Nasceu em Assis (Itália), no ano 1182.
Depois de uma juventude leviana, converteu-se a Cristo, renunciou a todos os
bens paternos e entregou-se inteiramente a Deus. Abraçou a pobreza para seguir
mais perfeitamente o exemplo de Cristo, e pregava a todos o amor de Deus.
Formou os seus companheiros com normas excelentes, inspiradas no Evangelho, que
foram aprovadas pela Sé Apostólica. Fundou também uma Ordem de religiosas
(Clarissas) e uma Ordem de Penitentes Seculares; e promoveu a pregação da fé
entre os infiéis. Morreu em 1226.
A Liturgia
das Horas e a reflexão no dia de São Francisco de Assis :
Ofício das
Leituras
Segunda leitura
Da Carta a
todos os fiéis, de São Francisco de Assis
(Opuscula, edit. Quarachi 1949,87-94) (Séc.XIII)
Devemos
ser simples, humildes e puros
O Pai Altíssimo anunciou a vinda do céu do tão digno, tão santo e
glorioso Verbo do Pai, através de seu santo, Gabriel, à santa e gloriosa Virgem
Maria, em cujo seio recebeu a verdadeira carne de nossa humanidade e
fragilidade. Ele quis, no entanto, sendo incomparavelmente mais rico, escolher
a pobreza junto com a sua santíssima mãe. Nas vésperas de sua paixão, celebrou
a Páscoa com os discípulos. Depois, orou ao Pai dizendo : Pai, se for possível, afaste-se de mim este cálice (Mt 26,39).
Pôs, contudo, sua vontade na vontade do Pai. E a vontade do Pai era que
seu Filho bendito e glorioso, dado a nós e nascido para nós, se oferecesse em
sacrifício e vítima no altar da cruz, pelo seu próprio sangue. Sacrifício não
para si, por quem tudo foi feito, mas por nossos pecados, deixando-nos o
exemplo para lhe seguirmos as pegadas (cf. 1Pd 2,21). E quer que todos nos
salvemos por ele e o acolhamos com coração puro e corpo casto.
Ó como são felizes e benditos aqueles que amam o Senhor e fazem o que o
mesmo Senhor diz no evangelho : Amarás o
Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e ao próximo como a
ti mesmo! (Lc 10,27). Amemos, portanto, a Deus e adoremo-lo com coração
puro e mente pura porque, acima de tudo, disto está ele à procura e diz : Os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade (Jo 4,23). É
necessário que todos que o adoram, o adorem no espírito da verdade. E dia e
noite elevemos para ele louvores e orações, dizendo : Pai nosso que estás nos céus (Mt 6,9); porque é preciso orar sempre e não desfalecer (cf. Lc 18,1).
Além disto, produzamos dignos
frutos de penitência (cf. Mt 3,8). E amemos os próximos como a nós mesmos.
Tenhamos caridade e humildade e façamos esmolas, já que estas lavam as almas
das nódoas dos pecados. Os homens perdem tudo o que deixam neste mundo. Levam
consigo somente a paga da caridade e as esmolas que fizeram: delas receberão do
Senhor o prêmio e a justa recompensa.
Não nos convém sermos sábios e prudentes segundo a carne, mas temos antes
de ser simples, humildes e puros. Jamais desejemos ficar acima dos outros, mas
prefiramos ser servos e submissos a toda criatura humana, por causa de Deus.
Sobre todos os que assim agirem e perseverarem até o fim repousará o Espírito
do Senhor e fará neles sua casa e mansão. Serão filhos do Pai celeste, pois
fazem suas obras, e são esposos, irmãos e mães de nosso Senhor Jesus Cristo.
Fonte :
‘In
Liturgia das Horas IV’, 1345, 1346
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