*Artigo de Pe. Raniero Cantalamessa, OFM,
pregador oficial da Casa Pontifícia (Vaticano)
‘1. A mariologia da
Lumen gentium
O objeto
desta última meditação de Advento é o capítulo VIII da Lumen Gentium, intitulado ‘A
Bem-Aventurada Virgem Maria, no mistério de Cristo e da Igreja’. Ouçamos de
novo o que o Concílio fala a este respeito :
‘A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe
de Deus desde toda a eternidade simultaneamente com a encarnação do Verbo, por
disposição da divina Providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a
Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo,
gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com
Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé,
esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a
vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça [1]’.
Junto com o
título Mãe de Deus e dos crentes, a outra categoria fundamental que o Concílio
usa para ilustrar o papel de Maria, é a de modelo, ou de figura :
‘Pelo dom e missão da maternidade divina, que
a une a seu Filho Redentor, e pelas suas singulares graças e funções, está
também a Virgem intimamente ligada, à Igreja : a Mãe de Deus é o tipo e a
figura da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo,
como já ensinava S. Ambrósio [2]’.
A maior
novidade do tratado conciliar sobre Nossa Senhora consiste, como se sabe,
justamente no lugar em que foi colocado, ou seja, na constituição sobre a
Igreja. Com isso o Concílio – não sem sofrimentos e lágrimas – operava uma
profunda renovação da mariologia, em comparação com os últimos séculos [3]. O discurso sobre Maria não é
independente, como se ela ocupasse um lugar intermédio entre Cristo e a Igreja,
mas recolocado, como tinha sido na época dos Padres, no âmbito da Igreja. Maria
é vista, como dizia Santo Agostinho, como o membro mais excelente da Igreja,
mas um membro dela, não fora, ou acima dela:
‘Santa é Maria, bem-aventurada é Maria,
porém, mais importante que a Virgem Maria é a Igreja. Por quê? Porque Maria é
uma parte da Igreja, um membro santo, excelente, superior a todos os demais,
contudo, é um membro de todo o corpo. Se é um membro de todo o corpo, sem
dúvida, mais importante que um membro é o corpo [4]’.
As duas
realidades iluminam-se mutuamente. Se, de fato, o discurso sobre a Igreja
ilumina o que é Maria, o discurso sobre Maria ilumina o que é a Igreja, ou
seja, ‘corpo de Cristo’ e, como tal, ‘quase que uma extensão da encarnação do
Verbo’. São João Paulo II destaca isso na sua encíclica Redemptoris Mater :
‘Apresentando Maria no mistério de
Cristo, o Concílio Vaticano II encontra também o caminho para aprofundar o
conhecimento do mistério da Igreja [5]’.
Outra
novidade da mariologia do Concílio é a insistência na fé de Maria [6], um tema também retomado e
desenvolvido por João Paulo II que o faz tema central da sua encíclica mariana ‘Redemptoris Mater [7]’. É um retorno à mariologia dos Padres que, mais do que sobre
os privilégios da Virgem, apela à sua fé, como contribuição pessoal de Maria no
mistério da salvação. Também aqui se nota a influência de Santo Agostinho :
‘Ora, até a própria bem-aventurada Virgem
Maria, ao crer, concebeu a quem deu à luz crendo...Depois que o anjo falou,
ela, cheia de fé (fide plena), concebendo a Cristo antes no coração que no
ventre, respondeu: Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa
palavra [8]’.
2. Maria Mãe dos crentes em perspectiva ecumênica
O que eu
gostaria de fazer é iluminar o caráter ecumênico dessa mariologia do Concílio,
ou seja, como ela possa contribuir – e mais ainda, já está contribuindo – para
aproximar católicos e protestantes neste terreno delicado e controverso que é a
devoção à Virgem.
