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domingo, 8 de outubro de 2023

Diocese assinala 6 anos de terrorismo em Cabo Delgado denunciando novos ataques na região

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo da reportagem local

 

A data de 5 de Outubro de 2017, com um ataque em Mocímboa da Praia, marcou o início da violência terrorista em Moçambique que já causou, desde então, cerca de cinco mil mortos e aproximadamente 1 milhão de deslocados.

A data não foi esquecida pela Igreja Católica e a Diocese de Pemba divulgou mesmo uma mensagem em que se fala nestes ‘6 anos de guerra’, em que aconteceram ‘assassinatos brutais, raptos, destruição de casas e machambas, gente espalhada por muitos sítios’.

A mensagem, enviada para a Fundação AIS em Lisboa, denuncia que a violência terrorista não tem abrandado nos últimos meses, e que, desde 2023, ‘constantemente somos surpreendidos por novos ataques’, o que ‘deixa a população aterrorizada’.

‘Tempo de exílio’

Da autoria do Padre Edegard Silva, um missionário saletino presente há vários anos nesta região de Moçambique, esta mensagem é um grito de alerta para que o mundo não ignore o que continua a acontecer neste país africano de língua oficial portuguesa. ‘Assim tem sido a vida de milhares de deslocados espalhados por todos os lados, pessoas com vidas despedaçadas que dependem da solidariedade e da ação humanitária’.

No texto refere-se ainda que estes seis anos, desde que ocorreu o primeiro ataque terrorista, tem sido um ‘tempo de exílio’ em que o olhar das populações ‘é de tristeza’, e recordam-se as palavras do Papa Francisco que tem apelado constantemente ao fim da violência em África. A mensagem da Diocese de Pemba termina com um apelo à ‘oração pela paz em Cabo Delgado’.

Ataque contra cristãos

Muita da violência terrorista em Moçambique tem sido reivindicada pelo Daesh, o grupo jihadista Estado Islâmico. Ainda esta semana, através das suas redes sociais, o Daesh reivindicou, segundo a agência de notícias Lusa, ‘um ataque em Mocímboa da Praia, com três engenhos explosivos, contra as forças armadas de Moçambique e dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Corroborando a mensagem divulgada pela Diocese de Pemba, ainda recentemente, em Setembro, ocorreu um dos mais violentos ataques terroristas em Cabo Delgado, com a particularidade de um grupo de cristãos ter sido o alvo da violência.

Tal como a Fundação AIS noticiou então, no dia 15 de Setembro, um grupo de terroristas atacou a aldeia de Naquitengue, tendo assassinado pelo menos 11 cristãos que foram separados previamente do resto da população muçulmana, num sinal evidente de que se tratou de um ato premeditado contra a comunidade cristã. Este ataque foi também reivindicado pelo Daesh.

Momentos de insegurança

Frei Boaventura, um missionário do Instituto da Fraternidade dos Pobres de Jesus, presente em Moçambique e que acompanha desde há vários anos a situação em Cabo Delgado, confirmou, na ocasião, à Fundação AIS, os contornos extremamente violentos deste ataque, salientando ‘o detalhe’ de que ‘esta estratégia já aconteceu no passado’. 

O missionário referia-se ao fato de os terroristas já terem realizado ataques em que ‘separaram os cristãos dos muçulmanos’. O religioso explicou ainda que, ‘infelizmente, quando ocorre este tipo de situações, a população fica toda assustada’, e que tudo isto gera ‘novos momentos de tensão e insegurança’.

País prioritário para a AIS

Moçambique é um país prioritário para a Fundação AIS no continente africano. A solidariedade dos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre tem permitido levar a este país, especialmente à região de Cabo Delgado, projetos de assistência pastoral e de apoio psicossocial às populações vítimas do terrorismo, mas também fornecimento de materiais para a construção de dezenas de casas, centros comunitários e ainda a aquisição de veículos para os missionários que trabalham junto dos centros de reassentamento que abrigam as famílias fugidas da violência.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://pt.aleteia.org/2023/10/08/diocese-assinala-6-anos-de-terrorismo-em-cabo-delgado-denunciando-novos-ataques-na-regiao/

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