Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Os numerosos casos de casamentos forçados e
precoces e de mutilação genital feminina alarmam cada vez mais a comunidade
internacional. De fato, até a presente data, aproximadamente 650 milhões de
mulheres no mundo casaram antes dos dezoito anos, enquanto 230 milhões sofreram
mutilação genital.
Mas a situação também é grave na Itália e é por isso que a ONG ActionAid decidiu lançar o projeto ‘Join our Chain’. ‘É um modelo multissetorial que opera em três níveis, com vista à prevenção e intervenção em situações de risco’, explica Benedetta Balmaverde, diretora do projeto ActionAid, à Rádio Vaticano – Vatican News.
Os números do
fenômeno
Os casamentos forçados e a mutilação genital
feminina registaram um aumento de 15% desde 2016. São dados oficiais,
fornecidos pelo Unicef, mas que descrevem apenas parcialmente a gravidade dos
dois fenômenos. Na verdade, os casamentos forçados e a mutilação genital
feminina continuam ser práticas generalizadas em muitos países, especialmente
na África Subsaariana, no Médio Oriente e no Sudeste Asiático.
A Europa, e especificamente a Itália, não está
isenta deste triste fenômeno. Os últimos dados disponíveis, publicados em 2019,
indicam que mais de 87 mil mulheres foram vítimas destes episódios, com uma
concentração significativa de casos nas comunidades nigeriana, etíope e
egípcia. ‘O número total absoluto destas práticas está aumentando – explica
Balmaverde – uma vez tratar-se de países que registram um forte crescimento
demográfico. E o crescimento ocorreu especialmente após a pandemia. Contudo,
quando estas mulheres chegam à Itália, a implementação destas práticas diminui.
Mas faltam pesquisas atualizadas em nível nacional’.
O projeto ‘Junte-se à
nossa Corrente’
Promovido pela ActionAid em Milão
e agora ampliado também a Roma, o projeto visa combater o fenômeno da mutilação
genital feminina e do casamento precoce.
‘A cadeia de intervenção – continua Balmaverde –
está dividida em três fases : emergência, para coleta de relatórios de situações
de risco; despacho, para reportar casos às instituições presentes na área; e
assistência e proteção, para proteger e apoiar as vítimas.’
A iniciativa consiste em uma abordagem integrada
que, para combater estas duas práticas nocivas, conta com a participação de
diferentes profissionais e setores : escolas, serviços sociais e de saúde,
autoridades policiais e linguística-culturais mediadoras.
‘Um papel fundamental - conclui Balmaverde - é
desempenhado pelos formadores comunitários, figuras-chave nas atividades de
sensibilização e apoio nas comunidades envolvidas. A nossa intervenção pretende
ser uma resposta concreta a estas graves violações de direitos, integrando
prevenção, assistência e proteção.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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