Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
Jornalista
‘No dia 22 de Outubro,
celebramos o Dia Mundial das Missões. Na mensagem para este ano, com o lema
«Corações ardentes, pés ao caminho», o Papa Francisco tem como referência o
episódio dos discípulos de Emaús, contado com mestria narrativa por Lucas (cf.
Lc 24,13-35). Sendo este trecho evangélico uma síntese do que é o Evangelho e
do que é o caminho dos cristãos, o papa apresenta três imagens sugestivas :
corações ardentes pelas Escrituras explicadas por Jesus, olhos abertos para O
reconhecer e pés ao caminho. Referimos brevemente estes três aspectos que, nas
palavras do papa, traçam o itinerário dos discípulos-missionários e nos
permitem «renovar o nosso zelo pela evangelização no mundo de hoje».
A
primeira cena do texto evangélico apresenta os protagonistas da história : dois
discípulos que não têm nome – são paradigma dos discípulos de todos os tempos e
lugares – que deixavam Jerusalém frustrados e desiludidos depois da morte de
Jesus. No caminho, aproxima-se deles um homem e começam a caminhar juntos; o
desconhecido interpela-os, escuta-os com atenção e explica-lhes as Escrituras.
Essa exegese bíblica, transformando-os e iluminando-os, dá-lhes um novo olhar,
faz-lhes perceber a história da Salvação e o projeto de Deus realizado em
Jesus. Refere o papa que, também hoje, estamos chamados a deixar «que Ele faça
arder o nosso coração, nos ilumine e transforme, para podermos anunciar ao
mundo o Seu mistério de salvação com a força e a sabedoria que vêm do Seu
Espírito».
Lucas
continua a narração assinalando que os discípulos pediram ao misterioso
Viandante que ficasse com eles, pois estava a anoitecer. Encontrando-se
sentados à mesa, Ele fez memória da Última Ceia. Com esse gesto de partir e
repartir o pão, os olhos dos discípulos abriram-se e eles compreenderam que era
Jesus, que o Senhor verdadeiramente tinha ressuscitado. Nesse momento,
deixaram de O ver, mas isso não foi um problema, pois eles sabiam que o
Ressuscitado permanecerá com os seus seguidores para sempre. O papa refere que
este texto convida cada discípulo-missionário a «tornar-se, como Jesus e n’Ele,
graças à ação do Espírito Santo, aquele-que-parte-o-pão e
aquele-que-é-pão-partido para o mundo».
Finalmente,
Lucas conta-nos que, com o fogo de Jesus no coração e a visão alargada pelo
acontecimento pascal, os discípulos levantaram-se e com pés céleres puseram-se
ao caminho, pois queriam testemunhar a todos a experiência do encontro com o
Senhor da Vida. Uma imagem, sublinha Francisco, que nos recorda «a validade
perene da missio ad gentes, a missão confiada pelo Senhor
ressuscitado à Igreja : evangelizar toda a pessoa e todos os povos até aos
confins da Terra».
A
evangelização da África foi a paixão de São Daniel Comboni, a quem o Papa
Francisco dedicou a audiência geral do passado dia 20 de Setembro. Ele, «uma
pessoa enamorada por Deus e pelos irmãos», é um santo universal que continua a
inspirar a missão da Igreja. Uma tarefa evangelizadora que todos os batizados
estão chamados a assumir com paixão, coragem e alegria, pois hoje, mais do que
nunca, «a Humanidade, ferida por tantas injustiças, divisões e guerras, precisa
da Boa Nova da paz e da salvação em Cristo».’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.combonianos.pt/alem-mar/opiniao/4/1021/missionarios-do-ressuscitado/
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