus e realiza-se pela graça do seu mistério pascal». Um itinerário de
conversão que nos permitirá ser «artesãos de sinodalidade na vida ordinária das
nossas comunidades» e entusiastas discípulos missionários.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.combonianos.pt/alem-mar/opiniao/4/1127/quaresma-e-caminho-sinodal/
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