*Artigo de Osvaldo Rinaldi
‘Nestes
dias, famílias do mundo todo se preparam para montar o presépio. Muitas
famílias perderam essa luminosa tradição, talvez porque se perdeu o sentido
sagrado da representação do nascimento de Jesus. A maior dificuldade de muitas pessoas do nosso tempo é contextualizar,
nos acontecimentos atuais, o misterioso evento do Nascimento de Jesus.
Quando
falamos de Maria e José com o Menino Jesus, imediatamente vem à mente a Sagrada
Família de Nazaré, o modelo de qualquer família cristã, que testemunhou a
santidade por muitas provações e tribulações vividas.
Maria
e José foram rejeitados quando chegaram a Nazaré para o censo ordenado por
decreto de César Augusto. Esta situação recorda a situação de muitos migrantes
que por vários motivos são forçados a deixar suas terras por causa da pobreza,
da guerra e das perseguições políticas.
Muitos
migrantes deixam seus países de origem em busca de um futuro melhor, mas muitas
vezes encontram as portas fechadas nas fronteiras dos estados, que os rejeitam,
porque eles não têm todas as permissões.
E
quando conseguem entrar, vem negado um contrato de trabalho regular que lhes
permita ter tudo o que precisam para ficar no país estrangeiro. Eles são
explorados, privados do direito de receber uma remuneração adequada, negado o
direito de tirar férias, negado o direito de contribuir para a aposentadoria.
Outros
protagonistas da cena da Natividade são os pastores, que representam os
excluídos e rejeitados de todos os tempos da história.
Os
pastores representam aqueles que vivem à margem da nossa sociedade; podemos
reconhecê-los em muitas categorias de pessoas. Podemos ver neles os que
perderam o emprego e vivem na expectativa de recuperar a dignidade perdida.
Esses
pastores são a imagem de muitos casais inférteis que estão esperando para
abraçar seu filho e se alegram com o anuncio da boa nova do início de uma gravidez
ou do nascimento de um filho tão desejado.
Esses
pastores simbolizam os pais adotivos que depois de tantas vigílias pensando nos
filhos, deixam tudo para correr e abraçar seus filhos que se encontram em
moradias precárias e sofrem o frio do abandono.
Esses
pastores representam muitos pais de família que vivem o flagelo da separação ou
do divórcio e esperam as festas para abraçar seus filhos e passar um tempo com
eles.
O
Rei Herodes é a personificação do mal, que está sempre presente, em cada
período da história, para obstruir e destruir o projeto de Amor de Deus.
A
descarga de poluentes nos mares e rios, o desmatamento de áreas verdes do
planeta, o aumento da poluição no ar, a introdução da cultura do gênero, a
prática cada vez mais comum do aborto, as guerras ao redor do mundo, a queda no
número de casamentos cristãos, as reivindicações para equiparar a família
natural composta de homens e mulheres a outras formas de união, são tentações
através das quais o príncipe deste mundo quer destruir o planeta em que vivemos
e, sobretudo, tomar posse de muitas almas.
Diante
desse imperioso avanço do mal, a esperança proposta pelo presépio é o
nascimento do menino Jesus, a plenitude divina contida no corpo de um
recém-nascido.
Esta
criança nos recorda que a vitória sobre o mal não se realiza pela força da
violência ou com a crueldade da guerra. O Menino Jesus pede para ser acolhido,
amado e servido, como qualquer criança que vem ao mundo.
Através
de simples gestos de amor é possível vencer todas as ciladas do maligno. Todos
os flagelos de Satanás, com os quais quer envenenar os corações dos homens,
podem ser vencidos com a fragilidade de uma criança, que vem ao mundo com o
único pedido de ser amado. O amor é a arma que vencerá os poderes deste mundo.
Olhando
para o Menino Jesus recuperamos a confiança e a esperança, porque sentimos com
estupor a presença de um Deus que é capaz de fazer-se pequeno para estar perto
cada criatura humana. A única condição pedida é fazer-se também pequeno,
inclinando-se para abraçá-lo e tê-lo nos braços, e prostrar-se diante dele para
adorá-lo.
A
adoração é o verdadeiro culto espiritual do presépio. Adorar não significa
apenas cair de joelhos com o rosto por terra na frente do menino Jesus. Adorar
significa antes de tudo, dirigir-se a Deus em espírito e verdade, com espírito
de humildade e com a verdade da caridade. Adorar significa deixar-se guiar pela
inspiração e força do Espírito Santo, para seguir a vontade de Deus, que é o
caminho da verdade que nos leva a ter uma vida pacífica, esperançosa e alegre.
Com
esta atualização dos personagens do presépio e com esta confiante esperança no
menino Jesus, nós nos preparamos para montar em nossas casas esta representação
da Natividade, para transformar nossas famílias em lugar do verdadeiro
acolhimento da encarnação do Filho de Deus, que deseja habitar em cada casa.’
Fontes :
* Artigo na íntegra de http://www.zenit.org/pt/articles/qual-e-o-significado-do-presepio-na-familia-crista
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