Esclareço,
em primeiro lugar, o princípio que está na base das reflexões a seguir. Se
Maria se coloca fundamentalmente ao lado da Igreja, a consequência disso é que
as categorias e as afirmações bíblicas usadas para lançar-lhe luz são aquelas
relacionadas às pessoas humanas que constituem a Igreja, aplicadas a ela ‘a fortiori’, em vez daquelas
relacionadas às pessoas divinas, aplicadas a ela ‘por redução’.
Para entender,
por exemplo, da forma mais correta, o delicado conceito da mediação de Maria na
obra da salvação, é mais útil começar pela mediação criatural, ou de baixo,
como é aquela de Abraão, dos apóstolos, dos sacramentos e da própria Igreja, e
não da mediação divino-humana de Cristo. A maior distância, de fato, não é a
que existe entre Maria e o resto da Igreja, mas é aquela que existe entre Maria
e a Igreja, de um lado, e Cristo e a Trindade do outro, ou seja, entre as
criaturas e o Criador.
Agora,
tiremos de tudo isso a conclusão. Se Abraão, pelo que fez, mereceu na Bíblia o
nome de ‘pai de todos nós’, ou seja,
de todos os crentes (cf. Rm 4, 16; Lc 16, 24), entendemos melhor, assim, como a
Igreja não hesita em chamar Maria ‘Mãe de
todos nós’, mãe de todos os crentes.
Dessa
comparação entre Abraão e Maria podemos derivar uma luz ainda maior, que afeta
não só o simples título, mas também o seu conteúdo e significado. Mãe dos
crentes é um simples título de honra, ou algo a mais? Aqui se prefigura a
possibilidade de um discurso ecumênico sobre Maria. Calvino interpreta o texto
onde Deus diz à Abraão : ‘Em ti serão
abençoadas todas as famílias da terra’ (Gn 12, 3), no sentido de que ‘Abraão será não só exemplo e patrono, mas
causa de benção [9]’. Um
conhecido exegeta protestante moderno escreve, no mesmo sentido :
‘Nós nos perguntamos se as palavras de
Gênesis 12, 3 [‘Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra’] pretendem
afirmar somente que Abraão se tornará uma espécie de fórmula para abençoar, e
que a benção que ele gozava passará em provérbio [...]. Deve-se retornar à
interpretação tradicional que vê aquela palavra de Deus ‘como uma ordem dada à
história’ (B. Jacob). Foi reservado à Abraão, no plano salvífico de Deus, o
papel de mediador da benção para todas as gerações da terra [10]’.
Tudo isso
nos ajuda a entender o que a tradição, a partir de Santo Ireneu, diz de Maria :
que ela não é só um exemplo de benção e de salvação, mas, de uma forma que
depende unicamente da graça e da vontade de Deus, também causa de salvação. ‘Como Eva, escreve Santo Ireneu,
desobedecendo, tornou-se causa de morte para si e para todo o gênero humano,
assim Maria..., obedecendo, tornou-se causa de salvação para si e para todo o
gênero humano [11]’. As palavras
de Maria : ‘Todas as gerações me chamarão
de bem-aventurada’ (Lc 1, 48) devem ser consideradas, também, ‘uma ordem dada
por Deus para a história’.
É um fato
encorajador verificar que os mesmos iniciadores da Reforma reconheceram à Maria
o título e a prerrogativa de Mãe, também no sentido de Mãe nossa e mãe da
salvação. Em uma pregação para a Missa de Natal, Lutero dizia : ‘Este é o consolo e a transbordante bondade
de Deus : que o homem, em quanto crente, possa gloriar-se de um bem tão
precioso, que Maria seja a sua verdadeira mãe, Cristo o seu irmão, Deus o seu
Pai... Se acredita nisso, então, sente-te verdadeiramente no ventre da virgem
Maria e seja o seu filho querido [12]’.
Zwingli, em um sermão de 1524, chama Maria ‘a
pura Virgem Maria, mãe da nossa salvação’ e diz que nunca, a seu respeito, ‘pensou e nem sequer ensinou ou afirmou em
público algo de ímpio, desonroso, índigno ou ruim [13]’.
