‘É
grande a expectativa pela proclamação de um novo beato, vítima do ‘Grande Mal’ de 1915, perpetrado contra
os armênios e outras minorias pelo então Império Otomano. Trata-se de Michaelis
Flavianus Melki (Malke),
bispo da Igreja Sírio-católica, morto ‘in
odium fidei’ em 29 agosto de 1915.
O
Papa Francisco interessou-se pessoalmente pelo caso e a Congregação para a
Causa dos Santos trabalha com rapidez para que sua santidade seja proclamada
ainda em 2015, no centenário do martírio.
Melki
nasceu próximo a Mardin, sudeste da atual Turquia. Foi ordenado sacerdote pela
Igreja Sírio-católica e passou a viver em Tur Abdin. Durante a perseguição de
1895, sua igreja foi saqueada e queimada e sua mãe assassinada. Mais tarde foi
nomeado bispo de Mardin e Gazarta. Em 24 de abril de 1915, com os massacres em
Istambul, o ‘Triunvirato’ lançou a
operação de perseguição contra armênios, assírios e gregos, ou seja, as
minorias cristãs. No verão de 1915 Melki se encontrava em Azakh quando recebeu
a notícia do que estava para acontecer em sua diocese, decidindo então retornar
à Gazarta. Ele recusou-se a fugir, por conselho de amigos muçulmanos do lugar.
Foi
preso em 28 de agosto junto ao Bispo caldeu Jacques Abraham. Segundo o
testemunho de muçulmanos do local, foi pedido a ambos para converterem-se ao
Islã, o que foi recusado. Abraham foi morto com um golpe de fuzil, Melki foi
surrado até perder a consciência e após decapitado.
Após
a beatificação de Dom Ignazio Maloyan, Arcebispo Armênio-católico de Mardin,
proclamado Beato por João Paulo II em 2001, tratar-se-á do segundo bispo
reconhecido mártir ‘in odium fidei’
durante o ‘Grande Mal’. Em abril
passado o Papa Francisco havia presidido uma Missa na Basílica de São Pedro por
ocasião do centenário da tragédia.
A
determinação do Papa Francisco é um forte sinal de atenção e de apoio às
comunidades cristãs do Oriente Médio, especialmente na Síria e Iraque, que estão
sofrendo à distância de um século o que seus antepassados sofreram, mas desta
vez, pelas mãos das milícias islâmicas e dos países que os apoiam.’
Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.news.va/pt/news/expectativa-pela-beatificacao-de-martir-sirio-cato
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