Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
Interior da Igreja de Santo Anselmo, em Meguro (Tóquio),
frequentada por imigrantes filipinos
‘Uma ‘lufada
de ar fresco’ e um desafio : são os jovens migrantes filipinos e
vietnamitas, de fé católica que chegam ao Japão e ‘surpreendem’ a Igreja deste país, onde os cristãos são cerca de 2
por cento da população. ‘A sociedade
japonesa está cada vez mais idosa assim como nossas comunidades’, relata
padre Ignacio Martinez, missionário mexicano, do Departamento de Assuntos
Sociais da Conferência Episcopal do Japão. ‘Por
um lado isso é um bem – explica o sacerdote – porque temos muitas pessoas com
grande experiência de vida; mas por outro lado, estão chegando muitas pessoas
de outros países, e muitos deles são católicos e jovens, que vivem de um modo
diverso’.
Desafio
para a Igreja
Isso representa também, principalmente, ‘um grande desafio – sublinha padre Martinez
– particularmente para as pequenas paróquias nas áreas rurais. Recentemente
visitei uma paróquia perto de Fukushima, no norte do Japão. Ali a comunidade
contava com cerca de vinte pessoas. Um dia, chegaram quarenta filipinos. Foi
uma verdadeira surpresa para os japoneses’.
Bispos
estrangeiros no país
Os bispos japoneses ‘têm consciência da situação – acrescenta padre Martinez – e estão
tentando mudar o modo de pensar e ser Igreja Católica’. Entre as novidades
assinaladas pelo sacerdote mexicano, há a nomeação, no final de 2017, de D.
Tarcisio Isao Kikuchi a arcebispo de Tóquio, primeiro missionário africano,
vindo de Gana, para guiar a comunidade católica na capital japonesa. Além
disso, temos um novo bispo que não é japonês. Desde dezembro passado, o bispo
da Diocese de Naha é o norte-americano Wayne Berndt.
O padre missionário mexicano Antonio Camacho Muñoz,
responsável por cinco paróquias da diocese de Kioto, também exprime esperança e
alegria pela chegada dos migrantes católicos. ‘Estes jovens – declara – têm uma fé muito forte e são uma lufada de ar
fresco para a Igreja no Japão’.
Missa com
os novos migrantes
Alguns domingos durante a missa, conta o
missionário, ‘fazemos a primeira leitura
em língua vietnamita, a segunda em filipino e o Evangelho em japonês. Desse
modo a nossa Igreja está se tornando ‘internacional’. Um aspecto importante, principalmente se considerarmos que o Japão é um
país tendencialmente fechado para com os estrangeiros e entender como
acolhê-los – conclui o padre Camacho – é um trabalho importante para a Igreja
Católica’.’
Fonte :
* Artigo na íntegra https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-06/japao-desafio-igreja-migrantes-catolicos.html
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