Como, então,
chegamos à situação atual de tanto desconforto dos irmãos protestantes com
relação à Maria, a ponto de que em alguns ambientes tornou-se quase que um
dever diminuir Maria, atacar continuamente neste ponto os católicos e, de
qualquer forma, encobrir tudo o que a própria escritura fala dela?
Este não é o
lugar para fazer uma revisão histórica; somente quero dizer qual me parece ser
o caminho correto para sair desta triste situação sobre Maria. Tal caminho
passa por um sincero reconhecimento, de nós católicos, do fato que, muitas
vezes, especialmente nos últimos séculos, contribuímos para fazer Maria
inaceitável para os irmãos protestantes, honrando-a de forma, às vezes,
exagerada e imprudente e, especialmente, não colocando tal devoção dentro de um
quadro bíblico bem claro que mostrasse o papel subordinado com relação à
Palavra de Deus, ao Espírito Santo e ao próprio Jesus. A mariologia nos últimos
séculos tornou-se uma fábrica contínua de novos títulos, novas devoções, muitas
vezes polêmicas com os protestantes, usando, às vezes, Maria – a Mãe comum! –
como uma arma contra eles.
A esta
tendência o Concílio Vaticano II reagiu oportunamente. Ele recomendou que os
fieis ‘tanto nas palavras como nos fatos
evitem diligentemente tudo o que possa induzir ao erro os irmãos separados ou
qualquer outra pessoa, sobre a verdadeira doutrina da Igreja’, e recordou aos
próprios fieis que ‘a verdadeira devoção não consiste nem em uma estéril e
passageiro sentimentalismo, nem em uma certa e vã crença [14]’.
Do lado
protestante, acredito que exista a necessidade de tomar nota da influência
negativa que houve, na atitude deles sobre Maria, não só a polêmica anticatólica,
mas também o racionalismo. Maria não é uma ideia, mas é uma pessoa concreta,
uma mulher, e como tal, não se presta para ser facilmente teorizada ou reduzida
a princípio abstrato. Ela é o próprio ícone da simplicidade de Deus. Por isso
não podia, em um clima dominado por um exasperado racionalismo, não ser
eliminada do horizonte teológico.
Uma mulher
luterana, morta há alguns anos, Madre Basilea Schlink, fundou uma comunidade de
religiosas dentro da Igreja luterana, chamadas ‘As irmãs de Maria’, agora
difundidas em vários países do mundo. Em um livreto seu, que eu mesmo organizei
a edição italiana, depois de ter recordado vários textos de Lutero sobre Maria,
escreve :
‘Ao ler as
palavras de Lutero que até o fim da sua vida honrou Maria, santificou as suas
festas e cantou todos os dias o Magnificat, sente-se o quanto se distanciou, no
geral, da correta atitude sobre ele... Vemos o quanto nós, evangélicos, nos
deixamos submergir pelo racionalismo... O racionalismo que admite só o que se
pode compreender com a razão, difundindo-se, jogou fora das Igrejas evangélicas
as festas de Maria e tudo o que se refere à ela, e fez perder o sentido de toda
referência bíblica a Maria: e desta herança sofremos ainda hoje. Se Lutero, com
esta frase : ‘Depois de Cristo ela é, em
todo o cristianismo, a joia preciosa, jamais louvada o suficiente’, nos
inculca este elogio, eu, de minha parte, devo confessar de estar entre aqueles
que, durante longos anos da própria vida, não o fizeram, contornando até o que
diz a Escritura : ‘De agora em diante
todas as gerações me chamarão bem-aventurada’ (Lc 1, 48). Eu não tinha me
colocado entre estas gerações [15]’.
