Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
de Daniel Reis,
graduando em Teologia e em Direito (PUC - MG)
‘‘Em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo’, não separados por vírgula, mas somados pela conjunção aditiva ‘e’, fazendo com que pela soma se resulte
uma unidade indivisível, é como sempre começamos as nossas orações, sejam elas
pessoais ou comunitárias (litúrgicas). Muitas vezes, de forma automática,
proferimos esta fórmula ao rezar, sem nos darmos conta da profundidade do que
estamos fazendo. Afinal, qual a razão de mencionarmos a Santíssima Trindade
quando rezamos?
Pelo princípio da
primazia da ação divina, sabemos que é Deus quem sempre age primeiro; Ele sempre
toma a iniciativa de vir ao encontro da humanidade. Este ímpeto do Pai se
inaugurou na história com a encarnação do Filho, sob a ação do Espírito Santo.
Da criação do mundo (Gn 1-2) à recriação em Cristo (2Cor 5,17), o Deus Uno e
Trino se faz presente em nós e, através de nós, convida a humanidade para
retornar ao convívio da família divina e participar de sua plena comunhão.
Quando iniciamos
as nossas orações mencionando as pessoas divinas, não estamos fazendo uma
invocação, mas respondendo a uma convocação que a Trindade Santa nos faz
primeiro. A oração é a forma de nos relacionarmos com o Deus Família, e para
ingressarmos nesta relação de amor, somos legitimados ‘em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’, aos quais nos
apresentamos em resposta à vocação que sempre nos é dirigida.
Respondemos ‘em nome do Pai’, que é o Amante por
excelência, fonte de todo o amor derramados sobre nós. Se em nome d´Ele nos
apresentamos, em nome d´Ele e como Ele devemos agir : com misericórdia para com
os filhos e filhas que prodigamente ‘gastam
a vida’, sendo esta a maior das heranças que Ele nos concede (cf. Lc
15,11-32); como um Pai que ‘faz raiar o seu sol sobre maus e bons e
derrama a chuva sobre justos e injustos’ (Mt 5,45); um Pai providente,
que sabe das necessidades alheias antes de ser solicitado (cf. Mt 6,8); um Pai
que perdoa as nossas ofensas e espera que façamos o mesmo com os nossos
ofensores (cf. Mt 6,15).
Nos apresentamos
também ‘em
nome do Filho’, o Amado, no qual todos nós fomos amados, e como Ele somos chamados
a amar : ‘Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei’ (Jo,15-12);
a perdoar: ‘Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem’ (Lc
23,34); a confiar: ‘Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito’ (Lc
23,46); a ‘anunciar a boa nova aos pobres, a libertação aos cativos, a
recuperação da vista aos cegos, a liberdade aos oprimidos e para proclamar o
tempo da graça do Senhor’ (Lc 4,18-19).
Por fim, somos
confirmados e impelidos ‘em nome do
Espírito Santo’, o Amor que procede do Pai e do Filho. A seu exemplo,
devemos fecundar a humanidade para salvá-la a partir de dentro (cf. Lc 1,35);
iluminados por Ele, devemos redescobrir a nossa filiação divina, que nos
permite clamar ‘Abba! Pai!’ (Rm 8,15), a fim de que rendamos
seus frutos de ‘amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio’ (Gl 5,22-23) e
que falemos a língua universal do amor, promovendo assim um novo Pentecostes
(cf. At 2,1-11) nesse mundo destruído pela divisão e pela linguagem de ódio.
A Trindade Santa é
a chave que nos abre a porta para adentrarmos na relação amorosa e orante com o
próprio Deus Uno e Trino. Pai : o Amante; Filho : o Amado; Espírito Santo, o
próprio Amor que une e enlaça as Três Pessoas Divinas em um só Deus, devem
continuar sempre figurando ao início e no final de nossas orações, para que
também em nossas vidas tudo comece e termine ‘em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’.’
Fonte :
* Artigo na íntegra http://domtotal.com/noticia/1260892/2018/05/em-nome-do-pai-e-do-filho-e-do-espirito-santo/
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