Todas estas
premissas nos permitem cultivar no coração a esperança de que, um dia, não
distante, católicos e protestantes possamos não estar mais divididos, mas
unidos por Maria, em uma comum veneração, diferente nas formas, mas unânimes no
reconhecer nela a Mãe de Deus e a Mãe dos crentes. Eu tive a alegria de
constatar pessoalmente alguns sinais desta mudança em ato. Em mais de uma
ocasião, pude falar de Maria a um auditório protestante, notando entre os
presentes não só a acolhida, mas, pelo menos em um caso, uma verdadeira emoção,
como a redescoberta de algo caro e uma purificação da memória.
3. Maria, mãe e filha da misericórdia de Deus
Deixemos
agora de lado o discurso ecumênico e tentemos ver se também este ano da
misericórdia não nos ajuda a descobrir algo novo da Mãe de Deus. Maria é
invocada na antiguíssima oração da Salve Regina, como ‘Mater misericordiae’, Mãe da misericórdia; na mesma oração lhe é
dirigida a invocação : ‘illos tuos
misericordes oculos ad nos converte’; Volte a nós aqueles seus olhos
misericordiosos’. Na missa de abertura do ano jubilar na Praça de São
Pedro, do passado 8 de dezembro, ao lado do altar estava exposto um antigo
ícone da Mãe de Deus, venerada em um santuário pelos grego-católicos de
Jaroslav, na Polônia, conhecida como a ‘Porta
da misericórdia’.
Maria é mãe
de misericórdia em um duplo sentido. Foi a porta através da qual a misericórdia
de Deus, com Jesus, entrou no mundo, e agora é a porta por meio da qual nós
entramos na misericórdia de Deus, nos apresentamos diante do ‘trono da misericórdia’ que é a Trindade.
Tudo isso é verdade, mas é só um aspecto da relação entre Maria e a
misericórdia de Deus. Ela, de fato, não é só canal e mediadora da misericórdia
de Deus; é também o objeto e a primeira destinatária. Não é só aquela que nos
obtém misericórdia, mas também aquela que obteve, primeiramente e mais do que
todos, misericórdia.
Misericórdia
é sinônimo de graça. Só na Trindade o amor é natureza e não é graça; é amor,
mas não misericórdia. Que o Pai ame o Filho, não é graça ou concessão; é, em
certo sentido, necessidade; o Pai tem necessidade de amar para existir como
Pai. Que o Filho ame o Pai, não é concessão ou graça; é necessidade intrínseca,
embora se perfeitamente livre; ele precisa ser amado e amar para ser Filho. É
quando Deus cria o mundo e, nele, as criaturas livres que o seu amor se torna
gratuito e imerecido, ou seja, graça e misericórdia. Isso antes ainda do
pecado. O pecado fará somente que a misericórdia de Deus, de dom, se torne
perdão.
O título ‘cheia de graça’ é, portanto, sinônimo de
‘cheia de misericórdia’. Maria mesma
proclama isso no Magnificat : ‘Olhou,
diz, a humildade da sua serva’, ‘recordou-se da sua misericórdia’; ‘a sua
misericórdia se estende de geração em geração’. Maria se sente beneficiária
da misericórdia, testemunha privilegiada dela. Nela a misericórdia de Deus não
se materializou como perdão dos pecados, mas como preservação do pecado.
Deus fez com
ela, dizia Santa Teresa do Menino Jesus, o que faria um bom médico em tempos de
epidemia. Ele vai de casa em casa para curar aqueles que contraíram a infecção;
mas se existe um pessoa que ele gosta especialmente, como a esposa ou a mãe,
tentará, se possível, que nem sequer seja contagiada. E assim fez Deus,
preservando Maria do pecado original pelos méritos da paixão do Filho.
Falando da
humanidade de Jesus, Santo Agostinho diz : ‘Com
base no que, a humanidade de Jesus mereceu ser assumida pelo Verbo eterno do
Pai na unidade da sua pessoa? Qual foi a sua boa obra que precedeu isso? O que
tinha feito antes desse momento, no que tinha acreditado, ou pedido, para ser
elevada a tal inefável dignidade?’. E acrescentava em outro lugar : ‘Procure o mérito, procure a justiça, reflita
e veja se encontra outra coisa além de graça [16]’.
Estas
palavras lançam uma luz singular também sobre a pessoa de Maria. Dela deve-se
dizer, com mais razão : o que fez Maria, para merecer o privilégio de dar ao
Verbo a sua humanidade? O que tinha acreditado, pedido, esperado ou sofrido,
para vir ao mundo santa e imaculada? Procure também aqui, o mérito, procure a
justiça, procure tudo o que quiser, e veja se encontra nela, no início, algo
além de graça, ou seja, misericórdia!
Também São
Paulo não vai parar, durante toda a vida, de confessar-se como um fruto e um
troféu da misericórdia de Deus. Define-se como ‘alguém que alcançou misericórdia do Senhor’ (1 Cor 7, 25). Não se
limita a formular a doutrina da misericórdia, mas torna-se testemunha viva dela: ‘Eu era um blasfemo, um perseguidor e
um violento. Mas alcancei misericórdia’ (1 Tm 1, 12).
Maria e o
Apóstolo nos ensinam que o melhor modo de pregar a misericórdia é dar
testemunho da misericórdia que Deus teve conosco. Sentir-nos, também nós,
frutos da misericórdia de Deus em Cristo Jesus, vivos só por causa dela.
(Sentir, não necessariamente dizer). Um dia Jesus curou um pobrezinho possuído
por um espírito imundo. Ele quis segui-Lo e unir-se ao grupo dos discípulos;
Jesus não o permitiu, mas lhe disse : ‘Volte
para a sua casa, para os seus, anuncie-lhes o que o Senhor te fez e a
misericórdia que teve contigo’ (Mc 5,19 s.).
Maria, que
no Magnificat glorifica e agradece a Deus por sua misericórdia com ela, nos
convida a fazer o mesmo neste ano da misericórdia. Nos convida a fazer ressoar
todos os dias na Igreja o seu cântico, como o coro que repete um canto atrás da
coryphaea. Permitam-me, portanto, convidá-los a proclamar juntos, de pé, como
oração final, em vez da antífona mariana, o cântico à misericórdia de Deus que
é o Magnificat. ‘A minha alma engradece ao
Senhor...’’
Fonte :
*Artigos na íntegra
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[1] LG, 61
[2] LG, 63
[3] Sulle vicende dello
schema mariologico nelle discussioni conciliari, cf. la citata Storia
del Concilio Vaticano II, a cura di G. Alberigo, II, pp. 520-522; III, pp.
446-449; IV, pp.74 ss.
[4] Santo Agostinho, Discorso 72,7
(Miscellanea Agostiniana, I, Roma 1930, p.163).
[5] São João Paulo II, Enc. “Redemptoris Mater”, 5.
[6] Cf. LG, 58.
[7] RM, 5: “Nestas reflexões refiro-me,
principalmente àquela “peregrinação da fé”, na qual a ‘Beata Virgem avançou’,
conservando fielmente a sua união com Cristo”.
[8] Santo Agostinho, Discorsi, 215, 4
(PL, 38, 1074).
[9] Calvino, Le livre de la Genèse, I, Ginevra 1961,
p. 195.
[10] G. von Rad, Das erste
Buch Moses, Genesis, Göttingen9 1972 (trd. Ital. Genesi, Brescia 1978, p. 204).
[11] S. Ireneo, Adv. Haer. III, 22,4.
[12] Lutero, Kirchenpostille (ed. Weimar, 10,1, p. 73).
[13] H. Zwingli, Predigt von der reinen
Gottgebärerin Maria (in Zwingli, Hauptschriften, der
Prediger, I, Zurigo 1940, p. 159).
[14] LG, 67.
[15] Mutter Basilea Schlink, Maria, der Weg der
Mutter des Herrn, Darmstadt 19824 (ed. Ital. Milano, Ancora, 1983, pp.102-103).
[16] Santo Agostinho, La predestinazione dei
santi, 15,30 (PL 44,981); Discorsi 185,3 (PL 38,999).
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